18 abril 2023

Jogos de azar

Como a praga dos jogos online dominou o país

Abertura de cassinos explica a aproximação da família Bolsonaro com a Arábia Saudita, de olho em Angra dos Reis dominada pelas milícias
Luis Nassif/Jornal GGN

 

Um dos exemplos mais ostensivos da globalização da corrupção são os jogos de azar. Nos Estados Unidos, Espanha, Itália, foram dominados pelas máfias locais.

A máfia de Los Angeles entrou no país através da GETEC, contratada pela Caixa Econômica Federal para automatizar seus sorteios. Ao longo de mais de dez anos produziu uma relação enorme de crises políticas, de Waldomiro Diniz ao esquema de Antônio Palocci.

Depois, foi a vez do intocado Carlinhos Cachoeira se aliar à máfia espanhola e competir com os americanos.

No dia a dia, organizações ilegais brasileiras dominavam o comércio de caça-níqueis. Durante algum tempo conseguiram a legalização de cassinos.

Em qualquer país civilizado, proíbem-se cassinos e jogos de azar em áreas urbanas, devido a dois tipos de risco:

  • caminho aberto para lavagem de dinheiro e de tráfico de drogas;
  • Questão de saúde pública, com viciados em jogo arruinando famílias.
  • Influência política, financiando campanhas de políticos e conseguindo influenciar na indicação de delegados em suas zonas de atuação.

Parte dessa herança veio do jogo de bicho. Michel Temer, aliás, é um dos políticos que nasceu financiado pelo bicho.

Como GGN já narrou no documentário “Xadrez da ultradireita mundial ‘a ameaça eleitoral”, a Máfia de Los Angeles, liderada por Sheldon Adelson,  foi um dos financiadores da campanha de Bolsonaro e de Trump. O primeiro pedido de Trump a Bolsonaro foi abrir cassinos resorts. Aliás, é isso que explica a aproximação de seus filhos com a Arábia Saudita, pretendendo montar uma Cancún em Angra dos Reis – dominada pelas milícias.

Nos últimos anos, o jogo se impôs da maneira mais ostensiva possível.

Grande portais de jogos esportivos entraram no país seguindo um planejamento minucioso.

A primeira parte consistiu em despejar publicidade em jornalões, nos blogs e imprensa alternativa. Passaram a anunciar diariamente na home de O Globo ganhando de bônus, na assinatura do contrato, um artigo de Nelson Motta de defesa vergonhosa do jogo – apresentando-o como o setor mais fiscalizado pela Receita.

Depois, passaram a patrocinar times de futebol.

Agora, o anúncio do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de tributar os jogos online, oficializa-se definitivamente como uma das atividades mais nocivas para a saúde pública.

A esperança é que a bancada evangélica consiga a adesão de partidos responsáveis para varrer essa doença dos céus virtuais brasileiros.

A realidade é furta-cor https://bit.ly/3Ye45TD

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