BQ.1: como se proteger de
nova onda da covid com avanço da variante
BBC Brasil
A covid retomou crescimento em quatro Estados.
Segundo a Fiocruz, houve aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave
(SRAG) com resultado positivo para covid-19 na população adulta do Amazonas,
Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo.
Nas últimos dias, o aumento nos testes positivos
para covid em laboratórios particulares e farmácias levou epidemiologistas
a alertarem para uma nova onda da doença no país.
Ao mesmo tempo, houve a identificação de uma nova
variante do coronavírus, chamada de BQ.1, no Rio de Janeiro.
A variante já havia sido encontrada no Amazonas em
20 de outubro, de acordo com a unidade da Fiocruz no Estado, o que fortalece a
hipótese de que ela circula em diferentes locais do país.
Segundo especialista, a cepa tem escape maior da
proteção das vacinas. Mesmo assim, a vacinação tem mostrado proteção contra
casos graves. De 47 pacientes internados no Rio de Janeiro no
início de novembro, 92% não tinham tomado a dose de reforço ou nenhuma outra
dose da vacina.
Na última semana, o coordenador do InfoGripe,
Marcelo Gomes, disse que "ainda não é possível afirmar que esse
crescimento [da covid em quatro Estados] esteja relacionado especificamente com
as identificações recentes de novas sublinhagens identificadas em alguns locais
do país".
Entre os motivos para o atual cenário, além de
entrada de novas cepas, especialistas mencionam a possível queda na imunidade
após muitos meses da aplicação das doses.
Eles também citam a flexibilização das medidas de
proteção, como uso de máscaras em ambientes fechados e nos transportes
públicos, assim como os dias mais frios em parte do país, quando as pessoas
tendem a ficar mais em locais fechados.
No segundo semestre, as primeiras vacinas
atualizadas contra a covid-19, que oferecem uma maior proteção contra as
variantes mais recentes do coronavírus, começaram a ser aprovadas nos Estados
Unidos, Canadá, União Europeia e Reino Unido.
Não há, porém, previsão oficial de quando elas
devem chegar ao Brasil e entrar na campanha de imunização do país.
E os outros vírus?
Especialistas
também têm alertado para um fenômeno que chamam de
"tripledemia": três epidemias que coexistem e
voltaram a lotar hospitais, especialmente infantis, em várias partes do
continente americano.
Além do vírus SARS-CoV-2, causador da covid-19,
compõem esse "combo triplo": o vírus Influenza A, com duas variantes
diferentes que causam a chamada gripe suína; e o vírus sincicial respiratório
(VSR), uma das infecções mais comuns em bebês, que causa bronquiolite e
pneumonia.
Essa nova onda de vírus respiratórios voltou a
lotar as alas pediátricas de hospitais em alguns países.
De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde
(Opas), os mais afetados na região são os Estados Unidos, no hemisfério norte,
e países como Argentina, Chile, Uruguai e Brasil, no hemisfério sul.
É possível se proteger e minimizar os danos
individuais e coletivos neste momento?
Existem pelo menos cinco medidas que diminuem o
risco de infecção, de desenvolver as formas graves da doença ou ao menos evitam
a transmissão do vírus para outras pessoas.
Leia também: Dois casos notáveis
de governança digital na China https://bit.ly/3g4lygd
Elas incluem vacinação em dia e uso de máscaras em
determinadas situações, entre outras. Confira:
1. Vacinação em dia
A
vacina contra a covid-19 não impede a infecção pelo coronavírus, ainda mais com
a circulação das novas variantes. Mas é consenso entre os especialistas da área
que as doses do imunizante são primordiais para diminuir a gravidade do quadro.
Ou seja: estar com o esquema vacinal em dia pode
até não evitar que você pegue o vírus, mas na maioria das vezes torna a
infecção mais branda, sem necessidade de internação ou do uso de remédios
anti-inflamatórios e de máquinas para a oxigenação do organismo.
A quantidade de doses preconizadas varia de acordo
com cada faixa etária ou condição de saúde. Essas recomendações, aliás, são
atualizadas constantemente pelas autoridades em saúde, conforme surgem novas
evidências científicas sobre a melhor maneira de manter a proteção atualizada
em cada grupo.
Em novembro, o Ministério da Saúde reforçou "a
importância de voltar ao posto de vacinação e completar essa etapa do ciclo
vacinal, aumentando a imunidade contra a doença" e disse que, segundo
estudos, "a estratégia de reforçar o calendário vacinal contra o
coronavírus aumenta em mais de cinco vezes a imunidade".
A primeira dose de reforço deve ser aplicada quatro
meses depois da segunda dose ou dose única, segundo a pasta.
No momento, a segunda dose de reforço é recomendada
pelo Ministério da Saúde para a população acima de 40 anos. As vacinas da
Pfizer, Astrazeneca ou Janssen devem ser utilizadas nessas etapas.
