EXTREMO CIO DA DIREITA EXTREMA
A cadela do fascismo está sempre no cio”, constatou e profetizou Bertold Brecht, genial teatrólogo e
comunista alemão. No Brasil contemporâneo, essa cachorra virou ninfomaníaca e,
nos dias em curso ronda quartéis e estradas uivando para reproduzir-se a todo
custo.
A frase célebre de
Brecht está no final da peça “A resistível ascensão
de Arturo Ui”, explicada no portal sescsp.org.br como “uma paródia sobre Hitler
escrita durante o exílio de Brecht em 1941, na Finlândia. Usando como pano de
fundo Al Capone e as guerras entre gângsteres, transpostas para a Alemanha
nazista, Brecht reproduz a tomada de poder e a anexação da Áustria. Criminosos
de guerra como Goebbels, Goering e Röhm são facilmente identificáveis”.
“Apois” a fusão de
nazifascistas e gangsters se repete como tragédia, e do
palco pula para a vida real no Brasil, se espalhando como pandemia. E tudo
indica que esse formato de crime político chegou para ficar. Estão juntas e
atuantes as milícias (que controlam as diferentes modalidades do crime
organizado), facções fundamentalistas religiosas (que se enraizaram entre
diversas crenças), a corrupção hipócrita (que aponta suposta falcatrua alheia
para ser corrupta livremente) e a histeria de uma extrema-direita fanática e
bem alimentada.
Apesar do frenesi do
momento, provocado pela derrota eleitoral, essa extremada
direita fundida com o crime organizado está se formando a olhos vistos desde as
grandes arruaças promovidas contra o governo Dilma Rousseff, em junho de 2013,
e que ficaram mais conhecidas pela palavra de ordem “não é só por 20 centavos”.
De fato, não eram por centavos, era mesmo para detonar a Democracia e subverter
as políticas de inclusão social, e usaram grupos e gangues de jovens, inclusive
vindos das periferias onde essas políticas sociais começavam a dar frutos, mas
sofriam idas e vindas em função da crise econômica.
Assim, não é por
acaso nada disso que está acontecendo no País. Se
trata de movimentos articulados e financiados por oligarcas viciados em
amealhar fortunas do dinheiro público e que não admitem nenhuma política de
inclusão social. Vício de cinco séculos de grupos que nunca aceitaram o fim da
escravatura, nem a conceituação de indígenas como humanos; vícios misóginos,
racistas, homofóbicos; vício em não pagar impostos, vício em privilégios, vício
em ter as forças armadas como milícia submissa. Vício em desrespeitar eleições.
É um cio vicioso, longevo, em reprodução monstruosa. [Ilustração: Miguel Paiva]
Leia também: Ação golpista mal ensaiada https://bit.ly/3FJzshY
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