Xadrez das insurreições bolsonaristas
Mas não deve haver ilusões: o país enfrenta nitidamente uma
conspiração com participação de think tanks, pastores evangélicos, agentes
infiltrados nas corporações públicas, inclusive no Exército, estimulando
teorias conspiratórias.
Luís
Nassif, Jornal GGN
Como entender o que
se passa hoje no país, com multidões de zumbis, repetindo teorias
conspiratórias das mais amalucadas, e acampando em frente aos quartéis?
Trata-se de um
xadrez complexo, que envolve muitos personagens, um clima de mal-estar
generalizado em relação às limitações do modelo democrático liberal, em cima
dos quais atuam ideólogos e agentes provocadores, invocando vários instrumentos
do fascismo histórico.
Peça 1 – como ocorrem os golpes
civis
Nas duas últimas décadas multiplicaram-se os chamados golpes
civis, sem o velho modelo de intervenção militar, mas com uso intensivo das
redes sociais, insuflando a revolta popular. Foram batizados de “revoluções
coloridas”, ou “primaveras”.
Não é um fenômeno simples e individual, como um golpe militar.
Há a necessidade de uma insatisfação mais disseminada, que se espraia por
vários grupos e organizações. É nesse caldeirão que atuam os demais personagens:
os agentes ideológicos, os financiadores e a malta propriamente dita.
alimentada por teorias conspiratórias.
O fato de existir um clima prévio de insatisfação impediu muitos
analistas de enxergarem o todo. Passaram a enquadrar os movimentos pós-2013 na
categoria de geração espontânea e qualquer tentativa de identificar influências
externas foram tratadas como “teoria conspiratória”.
Isso porque
havia o movimento de uma rapaziada em torno da bandeira do passe-livre,
provavelmente nascido espontaneamente do ativismo digital. Havia (e há) um
caldeirão de insatisfações diversas, no qual se movem estruturas organizadas
para dirigir o movimento de manada para os jogos políticos.
Em 2015, o livro “Guerras Híbridas: Das Revoluções Coloridas aos Golpes”, de Andrew Korybko, traduzido para o português pela Expressão Popular, sistematizou os pontos em comum entre as diversas “revoluções coloridas”.
Um dos diagramas mostra o funcionamento desses movimentos.
No comando da organização, há os ideólogos fornecendo o cimento
que juntará todos os tijolos. Abaixo deles, os financiadores e o social – os
institutos e ONGs que passaram a organizar movimentos jovens por vários países.
Essas ONGs, das quais a mais notória é a Atlas Network, monta
treinamentos para jovens atuarem politicamente nas redes sociais e na vida
real. A partir daí geram um conjunto de informações, fatos e teorias
conspiratórias que alimentam a mídia.
O símbolo de
punho cerrado remete ao movimento original, que forneceu o know how e a
inspiração para os demais: o Otpor, sobre o qual se falará mais abaixo.
Cada um desses núcleos possui um patrocinador. No caso brasileiro, em geral organizações norte-americanas. Depois, os chamados Tenentes/Assistentes – os movimentos tipo Vem Pra Rua, MBL, Passe Livre etc. Finalmente, os civis/simpatizante, na sua versão atual infestando as portas dos quartéis.
Se o Ministério Público Federal quiser sucesso em sua empreitada de investigar os sediciosos, tem que identificar os ideólogos (que articulam todas as peças do jogo) e os financiadores.
Peça 2 – a criação da
tecnologia do golpe
A tecnologia das chamadas “revoluções coloridas” veio da Sérvia,
no levante de 2000. Depois, houve a Revolução das Rosas, na Geórgia, em 2003; a
Revolução Laranja, na Ucrânia, em 2004, e a Revolução das Tulipas, no
Quirguistão, em 2005, todas elas no rastro do desmanche do império soviético.
A primeira
organização que emergiu dessas manifestações foi a Otpor, constituída por jovens da Sérvia, que depois
adotou o nome de Canvas. Seu símbolo esteve presente em vários movimentos,
inclusive nas jornadas de 2013 no Brasil.
