MOMENTO DE FRENTE MUITO AMPLA
Lula acertou de novo ao indicar Alckmin como o condutor do
processo de transição. Além da mensagem de que o partido do presidente não
cuidará sozinho dessa missão estratégica, o eleito designa como comandante
dessa força-tarefa a pessoa mais experiente no Brasil, hoje, nos meandros mais
intrincados do poder executivo.
Geraldo Alckmin, por ter sido governador de estado
por quatro vezes é a pessoa mais qualificada no quesito entendimento da máquina
governamental. E o ex-tucano é “tetragovernador” de São Paulo, estado que equivale
a um país e dos grandes, uma máquina só menor que o próprio Brasil. Gol de
placa. Gol duplo: político e administrativo.
Transição fácil só nas reeleições, e mesmo a
transposição entre aliados é complicada, pois cada administração é cheia de
detalhes, e nem sempre o próprio governante sabe andar nesses labirintos. Isso
falando em termos de gestões normais – imagine o emaranhado dessa
administração! Pense nas minas, cascas de bananas, espalhadas por todo lado.
Henrique Meireles, financista, ex-ministro da
Economia, liberal e conservador, estimou – GloboNews, 24 de outubro – em R$ 400
bilhões o buraco fiscal a ser deixado pela congestão atual. O tamanho do rombo
ainda não foi confirmado, mas é certo ser uma cratera e das vulcânicas. Além
evidências escandalosas pré-eleitorais, a enxurrada de dinheiro liberada pelo
tal Orçamento Secreto & Associados para a compra de votos em prol da
reeleição do mito é um despautério sem precedentes na longa história de
corrupção eleitoral no Brasil. A conta desse descalabro está por ser
contabilizada.
Além do abismo fiscal, outras questões do presente
em curso vão impactar o futuro próximo. É o caso da bagunça anárquica em que
foi transformada a política de combustíveis, cuja pontinha do iceberg está no
preço no bico da bomba. Antes de dizer adeus, menos de 72 horas depois da
derrota nas urnas, os representantes do Jair na Petrobras meteram a mão no
cofre da empresa e liberam “dividendos antecipados” na ordem de R$ 43,7
bilhões, relativos à “antecipação da distribuição dos resultados do terceiro
trimestre” – uau!
Essa fossa fiscal na qual o Brasil foi atolado
desde 2019 é muito profunda. Para o País ser resgatado desse abismo será
necessário algo mais que o imaginado e não é tarefa para algum super-herói, não
é coisa para um partido só. É missão para uma frente ampla, amplíssima. Lula +
Alckmin e muito além.
Águas
passadas às vezes movem moinho https://bit.ly/3vhYCww
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