30 setembro 2006

Domingo vermelho de poesia e vitória

Com dona Severina, em Pazeres
Foto TUCA SIQUEIRA
Seguiu pelo correio eletrônico e aqui vai transcrita, nas notas que se seguem, carta às amigas e amigos que nos acompanham na campanha eleitoral.

Minhas amigas, meus amigos:

Desejo compartilhar com vocês minhas impressões sobre a campanha nessa reta final e decisiva. E, em poucas palavras, acentuar a relação de companheirismo, de amor e de confiança na justeza das nossas idéias e na força do nosso povo.

Confiança na força do povo

Apoio entusiasta e generoso em Camaragibe. Foto TUCA SIQUEIRA

Aprendi muito na campanha. No contato direto com o povo, especialmente com as pessoas mais simples – de uma espontaneidade comovente na expressão de suas críticas, de suas inquietações e do seu apoio; generosas nas repetidas e emocionantes manifestações de carinho.

Aprendi muito no relacionamento com os participantes da campanha, nos diversos níveis - observando o modo de sentir, de ser e de agir de integrantes dos grupos de coordenação, de assessores, de ativistas responsáveis pelas diversas áreas de trabalho; e aprendi com aquela gente simples que nos ajuda conduzindo bandeiras e cartazes. Procurei sempre me aproximar de todos, ainda que superficialmente, buscando colher impressões e compartilhar sentimentos. Fica desse aprendizado mútuo a reafirmação da minha crença inabalável no potencial transformador do nosso povo.

Confronto direto com adversários

Aprendi muito no enfrentamento dos adversários. No confronto direto com o ex-governador Jarbas, desde o momento em que ele se pronunciou de maneira tão infeliz, pelo teor reacionário, contra o programa Bolsa Família. Ali, além da crítica contundente, porém respeitosa, sem nenhum traço de ataque pessoal, cabia firmar publicamente a posição de um candidato ao Senado que, embora partindo em evidente desvantagem, tinha coragem suficiente para enfrentar o ex-governador. A repercussão foi a melhor possível – pelo conteúdo da crítica, pela força do gesto. É comum nas caminhadas em localidades da periferia do Recife e da Área Metropolitana, e também no interior, ouvir das pessoas mais humildes que “esse é o Senador do Bolsa Família”. Também escuto: “Parabéns! Você teve a coragem de enfrentar o poderoso e todo-protegido pela mídia Jarbas Vasconcelos”. Outros me telefonam e me escrevem dizendo: “Você já é vitorioso!”

Vale a pena falar a verdade

Comício em Santa Cruz do Capibaribe. Foto TUCA SIQUEIRA

Constatei, mais uma vez, nesse enfrentamento de adversários momentaneamente poderosos e sem nenhum escrúpulo, que a guerra eleitoral se trava em todas as frentes – na TV, no rádio, na Justiça Eleitoral, na mídia, além das ruas. E que eles são capazes de tudo, de agir em todas as instâncias possíveis no afã de confundir, de distorcer a verdade e de conquistar o voto a qualquer custo.

Mas pude consolidar, uma vez mais, a convicção alimentada em toda a minha vida e em minha trajetória militante, de que acima de tudo vale falar a verdade e encarar o debate de idéias, sem jamais pretender atingir pessoalmente a ninguém, nem ao mais desqualificado dos adversários.

Domingo próximo nossa batalha pela vaga no Senado se encerra. Lutaremos até o último instante, presente nas ruas, pela conquista do voto. Por convicção e por estilo: jamais arriamos nossas bandeiras vermelhas, nunca deixaremos de lutar!

A batalha pelo segundo turno

Mas a nossa luta não se encerra no domingo. Estamos dando tudo, o melhor de cada um, para levarmos a disputa pelo governo estadual ao segundo turno – e no segundo turno elegermos Humberto Costa. Pois vencer em Pernambuco é importantíssimo, não apenas pela oportunidade de colocar nosso estado num rumo sintonizado com o projeto de desenvolvimento sustentável, com distribuição de renda e valorização do trabalho, que marcará o segundo governo Lula; como também para cerrar fileiras em defesa do mandato do presidente, ameaçado pelas manobras golpistas do PFL e do PSDB, que prosseguirão tão logo sejam apurados os votos domingo. Então, a eleição de governadores, deputados federais e estaduais do nosso lado é imprescindível na atual fase da vida do país e de Pernambuco.

Poesia e luta

Neste domingo, vestindo vermelho, estaremos todos unidos pelos mesmos ideais e pelo mesmo sentimento. De vermelho quem sabe nos cruzaremos nas ruas do Recife e de Olinda, onde circularei ao lado de Humberto Costa, de Luciana Santos e de João Paulo. Se nossos olhares se cruzarem, que seja como no poema de Cecília Meireles:

Basta-me um pequeno gesto,
feito de longe e de leve,
para que venhas comigo
e eu para sempre te leve...

Afetuoso abraço,

Luciano

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História: 30 de setembro de 1982


O 34º Congresso da UNE, em Piracicaba, SP, elege pela 1ª vez uma presidente mulher, Clara Araújo. (Vermelho www.vermelho.org.br).

Bom dia, Pablo Neruda


A poesia

A poesia é sempre um ato de paz.
O poeta nasce da paz como o pão
nasce da farinha.

(Tradução de Thiago de Mello).

29 setembro 2006

JC não publica foto de nossa caminhada. Por que?

Uma falha difícil de entender. Realizamos ontem à tarde no Recife a maior manifestação de rua de toda a nossa campanha. Em Olinda também. O Jornal do Commercio não publica nenhuma foto. Por que será? Fotos das atividades de Mendonça Filho e de Eduardo Campos o jornal publica na edição de hoje.

Baluarte da campanha

Glauco cola adesivo em casa de sertanejos. Foto TUCA SIQUEIRA.

Se preciso for, ele é capaz de colocar em vinte quatro horas um piano de calda no centro da cidade de Salgueiro – desde que se convença da importância disso para a luta do povo. Esse é Glauco Pinto, um dos baluartes de nossa campanha.

Por que Lula não foi ao debate da Globo

A carta de Lula à Rede Globo:

Venho agradecer, respeitosamente, o convite desta emissora para participar do debate sobre as eleições presidenciais, marcado para hoje. Sou um dos políticos que mais participou de debates eleitorais neste país. No entanto, é fato público e notório o grau de virulência e desespero de alguns adversários, que estão deixando em segundo plano o debate de propostas e idéias, para se dedicar, quase exclusivamente, aos ataques gratuitos e agressões pessoais.

Tenho demonstrado, em toda a minha vida, compromisso com os princípios democráticos e disposição para enfrentar qualquer tipo de debate. Somente na TV Globo, participei de três entrevistas ao vivo no ''Jornal Nacional'', no ''Jornal da Globo'' e no ''Bom Dia Brasil'' com perguntas livres e contundentes. O tom polêmico destas entrevistas, e a maneira como me comportei, demonstram que não tenho receio de enfrentar o debate franco e democrático. Não posso, porém, render-me à ação premeditada e articulada de alguns adversários que pretendiam transformar o debate desta noite em uma arena de grosserias e agressões, em um jogo de cartas marcadas.

Aproveito para reafirmar o meu respeito à TV Globo e parabenizá-la pelo trabalho isento que vem fazendo na cobertura destas eleições.

Atenciosamente,

Luiz Inácio Lula da Silva

Cena de campanha

Foto TUCA SIQUEIRA
A foto fala por si mesma. O entusiasmo da eleitora de Camaribe, no transcurso de uma carreata, estimula para a luta nessa reta final.

História: 29 de setembro de 1992


A festa do impeachment no plenário da Câmara.

Por 441 votos a 38 a Câmara afasta Fernado Collor da Presidência para ser julgado pelo Senado. Do lado defora há 100 mil manifestantes, e incontáveis no país inteiro. O vice Itamar Franco assume. (Vermelho www.vermelho.org.br).
Três contra Lula e a favor de quem?

Na Folha de São Paulo de hoje:

O debate entre os principais candidatos à Presidência realizado ontem pela Globo transformou-se num processo de acusações contra um presidente em exercício, no caso Luiz Inácio Lula da Silva, que só no começo da noite enviou carta à emissora para anunciar que não compareceria.

O tiroteio sobre o presidente foi de sugestão de Cristovam Buarque (PDT) para que renunciasse, em caso de reeleição, até a afirmação da senadora Heloísa Helena (PSOL) de que o PT se transformou "em organização criminosa comandada pelo presidente".

Mesmo Geraldo Alckmin, o mais contido dos três debatedores, como é de seu estilo, disse que o mensalão, "visão autoritária de um poder comprando e subjugando outro poder", foi "tramado no Palácio do Planalto, através da cúpula do PT".

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Geração de emprego e favoritismo de Lula: tudo a ver



No portal Vermelho http://www.vermelho.org.br/:

Há uma relação de correspondência entre o favoritismo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas e os índices de geração de empregos mostrados nesta quarta-feira pelo Rais (levantamento do Ministério do Trabalho). Quem o demonstrou foi o jornalista Ilimar Franco do Globo, com uma tabela eloqüente, a partir de um comentário de seu colega Henrique Gomes Batista. Confira.

Ilimar franco comenta os dados sob um título sóbrio: Uma contribuição para o debate. E, de fato contribui, coisa que anda rareando na mídia grande.

"Independente de vencer ou não as eleições, com base nestes números é possível obter informações objetivas sobre as razões do desempenho do presidente Lula. Os dados mostram que há mais, entre o céu e a terra, do que políticas sociais e a suposta frouxidão moral dos eleitores. Estamos disponibilizando esse dados para permitir que todos os analistas políticos tirem as melhores conclusões do resultado das eleições. Ganhar ou perder faz parte da vida política. Assim como também faz parte tirar as conclusões corretas ou equivocadas. Quem faz um bom diagnóstico ganha, mesmo quando perde; quem não entende o que acontece à sua volta perde, mesmo que tenha vencido a batalha mais recente. Cada um escolhe o caminho a trilhar", observa o jornalista.

