Piso
da enfermagem: impasse segue no setor privado
• Setor privado travará Piso da Enfermagem? • A
ameaça das demissões em massa • MEC debaterá novos cursos de medicina • Nova
subvariante da covid no Brasil • Saúde mental de jovens pós-pandemia • Coca e
Nestlé compram de fornecedores que adoecem comunidades •
Gabriel Brito/OutraSaúde
Com a garantia das fontes de financiamento do governo federal para pagamento do Piso Nacional da Enfermagem, as profissionais da categoria vinculadas ao SUS estão muito próximos de ter sua vitória trabalhista materializada. No entanto, o setor privado pode continuar atrasando o direito. Ao alegar incapacidade financeira, os hospitais privados afirmaram na última sexta-feira (28/4) que não cumprirão a determinação da lei 14.435/22, que sancionou o Piso. O setor se apoia na manutenção da liminar concedida pelo ministro Luís Roberto Barroso, que exigia fontes de financiamento para o piso, o que as empresas de saúde alegam não ter.
Empresários ameaçam com demissões
Ao site Poder 360, Antonio Britto, diretor da Associação Nacional de Hospitais Privados, apoiado em estudo da LCA Consultores, diz que o piso causaria uma imensa onda de demissões, em especial nas Santas Casas, em grande parte administradas pelo setor privado e já em má situação econômica. Em meio a isso, vale destacar que 2022 marcou um ano de prejuízo financeiro do setor privado de saúde. Ainda assim, a própria enfermagem já defendeu, desde o início deste debate, que o governo poderia desonerar a folha de pagamento (mecanismo de isenção tributária) do setor privado a fim de liberar recursos para a garantia deste reconhecimento a uma das principais categorias do mundo do trabalho.
MEC retoma debate sobre novos cursos de medicina
Após o fim da moratória que o governo Temer estabeleceu sobre a abertura de novos cursos de medicina, o ministério da Educação iniciará um grupo de trabalho para analisar os critérios a se exigir dos novas formações na área. A medida, tomada em 2016 e fruto de lobby de uma classe médica conservadora em seus órgãos representativos, causou uma grande judicialização na questão, de maneira que algumas vagas foram abertas por instituições que conseguiram autorização na justiça. No entanto, há uma fila de 225 pedidos de abertura de cursos de medicina, um grande filão da educação com viés mercantil. O ministério diz que permitirá a criação de faculdades de medicina com base em critérios de interesse social, a exemplo da baixa quantidade de tais cursos em regiões menos potentes economicamente, porém, com maior necessidade.
Nova subvariante do coronavírus chega ao Brasil
A XBB.1.1.6, mais recente subvariante proveniente da cepa ômicron da covid-19, identificada pela primeira vez na Índia, teve seu primeiro caso registrado no Brasil. Seu portador é um homem de 75 anos que vive em São Paulo, acamado. Com esquema vacinal completo, apresenta sintomas gripais tradicionais com febre. Foi internado em 7 de abril e teve alta no dia 27 do mesmo mês. A prefeitura, que dá início à vacinação bivalente para maiores de 40 anos a partir desta semana, reforçou suas recomendações para que as pessoas se vacinem. Já a nova variante, também chamada de arcturus, é monitorada pela OMS e guarda semelhanças com a conjuntivite.
A piora na saúde mental de jovens durante a pandemia
Revisão sistemática de pesquisadores irlandeses e canadenses, publicada na revista Jama Pediatrics, mostrou aumento de 26% em depressão e ansiedade em crianças e adolescentes. O estudo também observa uma leve superioridade no número de casos entre meninas, além de fazer recortes de regiões e idades. Assim, verifica-se que no Ocidente a pandemia gerou mais distúrbios na saúde mental dos jovens do que na Ásia e também afetou de forma mais relevante pessoas com melhores níveis de renda. No entanto, cabe mencionar as limitações do estudo, restrito a países de língua inglesa, com mais acesso a serviços de saúde e cujo questionário foi respondido online. Mas a problemática é real e o estudo ainda conseguiu averiguar que jovens com diagnóstico de problemas de saúde mental anterior à pandemia relataram sofrimento em escala superior.
Agrotóxicos usados por fornecedores da Nestlé e Coca-Cola adoecem comunidades
O Brasil deverá levar anos para assimilar o impacto real do “libera geral” de agrotóxicos vivido no governo Bolsonaro, sob forte influência da empresária e ex-ministra da agricultura Tereza Cristina. Matéria do Repórter Brasil produziu mais um registro de comunidades que moram em entorno de fazendas que fazem uso intensivo dos chamados defensivos agrícolas e registraram problemas de saúde diretamente relacionados. Desta vez, Nestlé e Coca-Cola foram as empresas cujos fornecedores utilizaram produtos, inclusive proibidos na União Europeia, que causaram danos à saúde das pessoas. Cinicamente, a CropLife, que representa diversas grandes empresas do agro, declarou que “os agrotóxicos não são automaticamente ‘mais perigosos’ ou ‘menos necessários’ porque não são autorizados na Europa”. A realidade diz o contrário.
O PCdoB na consolidação do desempate com
a direita https://bit.ly/3pakprB
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