Plano americano-israelense para a destruição palestina em Gaza
Enio Lins
NETANYAHU E TRUMP apresentaram um “plano de paz” (grafo com minúsculas, pelo demérito da coisa) para Gaza. O que se pode esperar de ambos? Trump é um ganhador de dinheiro voraz, ensandecido; Netanyahu é um assassino voraz, ensandecido. É uma dupla desalmada, letal e espoliativa. Mas, indubitavelmente, algo precisa ser apresentado pela dupla (se possível, com a parceria do Hamas) para efeito de marketing, pois o escândalo da matança dos palestinos é um dos maiores na história.
DEVE-SE LER O “plano de paz Bibi-Donald”. Ali estão contidas as metas imediatas da estratégia criminosa – e centenária – do sionismo mais extremado. O objetivo final é tomar conta, manu militari, não só de toda a região palestina, mas ir além dela, abocanhando pedaços do Egito, Síria, Iraque, Kuwait, Arábia Saudita, Jordânia e Líbano. Essa vasta área corresponde ao que a extrema-direita israelense entende como um presente inalienável do deus deles, que teria (segundo o fanatismo mais obtuso) determinado a execução das populações goi nativas desses perímetros do “Grande Israel”. Lembrem-se das “trombetas de Josué e as muralhas de Jericó” (em Js 6.1-2). Gaza é só um detalhe para essa turma que se considera ungida para ma tar.
NÃO HAVERÁ PAZ, para esses fanáticos sionistas de extrema-direita, enquanto gentios estiverem na posse dessas terras “prometidas por deus, aquele que é o que é”. Ponto. Ah, sim, estou grafando deus com minúscula porque se trata de uma concepção criminosa de uma divindade, criada à imagem e semelhança de criminosos insaciáveis pela dominação e expropriação de povos de cultura diferenciada da sua. Provavelmente, muitos desses bandidos que hoje matam sob estrela de seis pontas nem acreditam nalgum deus, nem no que juram ser o seu. Gaza, ou o que resta de seu desenho e ocupação original, será arrasada ao fim e ao cabo. Seus habitantes estão condenados pelo governo israelense à morte, seja pela faca, seja pela fome. Poucos que sobreviverem serão jogados ao vento, ampliando a populaçã o refugiada no mundo. Este é o plano, o velho plano urdido antes de Netanyahu e Trump nascerem.
QUANDO A ONU, nos primeiros momentos de sua fundação, em outubro de 1945, pensou em formular o Plano de Partilha da Palestina – como tentativa de pacificar o conflito mortal causado pelo afã sionista em ocupar o território palestino – a supremacia militar israelense já estava avançada em relação a seus vizinhos. União Soviética e Estados Unidos uniram-se para garantir, financiar e armar o estado sionista. Os britânicos tentaram se opor e seus representantes na região foram assassinados (vide explosão do Hotel Rei Davi, em 1946). Dos 49% das terras (palestinas) que as Nações Unidas propuseram para a instalação do Estado Palestino, praticamente nada sobrou; o Estado Israelense praticamente tudo ocupou. Restou Gaza. Restava. E a Cisjordânia está sumindo do mapa que deveria ser palestino. Esses são os fatos, contra os quais inexistem argumentos.
OS GRUPOS AUTOCRATAS que têm em Netanyahu e Trump seus representantes não renunciam a seu velho projeto criminoso, ignorando – em primeiro lugar – os vigorosos protestos da população judaica indignada, em todo mundo, com esse holocausto. Em Israel, grandes mobilizações acontecem contra o governo, como em agosto deste ano. O extremo-sionismo desdenha a condenação generalizada em todos os países. Além da supremacia militar, absoluta, no Oriente Médio, os racistas israelenses contam com o apoio incondicional dos Estados Unidos desde 1946 (essa política não é criação de Trump). Ao longo de 80 anos, Israel assalta territórios, mata ou exila palestinos, e os Estados Unidos dão garantias bélicas, financeiras e políticas, vetando, na ONU, quaisquer sanções aos governos israelitas. Plano de paz israelo-a mericano para Gaza? É uma piada mortal.
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