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Bom dia, Cida Pedrosa


Bolas de vidro

para Luciano Siqueira

sob as patas dos cavalos
o asfalto de vidro
derrapa a farda

os meninos brincam
com bolas-de-gude

os soldados de chumbo
em posição de ataque
empinam cachorros
e sacam baionetas

as meninas escondem a bailarina
da caixinha de música

os teus olhos encontram os meus
entre nós: lágrimas e caos

chove chuva de sal no sol
é o casamento da raposa

as pernas se movem
em direção ao mar

nos ouvidos
latidos sirenes solidão

asas nos transportam para a aurora

o capibaribe é ponto de esconder
as pontes são pontes de arribação

(Do livro Gume).

28 setembro 2006

Lula no debate da Globo. A opinião de Renildo

Foto TUCA SIQUEIRA

O deputado Renildo Calheiros (PCdoB-PE), candidato à reeleição, é hoje sem dúvida um dos parlamentares mais influentes no Congresso Nacional, considerado indispensável como articulador da base de sustentação ao provável segundo governo Lula. Orador vibrante e, ao mesmo tempo, observador arguto da cena política. Sua opinião é valorizada por aliados e adversários.

Perguntamos a Renildo se o presidente Lula deve comparecer ao debate da Rede Globo, programado para a noite de hoje. No quadro atual o presidente tem quase nada a ganhar indo ao debate. Não pelo debate em si, mas pela exploração negativa que certamente a mídia fará até domingo, por melhor que seja desempenho do presidente. Se ele pretendia não comparecer, melhor seria ter anunciado com antecedência. Hoje talvez seja desgastante não comparecer, embora pesando tudo, melhor mesmo seria deixar o debate de lado – argumenta o companheiro Renildo.

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Combatentes esforçados

Foto TUCA SIQUEIRA
Carla e Wildson, cartazes à mão, correm para acompanhar a é a carreata em Camaragibe, ontem à tarde. Todo esforço é válido na reta final.

Olinda e Recife encerram campanha de rua

O centro do Recife hoje será todo festa, com a grande passeata da coligação Melhor pra Pernambuco, nu rumo do segundo turno. A concentração começa às 15 horas na Praça Oswaldo Cruz. Entre 16 e 17 horas, no limite, a passeata sairá pela Avenida Conde da Boa Vista.

Em Olinda também tem passeata. Começa às 16 horas defronte a agência da Caixa Econômica, na Avenida GetúlioVargas, e termina na Praça João Lapa, no Varadouro, por trás da Câmara Municipal, com um comício liderado pela prefeita Luciana Santos.

Língua de chama

Se nenhum cidadão pode ser preso, salvo se flagrado cometendo algum delito, até domingo, dia da eleição, por que foi decretada a prisão preventiva de cinco acusados de envolvimento no incidente da compra do dossiê contendo supostas irregularidades no Ministério da Saúde cometidas na gestão de José Serra? Um artigo de Maurício Hashizume (veja www.cartamaior.com.br) sugere que a “Ordem de prisão preventiva de seis acusados foi apenas uma língua de chama de uma fogueira que arde com cada vez menos intensidade. Perda de força para casos que correm em paralelo fica nítida no comportamento da oposição.”

Adiante, assinala: “O grau de virulência do episódio passou a ser pulverizado principalmente pela eclosão de outros casos correlacionados. Um deles foi a abertura de inquérito, pelo delegado da PF em Cuiabá, Diógenes Curado Filho, para a investigação do empresário Abel Pereira. Ele é acusado de participar tanto do caso de negociações do dossiê com membros da família Vedoin como de manter ligações suspeitas referentes à “máfia das sanguessugas” com o ex-ministro da Saúde no governo de Fernando Henrique Cardoso, Barjas Negri, hoje prefeito de Piracicaba.”

Lula: agora e depois

Em nossa coluna no portal Vermelho, hoje, abordamos as intenções golpistas do núcleo oposicionista constituído pelo PSDB e peloPFL. Eis um trecho:

"...a tática do núcleo oposicionista se direciona para três objetivos concatenados. O primeiro, que parece muito difícil, seria impedir a vitória de Lula já no primeiro turno. O segundo, na hipótese de Lula ser reeleito domingo, prosseguir imediatamente as manobras destinadas a questionar a legitimidade da reeleição, argüindo com atos ilícitos atribuídos a ex-auxiliares do presidente. Terceiro, operar via Judiciário e também através do Congresso Nacional, no intuito de interromper o mandato presidencial. Ou seja: um plano golpista bem à moda da velha UDN, na melhor tradição antidemocrática da elite brasileira.

Nesse quadro, importa não apenas uma vitória expressiva de Lula domingo próximo, como a eleição de uma maioria de governadores, deputados federais e senadores sintonizados com o presidente reeleito - para assegurar condições de governabilidade e repelir com vigor a trama golpista."


Clique aqui http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=8051 para ler o texto na íntegra.

História: 28 de setembro de 1885


Lei do Sexagenário liberta os (poucos) escravos com mais de 65 anos, mas agrava a pena para o “crime” de acoitar escravo fugido. (Vermelho http://www.vermelho.org.br/).

Ibope e Datafolha confirmam vantagem de Lula

A chance real de Lula vencer no primeiro turno se mantém nos índices registrados ontem nas pesquisas Ibope e Datafolha. Há uma ligeira discrepância entre as duas pesquisas. No Ibope, as intenções de voto em Alckmin caem, enquanto no Datafolha o candidato do PSDB alcança pequeno crescimento. Já o presidente Lula cresce no Ibope e se mantém no mesmo patamar anterior no Datafolha. O presidente teria hoje 53% dos votos válidos, tanto no Ibope como no Datafolha.

As oscilações de Heloisa Helena, que já esteve em 10% e nas últimas pesquisas alcança entre 7 e 8%, se dão na mesma faixa do eleitorado de Alckmin – segmentos mais ricos da população.

27 setembro 2006

Bom dia, Marcelo Mário de Melo


QUEM O FARÁ?

Purgar os erros.
Lembrar os mortos.
Fecundar os sonhos.
Festejar as vitórias.

Se não fizermos isto
pela nossa causa
quem o fará?

Carreatas animam campanha hoje

Carreatas dão impulso à campanha. Foto TUCA SIQUEIRA.

Nesta quarta-feira, 27/09, três grandes carreatas reforçarão a campanha da coligação Melhor pra Pernambuco nesta reta final rumo ao segundo turno. No Recife, saindo às 9horas no Campo do Lagoão, em Lagoa Encantada, e encerramento na Praça Mauriceia, na Vila do IPSEP.

Em São Lourenço e Camaragibe, com saída às 15 horas no Posto Petrobrás, próximo a Fábrica de Ração Purina, em São Lourenço, e com encerramento no Parque Cidade de Camaragibe, na entrada de cidade.

Também no Recife, com concentração às 16 horas, com saída às 17 horas ao lado da Igreja São Francisco (UR-7 Várzea), a última carreata do dia se encerra na Praça da Torre.

História: 27 de setembro de 1927


A polícia dissolve a bala comício eleitoral do BOC (Bloco Operário e Camponês); 1 operário morto. (Vermelho www.vermelho.org.br).

431 personalidades apóiam Lula já no primeiro turno


A reeleição de Lula recebeu o apoio de 431 intelectuais, artistas e líderes religiosos e de movimentos sociais. No manifesto “Com Lula, nossa responsabilidade social”, personalidades como Candido Mendes, Maria da Conceição Tavares, Emir Sader, Leonardo Boff (foto), Jurandir Freire Costa e Dom Waldyr Calheiros defendem a reeleição já no primeiro turno. Segundo o documento, a vitória em 1º de outubro fortalecerá ainda mais o presidente Lula, que estará “livre de pressões poderosas em contrário, capaz então de realizar e ampliar transformações que a sociedade exige”.

Veja a íntegra do Manifesto no portal Vermelho (http://www.vermelho.org.br/).

Impressões sobre o debate na Rede Globo

Debate eleitoral na TV não é fácil. Todo ele é tenso, sobretudo numa fase final de campanha onde qualquer deslize pode custar perdas irreparáveis. Todo candidato comparece ao debate tendo como primeiro objetivo não perder; e, se for possível, ganhar.

O debate da Rede Globo que se iniciou na noite de ontem e terminou no início da madrugada de hoje não foi diferente. Os principais candidatos – Mendonça Filho, Humberto Costa e Eduardo Campos – procuraram desempenhar o papel que cabia a cada um, nas atuais circunstâncias.

Mendonça desejava aparecer como o governante capaz de enfrentar a bateria de críticas dos adversários – e até que conseguiu o seu intento, numa certa medida. Mas mostrou-se nervoso, inseguro e às vezes excessivamente tímido. Perdeu com isso.

Eduardo Campos, visivelmente cansado e nervoso, só da metade em diante melhorou o seu desempenho. Esmerou-se em aparentar bomocismo, adequado a quem espera chegar ao segundo turno a salvo do tiroteio de denúncias e ataques que ganhou corpo nas últimas três semanas. Não se pode dizer que perdeu o debate, mas esteve aquém do que seria natural esperar.

Humberto Costa, consideradas as circunstâncias que tem vivido como candidato e a forma competente como apresentou suas idéias, teve ótimo desempenho. Embora tenha aceitado o confronto inicial com Mendonça, e o tenha feito com certa agressividade (talvez excessiva), equilibrou-se em seguida, conservou a serenidade e seguiu em frente com bom desempenho. Beneficiou-se por ser o último a fazer as considerações finais – e se saiu muito bem.

É possível que o debate não repercuta diretamente sobre a curva de intenções devoto ora verificada – Mendonça na frente, Eduardo e Humberto tecnicamente empatados. Porém terá influência importante no ânimo da militância pró-Humberto. Afinal, ele compareceu ao debate como um boxeador que vem sendo atacado com rara intensidade, através de golpes baixos e com conivência do juiz; e que reúne suas energias para o contra-ataque. Nesse sentido, talvez tenha sido o candidato quem ais se beneficiou do debate.