Leia
também: Suplantar a cultura do ódio é uma luta de longo curso https://bit.ly/3Us8tfj
Conforme trabalho de 2009 (quatro anos antes das manifestações
brasileiras) por Felipe Afonso Ortega, na tese de mestrado de relações
internacionais “Cores da Mudança? As
Revoluções Coloridas e seus reflexos em política externa” pela
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, havia um padrão comum a todos
esses movimentos.
- Participação
direta dos Estados Unidos, através do Departamento de Estado ou think
tanks. Há uma divergência menor: se o apoio norte-americano (e europeu)
foi essencial para o movimento, ou apenas ajudou a turbinar um
descontentamento que já mobilizava a população.
- Adesão dos
revoltosos aos Estados Unidos, Europa e OTAN.
- Ligações
transnacionais entre todos esses movimentos.
- A utilização de
eleições (nem sempre presidenciais) para contestar abertamente o governo
e/ou o regime vigente.
- Uma grande
participação popular, não apenas durante as eleições, mas também antes e,
se necessário, após os processos de votação, para contestar possíveis
fraudes.
- E uma mudança
significativa de governo, às vezes acompanhada por mudança de
regime.
·
O episódio brasileiro mais revelador foi a própria eleição de
Bolsonaro. Nos primeiros meses de governo, além de um lambe-botas humilhante em
relação aos Estados Unidos, vendeu a ideia da entrada do Brasil na OCDE (o
grupo de países desenvolvidos), embora provavelmente não tivesse a menor ideia
sobre o seu significado.
·
Mark Bessinger, professor de Princeton e um dos autores mais
citados sobre o tema “primaveras”, com o livro “Structure and Example in
Modular Political Phenomena: The Diffusion of Bulldozer/Rose/Orange/Tulip
Revolutions Perspectives on Politics”, mencionou::
“O governo Americano gastou 65
milhões de dólares promovendo a democracia na Ucrânia nos anos imediatamente
precedentes à Revolução Laranja. Em maio de 2005, Bush viajou para Tbilisi,
onde caracterizou a Revolução das Rosas como um exemplo a ser seguido por todo
o Cáucaso e pela Ásia Central. Sob a influência das comunidades da sociedade
civil que elas servem e de seus financiadores governamentais (…), um grande
número de ONGs americanas (Freedom House, National Endowment for Democracy,
National Democratic Institute, International Republican Institute e a Fundação
Soros) silenciosamente passaram a adotar modos mais confrontacionais de
promover mudanças”.
Peça 3 – os think tanks no
Brasil
Todas essas revoluções – incluindo as manifestações de 2013 no
Brasil – tiveram apoio ostensivo de Institutos e ONGs norte-americanos.
Não significa necessariamente que o grupo original do Passe
Livre tenha sido pau-mandado de ONGs externas. Mas, a partir de determinado
momento, houve o apoio direto de agências de publicidade ligadas ao Partido
Democrata e que se especializaram em aporte operacional a movimentos dessa
ordem.
Antes mesmo de 2013, houve os primeiros ensaios, como o
Movimento Cívico pelo Direito dos Brasileiros, conhecido como Cansei,
organizado pelo então empresário João Dória Jr. Ou o Dia do Basta, em 2013.
A organização com maior penetração no país foi a Atlas Network, uma rede de think tanks americana canalizando recursos públicos do Departamento de Estado Norte-Americano e do National Endowment for Democracy (Fundação Nacional para a Democracia – NED) para estruturar, financiar e dar treinamento a uma série de afiliadas pelo mundo.
Os braços da Atlas Network no Brasil
No Brasil, o
principal ativista e o ponto de contato com esses think tanks é Winston Ling,
herdeiro do grupo Olvebra, de uma família ligada a Chiang Kai-shek, um dos governos mais corruptos da história,
derrubado por Mao Tse Tung. Com a queda, famílias como a Ling e a família Pih fugiram
para o Brasil com parte do patrimônio acumulado.
Ling não se envolve
diretamente nos negócios da família, é considerado um bon vivant. Seu feito
empresarial mais conhecido foi ter adquirido os direitos do concurso Miss
Brasil.
Ele vive em Hong Kong, onde dirige a Ouray Iniciative, de defesa da autonomia da região.
