Novo ato da ópera
bufa golpista
Luciano Siqueira
Se há algo sobre o
quê o futuro ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro não deve ser
cobrado é a sua absoluta fidelidade ao macaqueamento que pratica, consciente e
disciplinadamente, do seu ídolo confesso Donald Trump.
Daí a insistência em
questionar a lisura das urnas eletrônicas, mesmo agora quando se reconhece cabalmente
a legitimidade do pleito.
É que Bolsonaro,
tanto quanto Trump, precisa alimentar incessantemente a chamada realidade
paralela na qual trafega o fanatismo desenfreado de suas milícias digitais e
seguidores.
Anteontem, circulou
nas redes o ridículo gesto de um grupo dos seus apoiadores com smartphones
postos sobre a cabeça, luzes acesas em direção aos céus. Não se sabe
precisamente se uma tentativa de comunicação com o Todo Poderoso, que enfim
poderia interferir em favor de um golpe militar no Brasil; ou mesmo a busca de
conexão com seres extraterrestres, que em semelhante realidade paralela
pudessem vir em socorro dos bolsonaristas frustrados.
O fato inequívoco é
que para agora (apenas para preencher o vácuo produzido pelo estado de
depressão em que mergulhou o presidente derrotado) ou para o futuro (na
hipótese do capitão conseguir se manter ativo na cena política), o PL, partido
pelo qual ele disputou o pleito, volta a questionar formalmente a lisura das
urnas. Sem nada de concreto, conforme matéria da Folha de S. Paulo de hoje https://bit.ly/3Xp28mW, que transcrevi aqui
no blog.
A intenção é óbvia:
alimentar o bolsonarismo insano que vagueia pelas margens das estradas e
retroalimentar o fanatismo nas plataformas digitais.
Ou seja, a chama
inconsequente do golpe permanece acesa.
Leia também: Suplantar a cultura do ódio é uma luta de longo curso https://bit.ly/3Us8tfj
Nenhum comentário:
Postar um comentário