CONSOLAÇÕES
Chico de Assis* Há sempre um canteiro
onde podes regar a
flor
murcha nas
mãos.
E um leito pra
desaguar
o rio corrente dos
olhos.
Não desesperes. Tua
ternura
dissipou-se nas
armações
irreais da tua
classe.
Mas te espera
a ternura
esculpida
no barro batido
dos bairros
operários.
Ternura marcial
militar
de um filme de Jonh
Ford.
Não desesperes.
Dispõe teu amor
no chão sem
ladrilhos
recolhe o
resíduo
do erro cometido.
E não chores mais
o tempo perdido.
O tempo
(verdadeiro)
que se teve
não se perdeu!
[Ilustração: Alexandr Ilichev]
*Advogado, poeta
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um poema de Ferreira Gullar https://lucianosiqueira.blogspot.com/2022/12/palavra-de-poeta-ferreira-gullar.html
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