29 novembro 2022

Minha opinião

Subprodutos de um sistema em crise
Luciano Siqueira

 

Com alguma frequência, registro aqui no blog — ao estilo de compartilhar minhas leituras e anotações — estatísticas dolorosas sobre enfermidades de massas que ainda atingem duramente regiões do planeta marcadamente mais pobres ou de sistemas de saúde precários.

Valho-me de relatórios da ONU, que nos trazem sempre dados muito expressivos, mas se eximem da análise das causas políticas de tais fenômenos negativos.

A informação de que cerca de 110 mil crianças e adolescentes foram acometidas de HIV/Aids no ano passado  https://bit.ly/3XFKefO, justamente em regiões onde não há cobertura adequada após pandemia, vale como denúncia das desigualdades que persistem no mundo.

Este é o fato. O capitalismo dos nossos dias, cada vez mais financeirizado, ultra concentrador da produção, da renda, da riqueza e da usura não reúne condições para satisfazer as necessidades básicas da humanidade.

Esse é um traço, digamos, na esfera social, das consequências de décadas de declínio relativo da taxa média de lucro necessária à retroalimentação do sistema, dolorosamente compensada com a precarização crescente das relações de trabalho e a redução de direitos.

Nessas circunstâncias, desigualdades históricas decorrentes do colonialismo e da ocupação de territórios na esteira das disputas Inter imperialistas, os oito bilhões de habitantes do planeta em sua maioria estão condenados amargar um sistema contra o qual inevitavelmente precisam se insurgir.

A ONU cumpre um papel importante ao revelar esse estado de coisas, embora o faça, repito, margeando a análise política propriamente dita.

A nós outros militantes da causa libertária cabe tirar todas as consequências desses dados de realidade e tê-los como insumo à renovação cotidiana dos nossos compromissos de combate.

Leia também: Pressões do todo poderoso mercado financeiro sobre o novo governo Lula https://bit.ly/3Ao7Xak

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