FAZENDO HISTÓRIA TAMBÉM NA
TRANSIÇÃO
Alckmin está sendo
um mestre na formação e nos primeiros passos da equipe de transição. Retorno
ao tema porque esse é o movimento mais importante nessa quadra de tempo, sem
menosprezar todos os demais elementos vitais dessa conjuntura inusitada,
inclusive com desmedias pressões golpistas, tão histriônicas quanto perigosas,
sobre as forças armadas
Cenário conturbado
como poucos na nossa história, essa transição do governo das milícias para um
governo democrático tem tudo para dar mais e maiores problemas. O
desaparecimento do derrotado “comandante supremo” é um complicador, pois caso
essa fuga seja replicada para o resto da turma dele, perder-se-á um tempo
precioso o que vai repercutir no início da próxima gestão. Será mais demora
para a totalização dos dados, inclusive com a recuperação dos arquivos vítimas
de tentava de destruição. Sem alarde, o vice-presidente eleito vai rompendo os
bloqueios e reforçando sua equipe.
A amplitude da
equipe convocada por Alckimin é outro acerto político e administrativo.
Com um número maior de participantes, com mais pessoas qualificadas em suas
áreas, e vindas de grupos políticos e partidos distintos, a comissão reflete a
necessidade imperiosa de ampliar ainda mais a frente política em torno de Lula.
Essa é a mensagem mais importante.
Cada dia a caixinha
de surpresas vai sendo aberta e, pelas frestas, se lobrigam problemas de grande
magnitude deixados como herança podre do desgoverno miliciano. Segundo
reportagem da BBC News, o acumulado, em termos de rombo no teto de gastos,
poderá alcançar R$ 800 bilhões, aí inclusas a bagunça nos dispêndios com a
pandemia (inclusive com a compra de montanhas de medicamentos inúteis para o
Covid19) e a cachoeira de dinheiro usada na compra de votos para a reeleição do
mitológico capitão. Um despautério que o onipresente Mercado ignorou. Foi
cúmplice, em verdade.
É um cenário de
terra arrasada. Pode ser pra mais ou pra menos, mas é um desastre sem precedente. Para
se administrar a reconstrução do Brasil – e incluir os mais pobres – é
indispensável ir além de um só grupo governando. Lula compreendeu isso desde
antes da campanha ir às ruas, e foi buscar para vice um grande ex-adversário.
Ousou. Acertou. Pois como se comprova a cada momento, o futuro imediato é de
muita dificuldade, de muito embate, e de necessidade de ampliação ainda maior
dessa frente.
Leia também - Luciana Santos: Não pode haver no Brasil um teto fiscal que
leve à fome https://bit.ly/3UtVnOS
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