Palavra de ordem do PCdoB é frente ampla para isolar a extrema direita, diz Luciana Santos
Cerimônia de abertura do 16º Congresso do PCdoB contou com lideranças nacionais e estrangeiras, além de ampla militância, que lotou o auditório do Centro de Convenções Ulysses Guimarães
Priscila Lobregatte/Vermelho
O ato político de abertura do 16º Congresso do PCdoB, nesta quinta-feira (16), em Brasília, se converteu num momento de exortação à soberania, à democracia e à justiça social e de reafirmação da frente ampla como fator essencial para reeleger o presidente Lula e isolar a extrema direita.
O evento, realizado no Centro de Convenções Ulisses Guimarães, reuniu cerca de mil militantes e lideranças políticas e sociais, com destaque para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que encerrou o ato.
“Nosso país vive mais um momento crucial da nossa história. Temos diante de nós dois caminhos: ou seguimos pela via da soberania, do desenvolvimento e da democracia, ou retrocedemos ao autoritarismo e à submissão à extrema direita”, disse Luciana Santos, presidenta do PCdoB e ministra de Ciências, Tecnologia e Inovação.
A eleição de 2026, completou, “tem um caráter estratégico: será uma batalha do Brasil de Tiradentes, daqueles que defendem a independência, a soberania e o desenvolvimento, contra o Brasil do Joaquim Silvério dos Reis, dos entreguistas, dos traidores da pátria”.
Ao iniciar sua fala, Luciana destacou: “sempre valorizamos a convivência democrática com nossos aliados e também, muitas vezes, com nossos adversários. Cada vez mais precisamos zelar por essa convivência respeitosa, sobretudo em tempos em que a extrema direita vem disseminando a cultura do ódio, da intolerância e da violência. A palavra de ordem de nosso partido é frente ampla e isolar a extrema direita”.
Luciana salientou, ainda, que “diante das crises globais que estamos vivendo, mais do que nunca essa bandeira de cooperação internacional, de solidariedade e pela paz ganha contornos mais relevantes; é uma luta para combatermos as provocações imperialistas e da extrema direita”.
A presidenta do PCdoB também repudiou as agressões dos EUA contra a Venezuela e enalteceu a posição de Lula e do governo contra o genocídio do povo palestino e pelo cessar-fogo em Gaza. “O que o governo de extrema direita de Israel está fazendo contra os palestinos é um crime de lesa-humanidade”, afirmou.
A dirigente comunista também saudou a relação entre o PCdoB, o PT e o presidente Lula: “são 36 anos de uma aliança sólida pautada pela soberania nacional, pela democracia e pelos direitos da classe trabalhadora”.
Luciana ainda enfatizou o caráter do PCdoB: “Somos um partido que tem programa — um novo projeto nacional de desenvolvimento — com reformas estruturantes e defesa dos trabalhadores”.
Com relação às recentes investidas da direita e do imperialismo, Luciana ressaltou que as mesmas falharam e que “O Brasil reagiu com firmeza, unindo governo, Congresso, STF e sociedade na defesa da soberania e da democracia. A bandeira do Brasil voltou às mãos dos verdadeiros patriotas”.
Nesse cenário, destacou, “o governo Lula segue se destacando pelas conquistas sociais e pela retomada do desenvolvimento, com forte protagonismo internacional — do fortalecimento do Brics à realização da COP30 em Belém —, enquanto o bolsonarismo se desmascara e perde apoio”.
Por fim, afirmou: “O imperialismo e seus aliados internos usarão todos os meios para tentar reconquistar o poder. Por isso, é urgente construir uma ampla frente política, social e cultural em defesa de quatro bandeiras: soberania nacional, democracia, desenvolvimento e valorização do trabalho”.
Coragem e esperança
Primeira a falar, Bianca Borges, presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), enfatizou que “militar no PCdoB, hoje, é um ato de coragem e esperança em um Brasil atravessado por desigualdades profundas e por uma ofensiva autoritário que tenta corroer a democracia; o nosso partido permanece como a mais firme trincheira de luta por um país soberano, justo e popular”.
O prefeito do Recife, Pedro Campos (PSB), declarou que “uma democracia forte prevê partidos fortes, uma imprensa livre — e a gente sabe a história que o PCdoB tem no nosso país e na luta democrática brasileira”.
Campos lembrou, ainda, que suas duas gestões à frente da prefeitura, agora com o vice comunista Victor Marques, são mais uma prova “de que a esquerda brasileira está viva e está pronta para governar”.
O presidente do PT, Edinho Silva, salientou o caráter histórico da aliança entre PCdoB e PT: “Essa nossa construção perdura desde 1989; portanto, não é uma aliança eleitoral, mas sim de construção de um projeto de Brasil que hoje temos a oportunidade de reviver com a volta de Lula”. Portanto, concluiu, “o PCdoB é parceiro histórico e vai continuar sendo na jornada de construção do Brasil dos nossos sonhos”.
Wang Jialei, do Departamento Internacional do Comitê Central do Partido Comunista da China, leu mensagem encaminhada pelo partido: “Ao longo dos103 anos desde sua fundação, o PCdoB trilhou um caminho de lutas árduas e conquistas notáveis, expandindo-se de 73 membros iniciais para ceca de 400 mil filiados atuais e tornando-se um partido comunista de significativa influência na América Latina e Caribe”.
O PCdoB, prosseguiu, “mantém os ideais comunistas e a adesão ao marxismo, explorando ativamente os caminhos ao socialismo adequados à realidade nacional, empenhando-se pela justiça social, a melhoria do bem-estar do povo e fortalecimento da cooperação regional e promovendo a amizade e cooperação China-Brasil”.
Assista aqui https://www.youtube.com/watch?v=WYi_b4HUixw
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Leia também: O PCdoB ocupa o seu posto https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/10/minha-opiniao_66.html
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