Justiça ainda que tardia: que siga adiante!
Enio Lins www.eniolins.com.br
Na semana passada, o Brasil do bem vibrou com a Justiça
feita, ainda que tardia, para o famigerado Deltantan Descabrunhol, meliante que
tentou uma autoanistia, escapulindo dos muitos processos que respondia, a bordo
de uma candidatura federal.
Falhou sua busca da impunidade pela via da
imunidade. Ficha-suja, Escarbiol teve (finalmente) a candidatura impugnada. Em
verdade, não poderia ter sido candidato, mas foi beneficiado pela malemolência
da vara estadual, o que lhe deu tempo de farsa.
Equivocadamente, muita gente entendeu que o
veredicto unânime do TSE seria pena aplicada pelos delitos de Escarafinhol
cometidos ao longo da Lava-jato. Nada disso, nessa área o mal do ex-procurador
ainda não foi encontrado pela Lei, segue impune.
Essa sede de justiça se nutre com esperanças
cidadãs de que seja alcançado pela Justiça o outro meliante, chefe e cúmplice
de Balangandanhol nas armações contra o candidato favorito (Lula) em benefício
de Jair/2028. Morou na filosofia?
Não é bem assim, pois Deltantan pisou na bola
feio, escandalosamente, ao contrariar o disposto na Lei da Ficha Limpa,
especificamente no §1º, alínea Q, sobre a punição para integrantes do MP que
tentem fugir de processos em andamento.
Diz lá que se tornam inelegíveis “os magistrados e
os membros do Ministério Público (...) que tenham pedido exoneração ou
aposentadoria voluntária na pendência de processo administrativo disciplinar,
pelo prazo de 8 (oito) anos”. Batata.
Deltantan havia sido penalizado em dois processos
no CNMP (advertência e censura) e outros 15 procedimentos estavam em andamento
para apuração de denúncias consubstanciadas. Fugindo disso, correu do MP, mas
caiu de cara na Lei da Ficha Suja.
Sérgio Mourisco não teria cometido o mesmo
tropeço, pois “apenas” renunciou à magistratura para abocanhar um cargo no
governo do mito, numa confissão voluntária de negociata pró e pré-eleição de
seu então novo patrão. Que o demitiu em seguida.
Mourisco, aboletado no senado, vai ficar impune?
Aí é outra coisa. É de se ver os processos que lhe são, ou serão, movidos.
Motivos existem muitos e todos com provas e evidências fartas (como a atuação
dele como ministro no caso Marielle).
A vida segue ao balanço das horas https://bit.ly/3Ye45TD
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