Peça 4 – o fator religioso
O segundo personagem relevante desses movimentos são pastores
pentecostais.
Há dois movimentos que explicam sua ascensão no país – ambos
ligados à geopolítica norte-americana.
O primeiro, o Relatório Rockefeller, fruto de sua viagem à
América Latina em 1969.
Batizado de “A qualidade de vida nas
Américas”, o relatório trazia conclusões interessantes. Uma delas
era a ampliação do uso do rádio transistor que afetaria as expectativas de
“milhões que ficam isolados por analfabetismo e por localizações remotas” e,
sabendo que existiam modos de vida diferentes, “nunca mais se contentaram em
aceitar como inevitáveis os padrões do passado”. O que comprova que toda
mudança tecnológica na comunicação desorganiza o mercado de informações
trazendo instabilidade.
Leia
também: Ação golpista mal ensaiada https://bit.ly/3FJzshY
Um ponto positivo foi chamar a atenção para a relevância da
ciência e da tecnologia no crescimento e, consequentemente, na estabilidade
democrática do continente. A Fundação Rockefeller foi relevante para acelerar a
biotecnologia e a pesquisa agrícola e nuclear no país.
Há trechos dedicados à Igreja católica, com preocupações
explícitas:
“As comunicações modernas da
Igreja e a educação crescente têm causado uma agitação entre as pessoas que
teve um impacto tremendo na Igreja, tornando-a uma força dedicada à mudança –
mudança revolucionária se necessário.
A Igreja pode estar um pouco na mesma situação que os jovens – com um profundo idealismo , mas como resultado, em alguns casos, vulneráveis à penetração subversiva; pronto para empreender uma revolução, se necessário, para acabar com a injustiça, mas não está claro quanto à natureza última da própria revolução ou quanto ao sistema governamental pelo qual a justiça que ela busca pode ser realizada”.
Atribui-se a essa visita de Rockefeller a iniciativa americana de substituir a influência da Igreja Católica no país – especialmente o ativismo das comunidades eclesiais de base – por novas formas de religiosidade, estimulando a expansão do neopentecostalismo no país.
Não por
coincidência, as primeiras notícias sobre a nova religião aparecem na primeira
metade dos anos 70, em matéria de capa da revista Veja.
O ex-MInistro
Eugênio Aragão chama a atenção para outro personagem:
“Importante explorar o papel do
Summer Institute of Linguistics (SIL) durante o governo Geisel, para trazer o
pentecostalismo ao Brasil como alternativa ao catolicismo. A fachada era o
trabalho missionário de indígenas, mas esse instituto se converteu no
verdadeiro think-tank e atuador na importação do pentecostalismo no Brasil”.
Peça 4 – o pacto político de Reagan e João Paulo 2o
Mas a pá de cal nos movimentos eclesiais de base, deixando o
campo aberto para o neopentecostalismo, foi dado pelo Papa João Paulo 2o, em um
pacto com o governo Reagan.
Principal
estudioso do pacto Reagan-João Paulo 2o, Mark Riebling traz informações
definitivas em seu livro “A
equipe da Guerra Fria do Papa João Paulo II e Ronald Reagan” com base em arquivos ultrassecretos do
Conselho de Segurança Nacional, disponíveis na Biblioteca Ronald Reagan em Simi
Valley, Califórnia.
“Na verdade, os documentos revelam uma corrida contínua para reforçar o apoio do Vaticano às políticas dos Estados Unidos. Revelam também um Vaticano que age politicamente, mas sempre de forma altamente espiritual”.
O papel político “altamente espiritual” de João Paulo 2o para desmontar a teologia da libertação pode ser conferido no trabalho “O Vaticano e a Igreja no país”, de Ivo Lesbaupin, Sociólogo da Universidade Federal do Rio de Janeiro Centro Joao XXIII – /SER.