Agora, permitam uma impressão final de quem acompanha Humberto muito de perto. Submetido a toda sorte de ataques como vem sendo, é mesmo um candidato muito preparado tanto política, técnica e psicologicamente.

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26 setembro 2006

Boa tarde, Manoel Bandeira


O impossível carinho

Escuta, eu não quero contar-te o meu desejo
Quero apenas contar-te a minha ternura
Ah se em troca de tanta felicidade que me dás
Eu te pudesse repor
- Eu soubesse repor -
No coração despedaçado
As mais puras alegrias de tua infância!

Cena de campanha

Foto TUCA SIQUEIRA

Uma das manifestações mais vibrantes da campanha ocorreu em Santa Cruz do Capibaribe, na quilométrica caminhada e no comício que aconteceu em seguida, no centro da cidade. Destaque para o prefeito José Augusto Maia (na foto com o microfone), que canta, agita, chama palavras de ordem – um verdadeiro “líder multimídia”.

Nossa candidatura cresce


Nossa candidatura tem crescido, sim. Recolhe intenções de voto que beiram os 20% em várias cidades de certo porte, como Recife, Olinda, Cabo de Santo Agostinho, Pesqueira, Garanhuns, Petrolina, entre outras. E dá sinais de que crescerá mais ainda nesses últimos dias. Um conjunto de fatores concorre para isso, despertando palpites de toda orem. Não faltam “analistas” dispostos a esclarecer as razões do êxito eleitoral relativo e do bom resultado político. Alguns exageram nos elogios ao desempenho do candidato. Outros, mais realistas, depositam parcela expressiva do nosso crescimento ao depoimento de Lula veiculado na TV e no rádio. Pode ser, pois guarda aderência com o conceito geral de nossa campanha e com o conteúdo de nossas idéias e de nossas propostas.

Vamos lutar até se fecharem as urnas no dia primeiro, deixando as análises para depois.

Debate na Globo: política e arte

O debate desta noite na Rede Globo entre os candidatos a governador tem muito a ver com a política, sim, é óbvio; porém põe em destaque a arte de se apresentar diante das câmeras. Não que se exija dos candidatos um desempenho de ator, mas importa que mantenham uma aparência que agrade ao público. No caso, é preciso combinar serenidade, domínio dos assuntos, firmeza na exposição das idéias, agilidade diante de eventuais cascas de banana postas no caminho. E é fundamental passar sinceridade. Evidente que tais atributos e características não são formatadas pelo marketing, nem se criam através de ensaios – sem descuidar de conselhos técnicos que possam ser úteis. No frigir dos ovos, ganhará quem melhor impressionar o público telespectador, isso em tal dimensão que, no resultado final, a boa imagem pesará mais do que o conteúdo as idéias de cada um.

Bolsa Família é sucesso nos comícios

Comício em Alagoinha (Foto TUCA SIQUEIRA)

Em todo comício que fazemos no interior, o tema Bolsa Família é obrigatório. E a platéia ouve atentamente, toma parte em nosso discurso quando pedimos que ergam o braço os que apóiam programa do governo Lula, e aplaudem entusiasticamente quando criticamos a posição crítica destrutiva do ex-governador Jarbas Vasconcelos sobre as suas implicações sociais na Zona da Cana (elevando o valor da mão de obra).

Sereno e firme

Fizemos, na manhã de hoje, uma reunião preparatória do debate da Rede Globo, logo mais, à noite, entre os candidatos a governador. Humberto está tranqüilo, sereno e firme. Terá certamente um ótimo desempenho. Nós o acompanharemos, dando todo o apoio necessário, esse amigo de vocês e o prefeito João Paulo, nos camarins da Rede Globo.

Sensus mostra Lula com 15 pontos de vantagem

Mais um bom resultado de sondagens de intenção de voto acena para uma vitória de Lula no primeiro turno. É o que registra o portal Vermelho (www.vermelho.org.br). A 86ª Pesquisa CNT/Sensus divulgada hoje, 26 de setembro de 2006, em Brasília, pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), ouviu duas mil pessoas, no período de 22 a 24 de setembro de 2006, em 24 estados, das cinco regiões brasileiras.

A Pesquisa CNT/Sensus avaliou a intenção de voto do brasileiro para a eleição de 1º de outubro deste ano para a Presidência da República e os possíveis efeitos do chamado Dossiê Vedoin sobre o eleitorado brasileiro.

Na pesquisa estimulada, Lula varia de 51,4% para 51,1%; Geraldo Alckmin, de 19,6% para 27,5%; Heloísa Helena, de 8,6% para 5,7%, e Cristovam Buarque, de 1,6% para 1,4%. Na pesquisa realizada de 22 a 24 de setembro, Ana Maria Rangel obteve 0,6%; Luciano Bivar, 0,1%; José Maria Eymael, 0,1%, e Rui Costa Pimenta, 0,1%; com 13,5% de indecisos, brancos e nulos.

Na espontânea Lula cresce ainda mais


Já na pesquisa espontânea, considerada mais confiável, a vantagem de Lula sobre Alckmin é ainda maior. Nesta modalidade de pesquisa, em que o eleitor diz em quem vai votar sem olhar lista nenhuma, foram obtidos os seguintes resultados: no período de 22/25 de agosto (ISC 85) a 22/24 de setembro (ISC 86), Lula varia de 42,3% para 46,0%; Geraldo Alckmin, de 13,7% para 23,1%, e Heloísa Helena de 5,4% para 4,6%. Os votos indecisos, brancos e nulos variam de 38,2% para 24,9% no período.

Rejeição de Alckmin bate em 41%

A Pesquisa CNT/Sensus apontou, ainda, a Rejeição Individual aos candidatos (em quem o eleitor não votaria): Lula, 27,3%; Geraldo Alckmin, 41,0%, e Heloísa Helena, 50,3%. A Rejeição Individual aos candidatos na pesquisa de 22/25 de agosto de 2006 mostrava: Lula, 25,5%; Geraldo Alckmin, 42,0% e Heloísa Helena, 50,1%.

Dos entrevistados pela Pesquisa CNT/Sensus, 61,4% disseram que assistiram aos programas eleitorais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Destes, 42,4% consideram o programa do presidente Lula como o melhor de todos; 33,2% consideram como o melhor o programa do candidato Geraldo Alckmin; 5,6% o de Heloísa Helena, e 3,9% o programa de Cristovam Buarque.

Histeria midiática não funcionou

Dos entrevistados pela Pesquisa CNT/Sensus, 59,1% disseram que têm conhecimento do Dossiê Vedoin.

Para 26,1% dos entrevistados, a responsabilidade pela compra do Dossiê Vedoin é de assessores do Presidente da República; para 13,6% essa responsabilidade é do Partido dos Trabalhadores (PT) e para 10,1% ela é do próprio presidente Lula.

Do total dos entrevistados pela Pesquisa CNT/Sensus, 25,8% consideram que a compra do Dossiê Vedoin vai prejudicar a reeleição do presidente Lula; enquanto 30,5% consideram que ela não irá prejudicar a sua reeleição.

Do total dos entrevistados, 3,2% disseram que irão mudar o voto em razão da compra do Dossiê Vedoin, não votando mais em Lula; 27,7% garantem que o escândalo não muda seus votos e que irão votar no presidente, e 22,8% disseram que antes mesmo do escândalo já haviam decidido não votar no presidente da República.

Para a Confederação Nacional do Transporte (CNT), os números positivos da economia brasileira e os programas sociais de emprego e de renda continuam mostrando que a maioria dos brasileiros apóia a reeleição do Presidente Lula, e que o impacto do escândalo provocado pelo Dossiê Vedoin avaliado nesta rodada não foi suficiente para abalar o prestígio presidencial junto à maioria da população que vai optar pelo pragmatismo na hora de votar.

A força e o discurso pessoal do presidente Lula provocam uma verdadeira blindagem popular, assim a pesquisa CNT/Sensus conclui que o presidente será reeleito em 1º turno no próximo 1º de outubro.

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Cena de campanha

Foto TUCA SIQUEIRA
Existe gesto de apoio e solidariedade mais claro e convincente do que este, colhido na carreata de Olinda, domingo passado?

Atuação da imprensa nas eleições

Estudiosos, analistas e profissionais do ramo identificam a ocorrência de um fenômeno de descolamento da influência dos veículos da mídia na definição das intenções de voto. Cobertura em curso do caso dossiê recoloca tema na berlinda. É o que aborda interessante matéria assinada por Jonas Valente na Agência Carta Maior (www.cartamaior.com.br), que transcrevemos a seguir (os intertítulos são nossos).

Informação ou desinformação?

A contagem regressiva para as eleições gerais de 1º de outubro fez brotar, há algumas semanas, textos, editoriais e comentários na chamada grande mídia (conjunto de veículos comerciais de alcance nacional) que expressaram um sentimento de perplexidade. De diferentes formas, as ‘vozes’ iniciaram uma reflexão pública - embora não explícita - sobre o porquê da força da candidatura petista apesar da exposição negativa em jornais e emissoras de TV.

Uma das justificativas dadas foi a falta de ‘informação’ da base que pretende votar em Lula, majoritariamente de renda mais baixa. Por ‘informação’, leia-se as reportagens veiculadas pelos mais poderosos meios de comunicação. Mas que informação é esta? Segundo pesquisa do Observatório Brasileiro de Mídia sobre a cobertura dos principais jornais e revistas do País realizada entre julho e agosto, Lula, o candidato, é retratado de forma negativa em 47,41% das matérias, contra 31,2% oportunidades em que o tratamento é positivo. No caso de Alckmin, a situação se inverte, com a abordagem positiva significando 44,56% das notícias onde o presidenciável aparece, contra 31,42% de citações negativas.

Povo desinformado?

