Sob pressão dos juros altos, inadimplência das empresas é
recorde em março: 6,5 milhões
De acordo com a Serasa, 5,76
milhões são micro e pequenos negócios
Hora do Povo
A inadimplência das empresas no Brasil bateu recorde em março,
ao atingir 6.486.129 empresas no mês, de acordo a Serasa Experian. Com a
pressão dos juros altos – alavancada pela taxa de juros Selic do Banco Central,
hoje em 13,75% ao ano-, o Indicador de empresas negativadas da Serasa
constatou que, na passagem de fevereiro para março, houve um
acréscimo de quase 24 mil CNPJs, sendo o maior patamar já constatado
pelo índice, iniciado em 2016.
O total em volume devido pelas empresas é de R$ 114,8 bilhões.
“Com juros ainda fortes, inflação alta e muitas pessoas negativadas, o poder de
compra não tem incentivo e o fluxo de caixa dos empreendimentos continua em
desaceleração, dificultando a quitação de dívidas”, declarou Luiz Rabi,
economista da Serasa Experian,
De
acordo com a Serasa, do total das dívidas, 54% estão concentradas no setor de
serviços. Depois vem o comércio, (37,2%) e a indústria (7,7%), entre os setores
econômicos mais endividados. A Região Sudeste concentra mais da metade dos
negócios inadimplentes do país (52,9%). Em segundo lugar vem a Região Nordeste
(16,8%), seguida pelo Sul (16,3%), Centro-Oeste (8,7%) e Norte (5,3%).
Segundo o Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa,
ainda, dentre o total de empresas negativadas, cerca de 5,76 milhões eram micro
e pequenos negócios (MPEs), compondo a maior parcela entre os inadimplentes.
Comparando com março do ano anterior, houve aumento de 4,5% na negativação dos
pequenos negócios.
“PERVERSIDADE”
Com o Brasil tendo a maior taxa de juros real do mundo, mais da
metade das pequenas empresas comprometem mais de 30% de seu custo mensal com o
pagamento de dívidas, segundo números do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas (Sebrae). O novo presidente, Décio Lima, ao assumir o cargo
no mês passado, afirmou que o patamar atual de Selic é uma “perversidade”
contra os pequenos negócios.
“Não
vamos atrair novos negócios para fomentar o processo de industrialização, para
dar valor agregado aos nossos produtos, gerar emprego se, evidentemente, não
tivermos um patamar com relação a taxa de juros. A taxa de juros se transforma
em uma verdadeira perversidade contra todos nós, especialmente com o pequeno
empresário. Então é algo que tem que ser enfrentado dentro da responsabilidade.
Não podemos conviver absolutamente com os abusos que visivelmente têm sido
colocados com relação à manutenção de taxas que não condizem com a vida normal
do processo econômico. O juro é a coisa mais perversa e ruim para os pequenos
negócios”, declarou Décio Lima, em entrevista ao Globo.
O lugar
do PCdoB na frente ampla https://bit.ly/40vTfZh
Nenhum comentário:
Postar um comentário