Tecnodependente, eu?
Luciano Siqueira
Desde o advento do computador doméstico, sempre me vangloriei da agilidade no manuseio das coisas digitais.
E assim trafeguei anos a fio. Plenamente satisfeito. Inclusive por me atualizar sempre.
Mas eis que os sinais da velhice (será?), que em algumas coisas já sinto, parece que contaminou minha relação com as geringonças eletrônicas.
Com inquietante frequência, tenho recorrido ao neto Miguel que, diante da minha ignorância cibernética, me acode como exímio consultor.
Às vezes é a mãe de Miguel, minha filha Neguinha, que me socorre: comprar passagens aéreas, pagar faturas atrasadas ou simplesmente agendar vacinas viraram terreno minado de uma imaginária conspiração contra mim.
Mesmo Alice, a neta de 10 anos, outro dia livrou o meu smartphone de uma absurda, irritante e incontrolável sucessão de anúncios da Magalu.
“Era um aplicativo oculto”, diagnosticou. E de pronto solucionou o problema - e eu nem tive a coragem de aprender como.
Hoje mesmo é a impressora HP Phtosmart que, talvez entediada, virou-se contra esse pobre e incompetente usuário e se nega a imprimir umas poucas folhas de que tanto estou necessitado.
O fato irrecusável e definitivo é que tenho pensado seriamente em “alugar” meu neto Miguel, 18 anos, aluno de Ciência Política na UFPE e, ao meu juizo ignorante e ciberneticamente incompetente, um sábio no bom uso de programas, aplicativos e que tais.
Falta acertar as bases contratuais.
Cada coisa em seu lugar https://bit.ly/3Ye45TD
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