A comparação com outras eleições em que a grande mídia exerceu grande influência - como na de 1989, quando construiu um candidato sem história como no caso de Fernando Collor de Melo, era prova de que algo estaria dando errado. Durante algumas semanas, vigorou o argumento do “povo desinformado”, do povo “que não sabe votar” (leia análise sobre o tema). O povo, neste caso, seria a maioria mais pobre que vota em Lula. Segundo pesquisa do Datafolha de 18 e 19 de setembro, entre as famílias com renda de até dois salários mínimos (SMs), o índice de voto do atual presidente chega a 57%, enquanto nas famílias que ganham mais de 10 salários mínimos as intenções caem para 30%. Com Alckmin, novamente os índices se invertem. Nas famílias de mais de 10 SMs, 42% dizem votar no candidato do PSDB, enquanto nas famílias de até dois salários mínimos o índice cai para 24%.

Os discursos diante da perplexidade dos colunistas de grandes veículos passaram a ver um descolamento da população com a “opinião pública”. Para intelectuais e analistas, no entanto, este grupo não consegue distinguir as opiniões de seus veículos da opinião da população. “Analistas políticos sempre acreditaram que são formadores de opinião. Gostam da idéia de que a opinião deles é a que normalmente vai prevalecer. Eles pensam que são opinião pública”, disse o professor da Universidade de Brasília, Venício Lima, em debate com o tema ‘Mídia e Poder’ realizado no Sindicato dos Bancários de Brasília na semana passada. Lima lançou recentemente livro sobre a cobertura da imprensa durante a crise política originada com as denúncias do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ).

Sader: colunistas presunçosos

Em seu blog, o sociólogo e colunista da Carta Maior Emir Sader criticou duramente a posição dos colunistas trazendo como causa da força de Lula o conjunto de políticas promovido pelo governo. “Não vão aprender, colocaram a culpa no povo, com a esperança – como disse Lula – de dissolver o povo, de substituir o povo por outro, dos seus sonhos. Quem é essa imprensa, para se reivindicar a missão de fiscalizar os governos? Que moral tem para isso? Quem lhes entregou esse mandato? Pelo voto popular, ninguém. Eles se reivindicam a si mesmos”.

Teorias tentam explicar fenômeno

Em entrevista concedida à revista Caros Amigos, o jornalista Franklin Martins, ex-comentarista político da TV Globo e atual contratado da TV Bandeirantes, tenta explicar a perda de influência da mídia usando a teoria da “pedra no lago”. A opinião deste grupo de jornalistas irradiaria para o conjunto da população a visão das pessoas sobre os fatos. Para Martins, os primeiros anéis da onda, para usar a referência da imagem, deixaram de ser as classes ricas e médias e passaram a ser as classes C e D, mais diretamente afetadas pelas políticas governamentais e pela redução da miséria e da pobreza. No raciocínio do jornalista, não só houve um deslocamento como o voto das classes mais pobres passou a influenciar o da classe média, fazendo referência ao crescimento da candidatura Lula entre este segmento. Para Venício Lima, o mais correto seria usar a ‘teoria do espelho’, na qual os colunistas da grande mídia viam tamanha identificação entre o que escrevem e o que ‘opinião pública’ pensa que imaginavam serem suas análises e linha editorial apenas reflexos da posição da população.

Lima avalia o quadro atual, no entanto, com outro referencial: a ‘teoria da cascata’, do intelectual italiano Giovanni Sartori. Segundo ela, há um processo de irradiação das idéias das elites econômicas e políticas, além da mídia, para o conjunto da população. Mas a medida em que a ‘água’ desce, ela é ‘contaminada’ pelos variados níveis da cascata, numa nova referência visual para explicar o fato de que a população interpreta as idéias dominantes de acordo com os seus valores. A teoria ajudaria a explicar como as condições da população teriam papel importante na formação da opinião, mas para Venício Lima o fenômeno da candidatura Lula é algo “novo, ainda a ser melhor compreendido e explicado”.

Ações do governo, uma realidade

Apesar deste caráter novo, é possível apontar alguns elementos que compõem este quadro. O mais citado é o impacto das ações de governo. “Embora tenha sempre havido em outros governos programas sociais, não só eles sempre foram fragmentados como foram mínimos e não definiram perfil. No governo Lula houve política social, camadas populares viram o Estado trabalhar com elas e para elas”, analisou a professora da Universidade de São Pailo, Marilena Chauí, no debate promovido pelo Sindicato dos Bancários. De acordo com dados da pesquisa "Miséria, Desigualdade e Estabilidade: O Segundo Real", feita com base na Pesquisa Nacional de Amostragem por Domicilio (Pnad), o índice da população em condição de miséria caiu entre 2003 e 2005 de 28,2% para 22,7%.

Voto "desconexado"nos estados

Mas o fenômeno se estenderia para campos além da eleição presidencial? Para o sociólogo e colunista da Carta Maior Emir Sader, o bom desempenho de Lula não consegue se traduzir nas candidaturas ligadas ao presidente que disputam governos estaduais em posição oposicionista. “Não dá para comparar com candidatos estaduais, pois são pregações [as candidaturas]. A força do Lula não são argumentos, são políticas sociais concretas, pois palavra contra palavra ganha a direita e não houve candidaturas regionais que tivessem se contraposto ao consenso existente enquanto ele [Lula] conseguiu políticas concretas. Não é discurso político com força vigorosa que se contrapõe ao lobby da mídia”, analisa. Na avaliação do sociólogo, a mídia continua promovendo a ideologia liberal e mantendo sua influência junto à população, mas não consegue incidir na formação do voto, que no caso de Lula deixa de ser “ideológico” e passa a ser “social”.

Importância da mídia

A perda de influência da mídia no caso Lula não significa a alteração do papel dos meios de comunicação na formação de valores e da agenda pública, concorda Flavia Biroli, professora de Ciência Política da UnB. "A mídia torna visíveis fenômenos sociais, eventos e atores que compõem o que chamamos de atualidade, que no nosso sistema político, a democracia, tem na visibilidade elemento importante para sua existência, dependendo portanto da mídia como espaço pelo qual a política se faz visível”, argumenta. Um exemplo disso, acrescenta Venício Lima, é o fato de o quadro eleitoral apontar a reprodução de uma maioria conservadora na disputa pelos governos estaduais. Esse grupo dirigente, não por acaso, tem ligação direta (e indireta) com os donos das redes de televisão, rádio e dos jornais nos estados. Exemplos nítidos são os candidatos líderes nas pesquisas Roseana Sarney (PFL), cuja família é detentora da retransmissora da Rede Globo no Maranhão, e Paulo Souto (PFL), ligado ao grupo de Antônio Carlos Magalhães, que também possui a retransmissora da Globo na Bahia, além de jornais e emissoras de rádio.

O caso do dossiê

A cobertura jornalística do caso da prisão de petistas tentando comprar um dossiê com informações sobre um suposto envolvimento de José Serra com a "máfia das sanguessugas" também se encaixa nesse esquema, segundo Venício Lima. “Há uma unanimidade midiática que nunca vi. Na grande mídia, o que prevalece tanto na edição das matérias quanto nas colunas de opinião e no enquadramento é a condenação do governo e do candidato, sem qualquer contraponto. É presunção de culpa (expressão, que se opõe ao direito constitucional à 'presunção de inocência')”.

Ombudsman tenta justificar

A questão da cobertura dos caso dossiê foi tema da coluna dominical do ombudsman da Folha de S. Paulo, Marcelo Beraba, no último domingo (24). Na opinião dele, a opção pelo destaque prioritário à compra em detrimento do conteúdo do tal dossiê - "foi a correta e se justifica por critérios jornalísticos", especialmente pelo flagrante da operação envolvendo integrantes da coordenação da campanha presidencial petista e uma bolada de R$ 1,7 milhão, com indícios de participação de veículos de comunicação, às vésperas das eleições. "O fato de considerar a conspiração para a obtenção do dossiê mais importante do que o dossiê não significa que esteja de acordo com o pouco empenho dos jornais na apuração das denúncias contra Serra e Barjas Negri. Uma cobertura não anula a outra. Os jornais têm profissionais e espaço suficientes para tocarem duas investigações simultâneas. Não quer dizer que devam ter o mesmo peso na edição, mas deveria haver lugar para as duas", ponderou.

Para o professor Venício Lima, a mudança deste quadro parece distante, pois junto com a condenação uníssona do governo vem a crítica a priori de qualquer tentativa de constituir um sistema de mídia nacional plural e democrático, o que significaria perda de poder para o restrito e concentrado clube dos grupos que detém o controle dos meios de comunicação do País.

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História: 26 de setembro de 1762


Nasce em Salvador o futuro médico e jornalista Cipriano Barata. Patriota inflamado e “liberalíssimo” (na acepção da época, de defensor da liberdade), dedicará a vida a estas causas e pagará caro por elas, com 13 anos nos cárceres da Colônia e do Império. Muitas vezes escreverá da prisão o seu jornal, Sentinela da Liberdade. (Vermelho www.vermelho.org.br).

Duas campanhas

Foto TUCA SIQUEIRA

É como se corressem paralelamente duas campanhas: uma na mídia impressa e eletrônica,
outra nas ruas. Nas caminhadas, visitas a locais públicos, carreatas, comícios – o que vemos é um povo desejoso de ouvir o que temos a dizer e generoso em suas manifestações espontâneas de apoio e solidariedade. Bem diferente do noticiário pautado principalmente pelas arengas e acusações entre candidatos. Ou por questiúnculas que pouco interessam ao eleitorado.

Na carreata que realizamos no Recife e em Olinda, domingo, cenas como a da foto se repetiram inúmeras vezes.

25 setembro 2006

Boa noite, Lucila Nogueira


Grandezas

Maior que toda entrega é o silêncio
aberto, como um leque, sobre o tempo
em que, preso de sombras, desesperas.

Maior que teu escudo é a serpente
acesa como um rio, nos teus olhos
de criança enredada pelo gelo.

Maior que a tua dor, a do moinho
que ao vento transparece, no seu giro
a angústia das esferas indivisas.

Menor que meu amor, a madrugada:
soprando além do negro labirinto
em que, flamipotente, o sonho dorme.