Também é importante ficar atento ao calendário
específico de onde você mora, pois podem acontecer variações. Na dúvida,
procure o posto de vacinação mais próximo de sua casa para receber orientações
personalizadas.
2. Usar máscaras em lugares fechados
Ao
longo do primeiro semestre de 2022, municípios, Estados e o próprio Governo
Federal promoveram uma série de mudanças nas regulamentações que foram criadas
ao longo da pandemia para conter os números de casos, hospitalizações e mortes
por covid.
O principal símbolo disso foi a liberação das
máscaras, que deixaram de ser obrigatórias na maioria dos lugares, inclusive em
estabelecimentos fechados ou onde há aglomeração.
Algumas cidades chegaram a voltar a obrigar ou
recomendar o uso do equipamento de proteção em momentos de piora, mas, de forma
geral, as máscaras não vinham sendo sido exigidas.
No cenário atual, especialistas recomendam o uso de
máscara se você for para um lugar em que vai ter contato próximo e prolongado
com outros indivíduos em locais com pouca ventilação, como lojas, shoppings,
escritórios, transporte público e shows.
Se possível, dê preferência aos modelos
profissionais, como a PFF2 e a N95, e certifique-se que a peça se encaixa bem e
veda todas as entradas e saídas de ar nas bochechas, no queixo e na maçã do
rosto.
2. Usar máscaras em lugares fechados
Ao
longo do primeiro semestre de 2022, municípios, Estados e o próprio Governo
Federal promoveram uma série de mudanças nas regulamentações que foram criadas
ao longo da pandemia para conter os números de casos, hospitalizações e mortes
por covid.
O principal símbolo disso foi a liberação das
máscaras, que deixaram de ser obrigatórias na maioria dos lugares, inclusive em
estabelecimentos fechados ou onde há aglomeração.
Algumas cidades chegaram a voltar a obrigar ou
recomendar o uso do equipamento de proteção em momentos de piora, mas, de forma
geral, as máscaras não vinham sendo sido exigidas.
No cenário atual, especialistas recomendam o uso de
máscara se você for para um lugar em que vai ter contato próximo e prolongado
com outros indivíduos em locais com pouca ventilação, como lojas, shoppings,
escritórios, transporte público e shows.
Se possível, dê preferência aos modelos
profissionais, como a PFF2 e a N95, e certifique-se que a peça se encaixa bem e
veda todas as entradas e saídas de ar nas bochechas, no queixo e na maçã do
rosto.
3. Ficar atento aos sintomas
Num
cenário com alta transmissão, o risco de ter contato com o coronavírus aumenta.
Portanto, é importante ficar atento aos sinais típicos da covid-19. Os mais
comuns são:
- Febre ou calafrios
- Tosse
- Dificuldade para respirar
- Fadiga
- Dor no corpo
- Dor de cabeça
- Perda de olfato e paladar
- Dor de garganta
- Nariz entupido
- Náusea
- Vômito
- Diarreia
Se
você está com um ou mais desses sintomas, o primeiro passo é limitar o máximo
possível o contato com outras pessoas para diminuir o risco de transmitir o
vírus adiante.
Depois, vale buscar o diagnóstico, sobre o qual
falaremos no próximo tópico.
4. Fazer o teste
Como
você pode conferir na lista acima, os sintomas da covid se confundem muito com
os incômodos típicos de outras doenças, como a gripe e o resfriado.
Para ter certeza de que o agente causador do quadro
é mesmo o coronavírus, vale fazer um exame. Hoje em dia, é possível encontrar
nas farmácias os testes rápidos de antígeno, que podem ser feitos em casa.
Leia também: Quanto tempo pode
durar a nova onda Covid? https://bit.ly/3O7spBZ
Outra opção são os laboratórios de análises
clínicas, que oferecem não apenas o teste de antígeno, mas também o RT-PCR,
método que traz resultados ainda mais confiáveis.
Nesse contexto, vale sempre buscar a orientação de
um profissional de saúde, que ajuda a interpretar os resultados e dá as
orientações de tratamento mais adequadas de acordo com cada caso.
5. Seguir em isolamento se necessário
Caso o resultado seja positivo, é importante ficar em casa e evitar o contato com outras pessoas na escola, no trabalho e em ocasiões sociais por pelo menos cinco dias ou uma semana.
Se nesse meio tempo os sintomas da covid piorarem, procure o hospital. Se melhorarem, tente repetir o teste (se possível) e confira se houve alguma mudança no resultado.
O cuidado e o distanciamento devem ser ainda maiores se você tem contato com indivíduos que possuem alto risco de desenvolver as formas graves da covid, como idosos ou pacientes com o sistema imunológico comprometido.
Esse autoisolamento evita a criação de novas cadeias de transmissão do coronavírus na comunidade — o que, em última análise, pode representar um alívio para a situação da covid na sua região ou até no país inteiro.
*Com reportagem de André Biernath
As múltiplas cores da vida https://bit.ly/3fQkBY8
Nenhum comentário:
Postar um comentário