O TERRORISMO ENTRA EM CENA
Dois ataques terroristas foram
realizados nos dias 19 e 21 de novembro, nas estradas do estado de Mato Grosso.
Nas proximidades da cidade de Sinop, antes de ontem, dois caminhões foram
abordados por um grupo armado que expulsou os motoristas das cabines e em
seguida incendiou os veículos. E no sábado, 19, há quatro dias, 10 homens com
armas automáticas invadiram a sede da empresa que cuida das rodovias entre os
municípios de Nova Mutum e Rio Verde, colocando todo mundo pra correr debaixo
de balas e tocando fogo nos caminhões e na própria sede.
Ambos atentados foram “atos de protesto”
contra o resultado das eleições. Os caminhões foram incendiados na BR-163 como
forma de bloquear o trânsito na área, nos dois sentidos, e o ataque à empresa
concessionária (administradora da rodovia) destruiu cancelas e equipamentos
importantes para o controle do tráfego na região. São sequência de ações
antidemocráticas da extrema-direita iniciadas desde a noite de 30 de outubro.
Esses atos de terrorismo praticados
reafirmam a ligação do crime organizado com a contestação ao resultado da
eleição presidencial. A forma disciplinada, as armas pesadas, os objetivos de
assustar a população e causar prejuízos deliberados à economia permitem chamar
esses atos e esses grupos pelo nome certo: terroristas.
Essa área mato-grossense, não por
coincidência, é um dos perímetros do chamado “agronegócio” onde Jair B teve
doações mais expressivas para a campanha eleitoral. Segundo noticiado pelo UOL,
oficialmente foram despejados dali para o candidato à reeleição R$ 1,3 milhões
–devidamente declarados à Justiça Eleitoral.
Tão eficiente nas tentativas de retenção dos ônibus com
eleitores, no dia 30, em áreas onde Lula tinha previsão de sair vitorioso, a
Polícia Rodoviária Federal até ontem não havia se posicionado oficialmente, mas
em áudio obtido pelo UOL, Felipe Dias Mesquita, identificado como “delegado da
PRF”, diz que “isso [os atentados] já passou de ser problema única e
exclusivamente da PRF, isso já está se tornando uma guerra civil (...)”. O
governo do Estado se manifestou por nota, condenando os atos violentos e
defendendo as “manifestações pacíficas".
Leia também: Novo ato da ópera bufa golpista https://bit.ly/3U3euhs
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