Aldo: oposição quer forçar segundo turno contra vontade popular


Na Folha Online:

Em meio à possibilidade de haver segundo turno na disputa à Presidência da República, o presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (PC do B-SP), disse nesta segunda-feira que a vontade dos eleitores brasileiros não pode ser subestimada por forças da oposição.

"Imagino que há campanha entre os adversários do presidente Lula querendo levar a eleição para o segundo turno, independente da vontade do eleitor, porque acha que assim é melhor. Mas eu pergunto: é melhor para quem, cara pálida? Quem tem que decidir é o eleitor", enfatizou.

O presidente da Câmara admitiu, no entanto, que o episódio da compra do dossiê por membros do PT prejudicou a possível vitória de Lula no primeiro turno. "Por mais que as pessoas que o conhecem saibam que ele não tem nada a ver com esse tipo de manobra espúria, que só pessoas desqualificadas podem fazer, mesmo que ele condene de forma veemente, mesmo que ele repudie como todo mundo repudiou, é claro que fica algum prejuízo", reconheceu.

Aldo saiu em defesa da Polícia Federal, que vem sendo acusada pela oposição de atrasar os resultados das investigações sobre a compra do dossiê para evitar prejuízos maiores ao presidente Lula.

"A Polícia Federal vai cumprir a sua responsabilidade dentro daquilo que a lei determina. A não ser que as pessoas estejam querendo usar a PF eleitoralmente. E ninguém está querendo isso -nem o presidente, nem os adversários do presidente."

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Cena de campanha

Foto TUCA SIQUEIRA

Entusiasmo de eleitores no comício de Alagoinha. Em toda a maratona que cumprimos sábado, de Águas Belas a Pesqueira, passando por Garanhuns, Paranatama, Pedra, Alagoinha, Venturosa, Cimbre (na Aldeia Xucuru) e Pesqueira, esse foi o clima que encontramos.

Perseguição a Lula semelhante ao que fizeram com Getúlio


O presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), fez um pronunciamento direcionado à juventude e acabou dando o tom no comício de Lula e Mercadante em Araraquara (SP), neste sábado (23). Aldo frisou que Lula sofre a mesma perseguição movida contra outros presidentes populares, como JK, João Goulart e Getúlio Vargas. Em três momentos do discurso, ele foi interrompido por aplausos.

“Quando esse país lutou para dar os primeiros quinze dias de férias, aqui no estado de São Paulo, um grande jornal, ainda hoje publicado, fez um editorial dizendo que quando estes operários tivessem quinze dias de férias as famílias não teriam mais sossego, porque embriagados e bêbados, iríamos apenas vagar pelas ruas e perturbar a ordem social. Quando o Brasil elegeu Getúlio Vargas e ele deu um aumento de 100% no salário mínimo, essas forças levaram ele a uma pressão tão desesperadora que o presidente da República, no seu Palácio, em 1954, recolheu-se ao seu quarto, puxou o revolver, deu um tiro no próprio peito para resistir as pressões daqueles que achavam que o Brasil não deveria mudar”. Aldo Rebelo lembrou ainda que quando JK, que sonhou com o Brasil de emprego e esperança pelo povo, também foi alvo de sórdida e violenta campanha movida pelos seus inimigos.

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Lula promete vencer no primeiro turno

Lula no comício de Sorocaba
No portal Vermelho (www.vermelho.org.br):

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu neste domingo (24), em Sorocaba, que vai vencer no primeiro turno. “Eu nunca falei de primeiro turno porque tenho pé no chão e tenho modéstia. Mas agora vou dizer: nós vamos ganhar esta eleição domingo. Quem quiser que tenha alguma eleição para a presidência que acabe em segundo turno vai ter de esperar até 2010”, disse. Para Lula, "dia 1º de outubro é dia da onça beber água. Essa oncinha está com sede", brincou

Foi a primeira vez que Lula falou em vencer no primeiro turno, embora correligionários e ministros já tivessem levantado a hipótese. Oito mil pessoas compareceram ao comício na Praça Coronel Fernando Prestes, centro de Sorocaba, 600 mil habitantes, a 90 km de São Paulo. Lula voltou a pedir que o povo se mobilize pela vitória. Vamos todo mundo para a rua e vamos ganhar esta eleição no primeiro turno”, disse.

"Disputa do povo contra a elite"

O discurso do candidato à reeleição voltou a colocar ênfase na polarização social que a eleição encerra. Lula disse que esta não é uma disputa de candidato contra candidato, mas uma disputa do povo trabalhador contra uma elite aristocrata que manda nesse país desde que Cabral chegou. É isso o que está em jogo nesse momento. Às seis horas da tarde de domingo, meu coração vai estar batendo junto com o coração do povo, esperando a vitória”, disse ele.

O presidente reafirmou que os ataques da oposição não serão suficientes para barrar sua reeleição. Para ele, não será o que classificou como “insanidade” de alguns membros do partido que irá comprometer a avaliação que a população faz de seu governo.

Um catador de papel como exemplo

Logo no início de sua fala, Lula pegou pela mão um catador de papel e o levou para a frente do palanque, como símbolo da mudança que se operou no país em seu governo. “Quando um catador de papel estaria num palanque com um presidente? Em outros tempos estaria preso por chegar perto de um presidente. E hoje eles estão aqui porque são brasileiros e trabalhadores, apesar de muita gente não querer enxergar”, afirmou.

“Eles podem ter lido mais livros do que eu, mas não conseguem enxergar a alma do povo como eu enxergo. Eles se curvarão diante do povo, deste povo que está aqui porque tem consciência, crença e vontade política de mudar este país”, completou o presidente.

Lula advertiu que o ódio da oposição não é contra ele, mas sim contra tudo o que está sendo feito hoje no Brasil, em especial a redução das desigualdades. Citou como exemplos o reajuste acima da inflação para os trabalhadores, a abertura de crédito para os pobres, a inclusão bancária, as farmácias populares e o Bolsa Família. Também lembrou que o ProUni já permitiu que 204 mil jovens carentes chegassem à universidade.

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Bom dia, Pablo Neruda


O amor

Amo o amor que se reparte
em beijos, leito e pão.

Amor que pode ser eterno
mas pode ser fugaz.

Amor que se quer liberar
para seguir amando.

Amor divinizado que vem vindo.
Amor divinizado que se vai.

(Tradução de Thiago de Mello).

24 setembro 2006

História: 24 de setembro de 1639


Os indígenas da serra do Orobó, PE, derrotam a tropa enviada contra eles e matam seu chefe, Afonso Adorno. Só serão vencidos em 1663. (Vermelho www.vermelho.org.br).

Folha e São Paulo omite informações do Datafolha


No portal Vermelho (http://www.vermelho.org.br/):

O jornal Folha de S. Paulo deste sábado (23) omitiu informações relevantes da última pesquisa presidencial do instituto Datafolha. Em sua indignação com o eleitor brasileiro, que insiste em reeleger o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro turno, com 55% dos votos válidos, a reportagem Apesar do escândalo, Lula mantém vitória no 1º turno não fornece informações como o retorno do eleitor rico, de Heloísa Helena para Geraldo Alckmin.

Esta foi a segunda pesquisa do Datafolha em três dias sobre a eleição presidencial. A outra, coletada nos dias 18 e 19, não mereceu a manchete do principal jornal do Grupo Folhas. O texto se queixava de que ''a pesquisa capta apenas 'sutilmente' a nova crise do governo'', criada pelo caso do Dossiê José Serra, pois ''abrange mais o noticiário do fim de semana, quando a crise era incipiente''.

Alckmin cresce sobre Heloisa

Foi feito então o tira teima, com 4.319 entrevistas nesta sexta-feira (22), em 210 municípios do país. Com todas as TVs, rádios, jornais e revistas em ordem unida na sua interpretação do episódio, não era possível que Lula não cedesse.

O resultado foi que, de fato, as intenções de voto no presidente oscilaram negativamente: de 50% para 49% dos entrevistados, e de 56% para 55% dos votos válidos. Geraldo Alckmin (PSDB-PFL) oscilou para cima, de 29% para 31%, dentro da margem de erro da pesquisa, de 2 pontos para cima ou para baixo. Mas aparentemente o avanço foi feito às custas de Heloísa Helena (PSOL), que oscilou de 9% para 7%.

Ou seja: do ponto de vista da eleição presidencial, a ofensiva em torno do Dossiê Serra não surtiu o efeito planejado nas redações, ou, mais precisamente, nas mentes dos proprietários dos principais órgãos de comunicação do país. A vantagem do presidente em relação à soma dos demais candidatos, é de 8 pontos percentuais segundo o novo Datafolha. Ele está 18 pontos à frente de seu principal adversário.

Heloisa cai 6 pontos entre os ricos

O avanço de Alckmin se deu em segmentos do eleitorado onde ele já tinha vantagem. Em especial, o tucano subiu 3 pontos entre os eleitores com renda acima de 10 salários mínimos mensais, chegando a notáveis 45%.

Mas também nessa faixa Alckmin aparentemente cresceu às custas de Heloísa Helena. A candidata do PSOL despencou 6 pontos percentuais entre os eleitores que ganham mais de 10 salários mínimos. Passou de 15% para 9%, ainda acima do seu nível médio. Lula oscilou de 30% para 29% na mesma faixa de renda.

No Estado de São Paulo Alckmin subiu de 41% para 45% e Lula passou de 39% para 35% das intenções de voto. O reduto nordestino permaneceu impermeável ao candidato do PSDB-PFL.

Caso do dossiê influenciou pouco

O caso do Dossiê Serra, apesar do espaço que obteve na mídia, e do enfoque editorial desinibidamente anti-Lula, não teve um grande impacto sobre a pesquisa. Segundo o relatório do Datafolha, ''a intenção de voto em Lula fica ligeiramente abaixo da média nacional entre os eleitores que tomaram conhecimento da crise e acima da média entre os que não estão informados sobre o caso''. A diferença pode se dever ao menor grau de informação das faixas de renda mais baixa, que são a parte mais decidida a reeleger o presidente.

