23 novembro 2022

Minha opinião

Novo ato da ópera bufa golpista

Luciano Siqueira

 

Se há algo sobre o quê o futuro ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro não deve ser cobrado é a sua absoluta fidelidade ao macaqueamento que pratica, consciente e disciplinadamente, do seu ídolo confesso Donald Trump.

Daí a insistência em questionar a lisura das urnas eletrônicas, mesmo agora quando se reconhece cabalmente a legitimidade do pleito.

É que Bolsonaro, tanto quanto Trump, precisa alimentar incessantemente a chamada realidade paralela na qual trafega o fanatismo desenfreado de suas milícias digitais e seguidores.

Anteontem, circulou nas redes o ridículo gesto de um grupo dos seus apoiadores com smartphones postos sobre a cabeça, luzes acesas em direção aos céus. Não se sabe precisamente se uma tentativa de comunicação com o Todo Poderoso, que enfim poderia interferir em favor de um golpe militar no Brasil; ou mesmo a busca de conexão com seres extraterrestres, que em semelhante realidade paralela pudessem vir em socorro dos bolsonaristas frustrados. 

O fato inequívoco é que para agora (apenas para preencher o vácuo produzido pelo estado de depressão em que mergulhou o presidente derrotado) ou para o futuro (na hipótese do capitão conseguir se manter ativo na cena política), o PL, partido pelo qual ele disputou o pleito, volta a questionar formalmente a lisura das urnas. Sem nada de concreto, conforme matéria da Folha de S. Paulo de hoje https://bit.ly/3Xp28mW, que transcrevi aqui no blog.

A intenção é óbvia: alimentar o bolsonarismo insano que vagueia pelas margens das estradas e retroalimentar o fanatismo nas plataformas digitais.

Ou seja, a chama inconsequente do golpe permanece acesa.

Leia também: Suplantar a cultura do ódio é uma luta de longo curso https://bit.ly/3Us8tfj

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