“O documento de Santa Fé I, de 1980, que propunha a política norte-americana para a América Latina a ser implementada pelo governo Reagan, dizia: “( … ) A política exterior dos EUA deve começar a enfrentar (e não simplesmente reagir posteriormente) a Teologia da Libertação tal como é utilizada pelo clero da Teologia da Libertação. O papel da Igreja na América Latina é vital para o conceito de liberdade política. Lamentavelmente, as forças marxistas-leninistas utilizaram a Igreja como uma arma política contra a propriedade privada e o sistema capitalista de produção, infiltrando a comunidade religiosa com idéias que são menos cristãs que comunistas “.
O artigo lista algumas das intervenções do conservadorismo do Vaticano no Brasil:
- 1984 – Fevereiro: o cardeal Dom Eugênio
Salles suspende a Missio Canônica de Frei Clodovis Boff, que era professor
da PUC desde 1978. A suspensão atinge também Frei Antônio Moser. –
- Maio: inspeção
nos seminários e casas de formação. O cardeal Hoeffner visita o seminário
na Arquidiocese de sao Paulo.
- 7 de setembro:
colóquio de Leonardo Boff com Ratzinger em Roma. Depois de duas horas, a
conversação é acompanhada pelos Cardeais D. Aloísio Lorscheider
(presidente da Comissão Episcopal de Doutrina da CNBB) e D. Paulo Evaristo
Ams. De entrada, D. Paulo sugere que, para a elaboração do novo documento
da Teologia da Libertação, deveriam ser consultados os teólogos da
libertação, os episcopados onde há pastoral popular junto aos oprimidos
numa linha libertadora e o documento deveria ser elaborado no Terceiro
Mundo.
- Os cardeais D.
Aloísio Lorscheider e D. Paulo Evaristo Arns perdem vários dos seus cargos
nos dicastérios romanos.
- 1985 – 11 de
março: notificação romana sobre o livro de Leonardo Boff, Igreja, carisma
e poder. Aí se afirma que as opções analisadas no livro são de tal
natureza que 22 põem em perigo asa doutrina da fé( … )”. O teólogo acata a
decisão da Congregação para a Doutrina da Fé.
- 19 de março: em
visita ao Brasil, D. Agnello Rossi publica documento em que critica a Teologia
da Libertação: Verdades, erros e perigos da Teologia da Libertação.
O principal ideólogo desse conservadorismo era o teólogo Joseph
Aloisius Ratzinger, depois Papa Bento 16, de curto reinado.
Vale a pena conferir: A frente ampla diante da nação
dividida https://bit.ly/3EWSIbq
O jogo continuou no governo Bush.
Na biblioteca da Universidade de Princeton é possível consultar
o documento “Documento de Santa Fé II. A
estratégia americana. A política do governo Bush para a América Latina”,
continuação no Santa Fé I.
O início é terrorista:
“As Américas ainda estão
sob ataque. Alertamos sobre esse perigo em 1980 (1). O ataque se manifesta na
subversão comunista, terrorismo e tráfico de drogas”
E propunham uma
repressão severa às oposições:
“As forças contrárias ao
desenvolvimento devem ser diminuídas o máximo possível. Esta proposta não é
importante apenas porque apoia o direito dos regimes latino-americanos de
estabelecer os limites constitucionais da atividade política democrática”.
Havia propostas
para atrair os militares, aumentar o orçamento da USIA (Agência de Informação
dos Estados Unidos) e fortalecer o Escritório de Diplomacia Pública.
Havia propostas
específicas para os sistemas judiciais, com viés claramente repressivo:
“Para realmente promover os direitos
humanos, os EUA devem ajudar a fortalecer os sistemas judiciais na região.
Também deve diferenciar entre grupos de direitos humanos que apóiam o regime
democrático e aqueles que apóiam o estatismo”.
Obviamente, ênfase total na privatização das indústrias das
paraestatais:
“Os Estados Unidos devem
encorajar o desenvolvimento da iniciativa privada na América Latina por meio de
programas públicos e privados e fazer tentativas para acelerar a privatização
das indústrias paraestatais”.
E um chamamento à participação das instituições privadas:
“A opinião pública e as
instituições privadas nos Estados Unidos devem se encarregar da educação da
mídia e dos líderes comunitários quanto à natureza do conflito marxista-leninista
adaptado pelos nacionalistas aos problemas do subdesenvolvimento. O casamento
do comunismo com o nacionalismo na América Latina, porém, representa o maior
perigo para a região e para os interesses dos Estados Unidos”.