Entre os que tomaram conhecimento da prisão de petistas que tinham dinheiro que seria utilizado na compra o Dossiê Serra, 46% votariam em Lula hoje (3 pontos abaixo da média). Entre os que não ficaram sabendo da prisão, a intenção de voto no petista é de 58%, 9 pontos acima da média. Entre os que tomaram conhecimento do suposto envolvimento de Freud Godoy, ex-assessor especial da Presidência, na negociação para a compra do dossiê, 44% declaram intenção de votar pela reeleição de Lula (5 pontos abaixo da média). Entre os que não estão informados a respeito essa taxa é de 57% (8 pontos acima da média).

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Bom dia, Cecília Meireles


Inscrição na Areia

O meu amor não tem
importância nenhuma.
Não tem o peso
nem de uma rosa de espuma!

Desfolha-se por quem?
Para quem se perfuma?

O meu amor não tem
importância nenhuma.

23 setembro 2006

Dossiê Serra: as próximas batalhas

Veja matéria de Flávio Aguiar publicada no bletim Carta Maior (www.cartamaior.com.br):

Os estrategistas sabem que numa guerra a batalha mais importante é a última, mas esta é conseqüência de uma série de batalhas anteriores, algumas pequenas, outras grandes, todas decisivas. Entre elas, as batalhas simbólicas e as da memória e da repercussão.

Comentando a atual batalha em torno do dossiê Vedoin/Serra/Ambulâncias, a ministra Dilma Roussef disse em Nova Iorque que ela demonstrava que uma parte do Partido dos Trabalhadores tinha aprendido com as crises anteriores, e outra, infelizmente, não.É verdade. O que os afoitos trapalhões que se envolveram em compra de dossiê não aprenderam é que o povo brasileiro se fartou dos esquemas de denúncias sobre denúncias que atingiram o próprio Presidente Lula e o Partido dos Trabalhadores durante o último ano e meio.A imprensa conservadora e as oposições, com constante cobertura televisiva e radiofônica malharam a ferro e fogo o governo, transformando denúncias em suspeitas e suspeitas em demonstrações de culpa formada, muitas vezes massacrando até a vida pessoal dos acusados, sem direito de defesa.

Implicações eleitorais

Qual o resultado eleitoral disso tudo, para surpresa de muitos dos acusadores? Muito pouco.A popularidade do Presidente Lula continua alta, as intenções de voto nele também. Até a explosão dessa última crise do dossiê voador não havia a menor dúvida de que o Presidente seria reeleito no primeiro turno. O que o povo quer é discutir suas condições de vida, e as perspectivas para o futuro. É isso que vai decidir a eleição. E foi isso que não percebeu esse grupo de aprendizes de feiticeiro do PT de São Paulo. Querendo trilhar o caminho do denuncismo, que não deu certo para as oposições, arriscaram comprometer uma reeleição que era praticamente certa e que continua possível, ainda no primeiro turno.

A guerra continua

Mas a luta continua. Os estrategistas sabem que numa guerra a batalha mais importante é a última, mas esta é conseqüência de uma série de batalhas anteriores, algumas pequenas, outras grandes, todas decisivas. Olhando-se o noticiário de ontem para hoje, tem-se a impressão de que a luta arrefeceu um tanto. O presidente Lula saiu-se bem na entrevista no Bom Dia Brasil, o que foi reconhecido até por blogueiros adversos a ele. A substituição de Berzoini por Marco Aurélio Garcia desonerou a campanha de seu coordenador ter de ficar explicando se participou ou não do episódio. Não houve notícias espetaculares ao longo do dia. Os exércitos parecem estar se preparando para as batalhas que virão, a partir do fim de semana.

As próximas batalhas

As prováveis batalhas daqui para frente serão as seguintes:

1) A batalha da origem do dinheiro. As oposições e seus “formadores de opinião” na imprensa e na mídia perderam a batalha das fotos do dinheiro, que foi a primeira que travaram nesse campo. A batalha da origem do dinheiro será travada em torno de se nele porão as marcas do próprio Presidente, do financiamento da campanha do partido, de fundos públicos ou ilegais. A atuação da Polícia Federal será decisiva, pois depende dela a munição que um e outro lado usarão.

2) A própria atuação da Polícia Federal. Desde que não conseguiu pôr as mãos nas fotos das notas de dinheiro, as oposições e seus arautos vêm num crescendo questionando a isenção da PF e a atuação do Ministro Thomaz Bastos. Esse questionamento tende a aumentar, opondo a versão de que a PF vem tendo uma atuação republicana e a versão de que ela estaria favorecendo o governo.

3) O caso de Freud Godoy. Esse é o assessor mais próximo de Lula. Até o momento não há qualquer prova de sua participação direta no esquema de compra e venda do dossiê. Sua eventual incriminação provocaria mais dano para Lula; seu descompromisso com o caso seria, evidentemente benéfico. Mas as oposições vão carregar nas tintas com respeito a ele, porque para elas é importante manter o caso o mais perto de Lula possível.

4) As batalhas simbólicas. Estas são importantíssimas. Todo o esforço está sendo feito na mídia e imprensa conservadora para desvincular as palavras “dossiê” e “Serra”. Tem jornal e site de jornal chamando o dossiê de “dossiê Cuiabá”. Estão querendo grudar em Lula a imagem de Nixon e de Watergate, numa evidente pavimentação do caminho para o futuro pedido de impeachment. Aqui é possível haver tudo, até armações de fotos, busca de gafes, sempre com o objetivo de desmoralizar o Presidente.

5) As batalhas da memória. A cavalaria conservadora está sendo mobilizada para atacar em todas as frentes do passado, trazendo todas as acusações contra o governo e o Presidente de volta, porque só o caso do dossiê parece ser fraco para compromete-lo. Assim mesmo agora esses cavalarianos condenam a formação de dossiês, mas desviam de rota quando se lembra o caso Roseana/Lunus, em que o favorecido foi Serra, cuja candidatura estava ameaçada de sequer chegar ao segundo turno.

6) A batalha da repercussão. Já tem jornal tirando do baú os velhos fantasmas de que um governo Lula não terá governabilidade, e de que a presente situação está afastando investidores e fazendo o risco país “disparar”, etc. Mas essa agitação esbarra nas notícias de que a miséria no país diminuiu e que as condições de vida do povo melhoraram. Aí é necessário disparar os obuses de que essas melhoras não são sustentáveis no longo prazo, o que bate no rochedo de que sem elas nada, no futuro, é sustentável. Essa será uma batalha das mais longas, e vai muito além da eleição.

As próximas batalhas

As prováveis batalhas daqui para frente serão as seguintes:

1) A batalha da origem do dinheiro. As oposições e seus “formadores de opinião” na imprensa e na mídia perderam a batalha das fotos do dinheiro, que foi a primeira que travaram nesse campo. A batalha da origem do dinheiro será travada em torno de se nele porão as marcas do próprio Presidente, do financiamento da campanha do partido, de fundos públicos ou ilegais. A atuação da Polícia Federal será decisiva, pois depende dela a munição que um e outro lado usarão.

2) A própria atuação da Polícia Federal. Desde que não conseguiu pôr as mãos nas fotos das notas de dinheiro, as oposições e seus arautos vêm num crescendo questionando a isenção da PF e a atuação do Ministro Thomaz Bastos. Esse questionamento tende a aumentar, opondo a versão de que a PF vem tendo uma atuação republicana e a versão de que ela estaria favorecendo o governo.

3) O caso de Freud Godoy. Esse é o assessor mais próximo de Lula. Até o momento não há qualquer prova de sua participação direta no esquema de compra e venda do dossiê. Sua eventual incriminação provocaria mais dano para Lula; seu descompromisso com o caso seria, evidentemente benéfico. Mas as oposições vão carregar nas tintas com respeito a ele, porque para elas é importante manter o caso o mais perto de Lula possível.

4) As batalhas simbólicas. Estas são importantíssimas. Todo o esforço está sendo feito na mídia e imprensa conservadora para desvincular as palavras “dossiê” e “Serra”. Tem jornal e site de jornal chamando o dossiê de “dossiê Cuiabá”. Estão querendo grudar em Lula a imagem de Nixon e de Watergate, numa evidente pavimentação do caminho para o futuro pedido de impeachment. Aqui é possível haver tudo, até armações de fotos, busca de gafes, sempre com o objetivo de desmoralizar o Presidente.

5) As batalhas da memória. A cavalaria conservadora está sendo mobilizada para atacar em todas as frentes do passado, trazendo todas as acusações contra o governo e o Presidente de volta, porque só o caso do dossiê parece ser fraco para compromete-lo. Assim mesmo agora esses cavalarianos condenam a formação de dossiês, mas desviam de rota quando se lembra o caso Roseana/Lunus, em que o favorecido foi Serra, cuja candidatura estava ameaçada de sequer chegar ao segundo turno.

6) A batalha da repercussão. Já tem jornal tirando do baú os velhos fantasmas de que um governo Lula não terá governabilidade, e de que a presente situação está afastando investidores e fazendo o risco país “disparar”, etc. Mas essa agitação esbarra nas notícias de que a miséria no país diminuiu e que as condições de vida do povo melhoraram. Aí é necessário disparar os obuses de que essas melhoras não são sustentáveis no longo prazo, o que bate no rochedo de que sem elas nada, no futuro, é sustentável. Essa será uma batalha das mais longas, e vai muito além da eleição.

Vantagem de Lula

Nessas batalhas, as oposições e seu candidato preferido estão na ofensiva, num evidente ou vai ou racha. É a cartada final. O Presidente Lula tem uma vantagem, que é a de ter uma estratégia clara e unitária no momento: vencer no primeiro turno. As oposições, que estiveram divididas, agora estão cindidas. O discurso do seu candidato Geraldo Alckmin ontem foi ilustrativo: começou o dia falando em impeachment, depois foi a vez de “varredura” do governo, e de que era mais simples, ao invés de demitir membros da campanha e do governo, demitir o próprio Presidente. Ainda depois comentou que era melhor demiti-lo ou impugna-lo pelo voto, para nos programas de TV à noite partir para o ataque frontal, ele mesmo comandando, como se âncora fosse, o assalto às barricadas, num gesto, também ele, de alto risco.De todo modo, a eleição promete refregas e esfregas memoráveis nesta reta final.