Peça 6 – a expansão do coronelismo neopentecostal
Em 5 de janeiro de 2020, o Jornal GGN trouxe a seguinte matéria:
“Como os
neopentecostais conquistaram o Brasil”, mostrando que adquiriu, por
aqui, características muito similares ao coronelismo da Velha República,
permitindo um controle absoluto sobre os fiéis.
Um relatório de 2014 sobre o movimento pentecostal na América
Latina, da consultoria espanhola Lorentz & Cuenca, traz boas
luzes sobre o avanço do movimento pentecostal na América Latina.
O estudo lembra o Relatório Rockefeller de 1969, que sugeria o
uso das igrejas como estratégia dos EUA e da CIA para deter o auge da Teologia
da Libertação. O Relatório Rockefeller se tornou uma lenda, mas é enquadrado
pelo trabalho na relação das teorias conspiratórias.
Mas não ignora a profunda influência americana nas primeiras
investidas neopentecostais.
As novas missões protestantes, especialmente as vindas dos
Estados Unidos, traziam novos rituais, baseados na conversão e no êxtase
religioso. Gradativamente foram se adaptando às condições latino-americanas, em
um processo de aculturamento originalíssimo.
(…) Cria-se um pentecostalismo latino, uma miscelânea religiosa
emulando várias características do catolicismo tradicional.
Enquanto
o protestantismo norte-americano se adaptava ao liberalismo do país, as igrejas
latino-americanas recriaram as relações patriarcais das fazendas, dos colonos
colocados sob o guarda-chuva protetor dos coronéis e da fé. Era o patriarcado
colonial adaptado às condições das megalópoles contemporâneas.
(…) Mencionado no trabalho, Jean-Pierre Bastian ressalta
que
“poderíamos dizer que nesta
‘hibridez’ se está lidando não só com a adaptação ao mercado latino-americano,
mas também com a criação de produtos originais, híbridos, que os
pentecostalismos ofereceram em toda a região. Isso se nota em particular a
partir da produção musical dos hinos, que de fato até os anos 70 era de origem
anglo-saxão, e que a partir de então se transformou em cantos diretamente
inspirados pelas tradições musicais populares endógenas. Hoje em dia, vemos se
desenvolver o que estes movimentos chamam de “Ministérios de louvor”, que
adotam a música local, em particular o samba ou outros gêneros tropicais como a
salsa etc. Inclusive se chamou a este tipo de expressão musical com algum tipo
de anglicismo como “salsa-gospel” ou “samba-gospel”.
Peça 7 – a reconstrução da democracia
Como se mostrou, o caos político do país – iniciado na década de
2010 – decorre da confluência de vários personagens, com ligações
internacionais, quase todos estimulados pela geopolítica norte-americana, a
parceria do Departamento de Estado com o clube dos bilionários.
Esse jogo, no Brasil, levou a ameaças concretas de dissolução do
conceito de nação, permitindo um pacto amplo das forças modernas contra o anacronismo
representado pelo bolsonarismo e pelas Forças Armadas – hoje em dia mais
parecidas com sub-sucursais do exército americano do que defensoras do
interesse nacional..
O fato Amazônia/meio ambiente muda o
cenário. Mesmo os Estados Unidos se dão conta do risco global representado pelo
desarranjo das instituições brasileiras.
Mas não deve haver ilusões: o país
enfrenta nitidamente uma conspiração com participação de think tanks, pastores
evangélicos, agentes infiltrados nas corporações públicas, inclusive no
Exército, estimulando teorias conspiratórias.
A luta pela democracia passa, agora,
pelo desmonte desses movimentos conspiratórios. Daí a necessidade do Ministério
Público, Polícia Federal, polícias estaduais centrar as investigações nos
cabeças desse jogo, os ideólogos e financiadores. Antes que um candidato a
general Olimpio Mourão Filho resolva sair a campo.
Leia também - Luciana Santos: Não pode haver no Brasil um teto fiscal que leve à fome https://bit.ly/3UtVnOS
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