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Carreata no Recife


Amanhã (domingo), faremos uma rande carreata no Recife. Concentração às 9 horas, no final da Avenida Norte (sentido BR 101), próximo ao Terminal de Ônibus da Macaxeira.

(Foto TUCA SIQUEIRA)

Blog sob pressão da agenda

Nos últimos dois dias esse amigo de vocês encontrou dificuldade de postar notas, fotos e comentários diários, como de costume, em razão da agenda de campanha pesadíssima. E situada em cidades do interior. Hoje, sábado, será a mesma coisa. De Garanhuns e Águas Belas, no início da manhã, a Bezerros no final da noite, já se iniciando a madrugada do domingo, será uma seqüência intensa de caminhadas e comícios. É a luta eleitoral na sua reta final e a busca do segundo turno para governador. Mas, dentro do possível, algo vai sendo postado, de modo a mantermos essa saudável comunicação entrenós proporcionada pelo interesse e ela generosidade de vocês que acessam o blog.

22 setembro 2006

Bom dia, Cida Pedrosa


ariadne

teus olhos são labirintos
onde nem mesmo
o novelo da minhalma
marca o caminho de volta

História: 22 de setembro de 1977

Os 800 presos do coronel Erasmo
A PM do cel. Erasmo Dias invade a PUC-SP. Prende 800 e queima gravemente 2 universitárias. O cardeal d. Evaristo Arns protesta contra a invasão (25/9). (Vermelho www.vermelho.org.br).

21 setembro 2006

Pé na estrada, que o dia “D” está chegando

Hoje, quinta-feira, e amanhã, sexta, cumpriremos, junto como companheiro Humberto Costa, intensa agenda de caminhadas e comícios pelo interior. É a luta pelo segundo turno, que está ao alcance da mão. Veja:

De Arcoverde a Serra Talhada

Alegria nas caminhadas, como na Mustardinha, Recife. (Foto ANA CRISTINA).

No início da tarde, seguiremos de avião até Arcoverde, onde às 15 horas teremos carreata e comício relâmpago na Praça da Bandeira. Às 18 horas, já em Afogados da Ingazeira, com um comício inauguraremos o comitê de campanha da coligação Melhor pra Pernambuco. Na Avenida Rio Branco, ao lado dos Correios; e logo em seguida, visitaremos a Faculdade de Formação de Professores (FASOPAI).

Em Tabira, às 20 horas teremos comício. E no final da noite, em Serra Talhada, um grande comício encerra a noite. Avenida Afonso Magalhães, próximo ao Supermercado Mercadinho.

Na sexta-feira, Ipojuca logo cedo

De volta ao Recife no início da madrugada, já na sexta-feira de manhã cedo estaremos no centro de Ipojuca para um corpo-a-corpo com a população local. Às 12 horas, almoço com lideranças de Comunidades de Terreiros e Candomblé de Pernambuco, no sítio do Pai Adão, Estrada Velha de Água Fria. Às 15 horas, caminhada em Cruz de Rebouças, a partir da Vila Rubina até a Praça de Cruz de Rebouças.

Com a juventude nas ruas do Recife

Amanhã, sexta-feira, haverá a Grande Caminhada da Juventude LULA+HUMBERTO+LUCIANO, com saída da Praça Oswaldo Cruz, seguindo Avenida Conde da Boa Vista com final na Rua da Aurora. Hora de botar toda a alegria e irreverência da combativa juventude de nossa coligação.

Na Mata Norte

À noite, a partir das 9horas em Carpina, caminha e comício relâmpago, partindo da Rua Ernani Farias de Miranda (Rua da Feirinha) no Bairro de Santo Antônio até a Praça São José, em frente a Câmara de Vereadores. Depois, às 20 horas, tem comício em Aliança, na Praça Valfredo Pessoa, próximo à Hospedaria Souza no Centro. Em Vicência, às 21 horas, na Praça Joaquim Nabuco. Finalmente, em Paudalho, na Paca São Miguel, encerraremos a noite com mais um comício.

Tudo muito estranho

Tudo bem, ou seja: gente do PT tudo indica que cometeu basbaquices incríveis – como tentar negociar informações com bandidos -, atitude inconveniente sob todos os aspectos. Isto numa campanha presidencial praticamente vitoriosa. Porém nada justifica usar um “escândalo” para encobrir outro.

É aí que entra um outro aspecto da cobertura jornalística dos últimos dias. Por que a grande mídia esqueceu complemente o teor da reportagem publicada na revista IstoÉ? Por que tanto desinteresse sobre os fatos narrados a respeito da gestão de José Serra no ministério da Saúde?

Por outro lado, por que tanto alarde em torno de mais um lance de pirotecnia do PFL e do PSDB, que acenam com a possibilidade (sic) de impugnação da candidatura de Lula? Tudo leva a crer que há um interesse explícito de criar um ambiente político propício à ingovernabilidade e a tentativas de interrupção do provável segundo mandato do presidente.

Importa, pois, acompanhar o noticiário com um olhar crítico aguçado.

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Perdão, ele não sabe o que fala

Na coluna Folha Política, Folha de Pernambuco de hoje:

“Luciano Siqueira (PCdoB) e Jorge Gomes (PSB) são laranjas. Eu sou o candidato da esquerda”. Do candidato a senador Hélio Cabral (PSTU).

Vale o registro como curiosidade folclórica da atual campanha eleitoral. Com a permissão de vocês que nos prestigiam com o acesso diário ao blog.

Dallari: pedido de impugnação é encenação


No portal Vermelho (http://www.vermelho.org.r/), transcrição de entrevista do jurista Dalmo Dallari ao Terra Magazine:

Para o jurista e professor de Direito da Universidade de São Paulo, Dalmo Dallari, o pedido feito pelo PSDB e pelo PFL ao Tribunal Superior Eleitoral de investigar o caso do dossiê contra José Serra não tem nenhuma consistência. Ele afirmou para Raphael Prado, do Terra Magazine, que a atitude é "pura encenação eleitoral" e que é preciso cobrar a divulgação do que realmente interessa.

Pura encenação?

Terra Magazine - Qual pode ser o resultado do pedido feito ao TSE?

Dalmo Dallari - Isso é pura encenação eleitoral. Esse pedido não tem a mínima consistência. Um dado que me chama a atenção é que essas ameaças de ação judicial estão sendo usadas como cortina de fumaça para que não se pergunte sobre o conteúdo do dossiê. Que tipo de acusações ele tem? Seria essencial conhecer isso.

TM - Mas, independente disso, o TSE pode tomar alguma medida contra a candidatura de Lula?

Dallari - Se não houver alguma coisa consistente, o TSE não pode fazer nada. O que foi publicado até agora pela imprensa não dá base nenhuma para uma medida judicial. Se não for mostrado o dossiê, o assunto morre. São apenas intrigas, sugestões, acusações vagas.

TM - E existe algum outro fórum competente para fazer algo?

Dallari - Não. Num outro fórum, seria a mesma coisa. Porque o judiciário não se movimenta a não ser com base concreta. De fato, essa encenação toda é absolutamente inconsistente. O PSDB faz bravata com a intenção de desviar a atenção para o conteúdo do dossiê.

Imprudência

TM - O presidente do TSE, ministro Marco Aurélio Mello, no entanto, já declarou que a eventual participação de um assessor de Lula no caso é "um elo muito forte, e que isso é ruim"...

Dallari - Antes de mais nada, acho que o ministro está abandonando a prudência, que é um requisito essencial de um bom juiz. Porque ele emite uma opinião política, e não jurídica. Com isso, quando o processo chegar ao Tribunal, se chegar, ele deverá declarar-se impedido pra julgar. Ele tem uma opinião pré-concebida. Ele mesmo está se impedindo.

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Cena de campanha


Foto TUCA SIQUEIRA

O abraço afetuoso e dona Severina, na feira de Prazeres, em Jaboatão dos Guararapes. "É de Lula, estou com você", disse ela.

Os múltiplos assédios ao eleitor

Veja um trecho de nossa coluna semanal publicada toda quinta-feira no portal Vermelho (www.vermelho.org.br):

Olhos nos olhos, com atenção e respeito, procurando perceber na fisionomia de cada um a reação à abordagem do candidato - nas feiras, nas lojas, nas caminhadas e nos cumprimentos de porta em porta. Também de cima do palanque, durante os discursos.

Que se passa pela mente de cada mulher e de cada homem a quem falamos? Como nossa mensagem é recebida? Somos compreendidos? Despertamos interesse e emoção?

Você poderia estranhar essas considerações partindo de alguém que precisa otimizar o tempo, apertar muitas mãos durante o dia, falar várias vezes para públicos diversos. Por que se preocupar com esses detalhes? Porque nosso objetivo é duplo: conquistar voto e despertar a consciência política do povo.


Veja o texto completo e opine.

Aldo Rebelo: respeito à vontade do povo


No portal Vermelho http://www.vermelho.org.br/, entrevista do presidente da Câmara dos Deputados, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP):

O presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), espera "que esta eleição seja tranqüila" e "que a vontade do povo seja respeitada". Ele fez o comentário depois de se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio da Alvorada. E enfatizou não desejar que "54, 61 e 64 se repitam", referindo-se a golpes de direita ocorridos no século passado.

Agilidade nas investigações

Aldo manifestou hoje o seu desejo de que sejam feitas o mais rapidamente possível as investigações envolvendo a tentativa de venda de dossiê que poderia envolver políticos do PSDB e a apreensão de R$ 1,7 milhão que supostamente seria usado para o pagamento do material. "Manifestei minha opinião sobre a necessidade de apuração tanto da tentativa de venda do dossiê quanto das denúncias envolvendo outras responsabilidades na máfia das sanguessugas", disse.

Risco de aventura golpista?

Aldo Rebelo informou que o presidente Lula mostrou-se indignado "diante de acontecimentos desta natureza". Afirmou também que conversou com o presidente sobre o andamento da crise e da situação atual e manifestou seu apoio às investigações que a Polícia Federal vem fazendo. "Espero que, além das apurações de todos as denúncias, as eleições transcorram num ambiente democrático e de tranqüilidade, e que a vontade do povo seja respeitada", comentou.

Para o presidente da Câmara, não existe temor de que aconteça algum tipo de golpe na reta final do processo eleitoral, mesmo assim, ele lembrou que houve na história do país momentos difíceis, como na época das eleições dos ex-presidentes Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek. Segundo ele, o processo eleitoral no Brasil é sempre muito disputado. "Há sempre quem, num rompante de aventura, ache que possa substituir a vontade popular."

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Bom dia, Gonzaguinha


Acalma

Quando o tempo é de confusão
mantenha a calma no seu coração
mantenha a calma - calma!

Mantenha a fé e o pé no seu caminho
Mantenha o seu caminho
Mantenha a alma - acalma!

Acalma - você já chegou aqui
Calma - para prosseguir

A fé para botar o pé no caminho
A conquistar.

Quando o tempo é de armação
Mantenha firme a sua mão
Mantenha aceso o coração
Atenção!

Mantenha a alegria que você já é
não deixe que eles venham destruir
O sonho por menor que for
Seria destruir o amor.

Sempre bom a gente relembrar
A calma não é irmã da frouxidão
A calma é a força, adonde a gente
engendra a solução da ação.

E a gente pode muito mais
Conquistar.

Nervos de aço

Lutar é preciso – com serenidade e determinação, acima de tudo. Porque a batalha se intensifica, as exigências se multiplicam. Razão e emoção se fundem, às vezes de modo harmônico, às vezes de modo contraditório. Manter a unidade de propósitos. Ajustar a cada instante a compreensão do rumo tático traçado. Conectar o que fazemos nas ruas com o que apresentamos na TV e no rádio. Mobilizar todas as vontades, concentrar energias. E, se possível, dormir um pouco, que ninguém é de ferro.

História: 21 de setembro de 1954

Trabalhadores do Vale do Ribeira (SP) nos anos 50

2ª conferência nacional de trabalhadores do campo (S. Paulo) decide criar a Ultab (União dos Lavradores e Trabalhadores Agrícolas do Brasil). Os anos 50 vivem o início da 1ª onda de lutas pela reforma agrária no país. (Vermelho www.vermelho.org.br).

20 setembro 2006

Arte na campanha


Fotode Tuca Siqueira mostra multidão concentrada no comício de Santa Cruz do Capibaribe, domingo último.

Dedo da oposição no caso dossiê?

Do Blog do Josias, comentado no portal Vermelho (http://www.vermelho.org.br/).

Referindo-se aos responsáveis pela tentativa de comercialização de um dossiê contra o tucanato, o ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) disse ao blog do jornalista Josias de Souza que pode ter ocorrido "uma operação para prejudicar o governo e para tentar reerguer a candidatura do Alckmin". Genro falou ao blog pouco depois de ter conversado pelo telefone com Lula, que se encontra em Nova York.

Investigação rigorosa

“O que eu gostaria”, completou o ministro, “é que isso fosse investigado com toda a profundidade e que se alguma dessas pessoas mencionadas estão envolvidas, se descobrisse também quem são os mandantes, quem é que autorizou isso aí. Porque aqui do Palácio, do círculo do presidente, das pessoas que convivem com o presidente isso não saiu isso. Todos ficamos aterrados. O presidente ficou estarrecido. Então é preciso saber quem foi que criou clima, quem criou a possibilidade e quem orientou pessoas a fazerem esse tipo de operações Tabajara (referência às Organizações Tabajara do humorístico Casseta & Planeta)”.

Interesse de quem?

Segundo Genro, Lula e todo o governo gostaria que fossem respondidas algumas “questões cruciais”: “A quem interessa acontecer uma coisa como essa nesse instante? Interessaria ao presidente da República, que está com 20 pontos na frente [nas pesquisas]? Certamente não. Então, isso tem que sair aqui do Palácio [do Planalto], tem que sair aqui de Brasília. As pessoas devem responder onde haja motivação e responsabilidade, não aqui.”

Revista Época e Berzoini

No instante em que conversou com o blog, Genro ainda não havia tomado conhecimento da nota divulgada pela Época, segundo a qual o deputado Ricardo Berzoini, presidente do PT e coordenador nacional da campanha de Lula, sabia que haveria uma reunião de integrantes do Pt com a revista Época, apesar de desconhecer o conteúdo do encontro. Rapidamente, a imprensa tratou de trabalhar a "informação" de Época como "evidência" da participação de Berzoini no epísódio, um procedimento que produz um movimento inverso ao pretendido pelo ministro: em vez de afastar-se, o caso se achega cada vez mais a Brasília.

Ministro isenta PT

O ministro não exclui de suas cogitações a hipótese de envolvimento do lado adversário: “É um fato que pode ter sido criado para prejudicar o [Geraldo] Alckmin ou até para prejudicar o próprio presidente Lula. Em qualquer hipótese é condenável. Onde tem dinheiro e dossiês tem corrupção. O que pode ter ocorrido nesse processo? Pode ter ocorrido que gente, no meio desse mundo obscuro, tenha tido uma atitude dupla. Então, pode ter ocorrido, sim, uma operação para prejudicar o governo e para tentar reerguer a candidatura do Alckmin. Não estou dizendo que tenha relação com o Alckmin ou com o PSDB. É que esse mundo tem leis próprias”. Em campanha no Rio, Alckmin remou em sentido inverso. Vinculou o caso ao Planalto.

Armação da oposição, uma hipótese

O ministro não exclui de suas cogitações a hipótese de envolvimento do lado adversário: “É um fato que pode ter sido criado para prejudicar o [Geraldo] Alckmin ou até para prejudicar o próprio presidente Lula. Em qualquer hipótese é condenável. Onde tem dinheiro e dossiês tem corrupção. O que pode ter ocorrido nesse processo? Pode ter ocorrido que gente, no meio desse mundo obscuro, tenha tido uma atitude dupla. Então, pode ter ocorrido, sim, uma operação para prejudicar o governo e para tentar reerguer a candidatura do Alckmin. Não estou dizendo que tenha relação com o Alckmin ou com o PSDB. É que esse mundo tem leis próprias”. Em campanha no rio, Alckmin remou em sentido inverso. Vinculou o caso ao Planalto.

Lula blindado?

Acha que haverá prejuízo para a candidatura Lula? “É difícil de dizer. Até aqui, veicularam-se várias denúncias, todas destinadas a atingir o presidente e, independentemente do seu mérito e da sua justeza, não têm atingido. A população dá um voto de confiança ao caráter do presidente, à sua história. E sabe que hábitos ilegais no Estado não são novidade. Sabe também que o sistema de corrupção está sendo desvendado por conta de uma ação do governo Lula. As coisas se compensam”.

De resto, disse Tarso Genro, “a oposição, na sua fúria, vem colocando fatos graves, importantes e sérios e fatos secundários, irrisórios e calúnias num mesmo plano, esvaziando a carga das denúncias. A população deixou de levar a sério por identificar na exaustão do denuncismo interesses eleitoreiros”. O ministro considera relevante também investigar os dados contidos no dossiê que foi ao balcão. "A investigação", disse ele, "tem interesse público em todas as suas dimensões."

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Cena de campanha

Foto ANA CRISTINA

Mãe e filha em Igarassu, entusiasmo e solidariedade, marcas de uma campanha dura porém plena de expressões da condição humana.

História: 20 de setembro de 1919


A polícia apreende o jornal operário Spártacus. O nome do semanário, recém-fundado no Rio, foi tomado do chefe da grande rebelião de escravos da Roma antiga, 2 mil anos atrás. Voltara à cena social em 1915, graças aos espartaquistas, revolucionários internacionalistas alemães como Rosa Luxemburg. (Vermelho www.vermelho.org.br).

Serenidade descortino

Na reta final da campanha, há pressões de todos os lados para que se faça isso ou aquilo, não raro que adotemos atitudes e procedimentos de conteúdo política e eticamente questionáveis. Resistimos. Não valeria a pena ganhar, se fosse o caso, usando de expedientes rasteiros. O povo não merece isso. Que adversários o façam, tudo bem. Cabe rechaçar com vigor ataques pessoais e tentativas de denegrir a imagem dos nosso candidatos, como fazem hoje contra Humberto Costa.

Serenidade, firmeza de propósitos e descortino tático, numa hora dessas, podem ser decisivos para que alcancemos a vitória.

Bom dia, Alberto Cunha Melo


Temendo a manhã

Não corras da manhã:
enquanto vivas,
ela te alcança
com sua ameaça
ou sua promessa;
enquanto vivas,
a manhã te persegue
com dedos de luz
invadindo teu quarto
por baixo da porta,
feito carta acesa,
gritos de crianças
ou buzinas da pressa,
que já te acordaram
para sua ameaça
ou sua promessa.

19 setembro 2006

A charge diz tudo

Charge de Amarildo publicada no Vermelho.

Datafolha: Lula mantém dianteira


No portal Vermelho (www.vermelho.org.br):

A quinta pesquisa Datafolha realizada após o início do horário eleitoral mostra que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição pela coligação A Força do Povo (PT, PCdoB, PRB) não foi prejudicado pela repercussão do caso envolvendo o chamado "dossiê Serra" e se mantém à frente na corrida presidencial, com chance de vencer no primeiro turno se a eleição fosse hoje. Segundo os mais recentes dados do instituto, há estabilidade na corrida presidencial com Lula obtendo 50% das intenções de voto (mesmo índice da pesquisa anterior) e Alckmin com 29% (tinha 28% na última pesquisa). A candidata do PSOL, Heloisa Helena, manteve os 9%. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais.