31 maio 2018

Unanimidade

‘O governo pretende monitorar todas as manifestações públicas que possam “desgastar” a figura de Temer.’ [E há alguém interessado em fazer manifestação pública favorável a ele?].

Idioma deles

‘Temer vai se reunir amanhã com Parente’ [Suspeita-se que conversarão em inglês].

Desastre

‘Com protestos no fim, crise de desabastecimento começa a ser revertida, mas efeitos na economia ainda vão perdurar por muito tempo; perdas com a greve superam R$ 75 bi’ [Governo Temer nas causas, incapaz nas soluções].

30 maio 2018

Crônica doméstica


Teste terapêutico

Muita gente não confia em medicamento. E interpreta a bula a seu próprio critério.

Um irmão meu, por exemplo, só acreditava em remédio caro e amargo...

Agora, uma amiga me conta que, desconfiada com o tamanho de uns pequeninos comprimidos, ao invés de seguir a prescrição médica, ingeriu três de uma só vez.

Sinais claros de intoxicação por todo o corpo, concluiu feliz:

— Não é que esse remédio funciona mesmo!

(Luciano Siqueira)

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Instabilidade perigosa


Menos mal que o moribundo sobreviva
Luciano Siqueira, no Blog de Jamildo/portal ne10


O movimento dos caminhoneiros (e das empresas transportadoras), ainda inconcluso, trouxe à luz toda a fragilidade do governo Temer.

Sob todos os aspectos: nem soube prever a paralisação, nem dimensionar corretamente a sua extensão uma vez deflagrada e carece de autoridade para celebrar definitivamente o acordo firmado.

Mais: vê uma onda contagiante de repulsa se renovar e se alastrar praticamente em todos os segmentos sociais e em todas as regiões. 

A reivindicação básica dos caminhoneiros é justa. O preço do óleo diesel chegou a cifras exorbitantes, comprometendo seriamente a remuneração dos condutores de caminhões por parte dos seus contratantes, as empresas distribuidoras. 

O foco — tanto do movimento quanto do governo — é que está errado: não são os impostos o vilão dessa história, é a política de submissão da Petrobras a interesses externos, adotada pelo governo ilegítimo. 

A ociosidade de nossas refinarias, em torno de 40% de sua capacidade produtiva, e o alargamento das importações, associados à dependência da variação dos preços do petróleo em âmbito internacional e a indexação ao dólar produzem verdadeiro esfacelamento da produção e da distribuição de combustíveis.

Pagam caro por isso tanto os que transportam cargas, como o povo em geral que depende de transporte coletivo ou usa seus veículos próprios.

Tudo com consequências óbvias sobre o conjunto da economia, mormente a pressão sobre os preços dos produtos de largo consumo, além de reprimir o já anêmico crescimento do PIB e prolongar a estagnação econômica com sérias implicações sobre o emprego e as desorganizadas finanças públicas.

Tudo isso num cenário político de instabilidade e ameaças. 

Nesse cenário, há que se lembrar do próprio Temer, quando já em plena conspiração para derrubar Dilma, que dizia ser impossível a um governo se sustentar com apenas 8% de aprovação nas pesquisas.

Nem isso ele tem hoje. Comanda um governo moribundo. 

Importa, entretanto, que o moribundo sobreviva até o pleito de outubro. Se cair agora, pior fica — sobretudo pela fragilidade do Congresso e pelo risco de uma solução excepcional, de caráter ditatorial, à margem da Constituição.

Que a sociedade brasileira seja capaz de sobreviver democraticamente até as eleições gerais, das quais poderão emergir um renovado desenho de forças políticas e um novo pacto social capaz de redefinir os rumos do País.

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Sem perspectiva

Depois de quase 200 mil estudantes matriculados terem abandonado o Ensino Superior no ano passado, agora o Enem conta com 1,2 milhão de inscritos a menos, indicando a primeira vez, nos últimos 7 anos, que cresce o desinteresse juvenil pelo ngresso na universidade brasileira. (Marcio Pochmann, no Twitter)

No Youtybe

Entenda o movimento dos caminhoneiros. Acesse o canal Luciano Siqueira Opina
youtube.com/lucianosiqueira65

29 maio 2018

Humor de resistência

Duke vê o "apelo" à intervenção militar

28 maio 2018

Direita ativa

Presidente nacional da Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros) denuncia infiltração de grupos ‘estranhos’ na paralisação dos caminhoneiros que querem derrubar o governo e agem livremente. Fala de coação e ameaças aos que desejam retornar ao trabalho. A extrema direita se assanha.

Na lona

Produtores de carne suína e de frangos estimam em US$ 350 milhões o prejuízo com a paralisação dos caminhoneiros. As empresas de leite dizem ter perdido R$ 510 milhões. E vão cobrar judicialmente a fatura do governo federal. O atoleiro de Temer não tem limites.

Rejeição

Pesquisa Idea BigData revela que 95% dos brasileiros desaprovam as ações do governo Temer em relação ao movimento dos caminhoneiros e 66% são contra a política de preços da Petrobras.

Quem?

Grupos de direita passaram a assumir a bandeira “fora Temer!” Nas redes sociais. Com que intenção? Desconfiar é preciso.

Espontaneísmo inconsequente


Quem representa quem?
Luciano Siqueira

— O bom é que nenhuma central sindical "se apropriou" do movimento dos caminhoneiros, comenta um cidadão de evidente inclinação conservadora.

Como se ajudasse à sociedade como um todo que algum segmento — de trabalhadores em particular — lute por seus interesses específicos ao largo de suas organizações corporativas.

Ou seja: ao movimento "espontâneo", tudo! 

Nada mais equivocado. Os sindicatos são uma conquista secular dos trabalhadores, aqui e alhures. Acumulam experiência, habilidade e capacidade negociadora. 

De outra arte, também os sindicatos patronais.

E é pela negociação entre atores reconhecidos, com ou sem a mediação do Estado, que acordos são celebrados e movimentos reivindicatórios são levados a bom termo.

No caso dos caminhoneiros, várias "entidades" sentam-se à mesa no Planalto e os próprios interlocutores governamentais põem em duvida seu grau de representatividade. 

Daí à desconfiança em relação ao governo, legítima e natural por parte dos caminhoneiros rebelados, soma-se o não reconhecimento das tais "entidades".

Movimentos "espontâneos" ocorrem com alguma frequência em sociedades em crise. Porém mais eficientes são quando articulados via sindicatos e organização populares realmente representativas.
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Nó não desatado


Lições da "greve dos caminhoneiros"
Haroldo Lima*, no Vermelho
As cinco medidas anunciadas ontem pelo governo ilegítimo de Michel Temer, em resposta às reivindicações da greve, podem levar à sua suspensão, mas não resolvem o problema existente, protelam-no.

A desastrada política de preços atuais de combustíveis da Petrobras não foi revogada, será mitigada. A Petrobras continuará sendo vista como uma empresa que tem compromissos impreteríveis com seus acionistas privados, estrangeiros em sua maioria, a quem tem de pagar dividendos, não com o Brasil, a quem teria que garantir abastecimento. Os preços dos combustíveis, que estavam sendo reajustados diariamente, passarão a sê-los a cada 30 dias, depois do congelamento inicial de 60 dias. Ademais, Pedro Parente, cuja política de preços que impôs à Petrobras provocou um caos no país e fez a estatal perder R$74,3 bilhões de valor de mercado, não foi afastado, como seria natural, mas continua dirigindo a Petrobras segundo a sua concepção do que deve ser essa empresa. E é essa sua concepção, que não é só dele, e que predomina no momento, que está na raiz dos problemas aflorados. Senão vejamos. 

A variação dos preços internacionais do petróleo, durante o governo Dilma, era repassada ao consumidor brasileiro de três em três meses, garantindo-se certa estabilidade nos preços e nos negócios. Era também uma forma de controlar a inflação.

Esse mecanismo, em certas circunstâncias, causava prejuízo à Petrobras, que comprava óleo e derivados no exterior a um preço determinado e vendia os derivados no mercado interno por um valor menor. Isto refletia um problema de fundo: o consumidor brasileiro não poderia ser submetido a preços extorsivos de combustíveis, tampouco a Petrobras deveria arcar, sozinha, por tempo prolongado, sem compensações, com os custos de preços contidos. 

Essa questão demandava uma solução complexa que envolvesse o comportamento de setores do ciclo do combustível, principalmente de dois deles: o da produção, que a partir do pré-sal assumiu uma escala crescente que reduziu custos, e o da refinação, gravemente debilitado pela ausência de refinarias novas no país, onde a última inaugurada foi há 38 anos, e pela ociosidade das existentes. 

Sobretudo depois do pré-sal, era evidente a necessidade de construção de novas refinarias e de ampliar o uso das atuais. Isto porque, do ponto de vista nacional, o óleo abundante que passamos a ter deveria ser refinado para abastecer o mercado brasileiro, o quarto do mundo, e para exportar, na medida das possibilidades. 

Esse assunto começara a ser tratado na época do governo Lula, quando projetos de construção de refinarias passaram a ser examinados e capitais privados estavam sendo atraídos. Tudo isto tinha certa urgência, posto que, em escala mundial, a energia de origem fóssil não é hoje a mais incentivada, as que mais crescem são as outras.

Eis que o governo ilegítimo de Temer, com Pedro Parente na presidência da Petrobras, suspende tudo o que estava em curso ou se planejava, e o referido problema, assaz complexo, foi “resolvido” de forma simples, simplória. Pedro Parente anunciou, em julho de 2017, que a Petrobras resolvera adotar “nova política de preços”, repassando ao consumidor brasileiro todas as oscilações internacionais dos preços do petróleo e as variações do dólar. Esses repasses seriam feitos com rapidez, como de fato aconteceu, pois passaram a ser feitos “diariamente”. 

A novidade foi anunciada como algo que traria benefício ao consumidor, pois seriam repassados aumentos mas também recuos e, quem sabe, os recuos poderiam ser maiores...Pedro Parente, depois de se reunir com Michel Temer, disse que a nova política "pode resultar na queda do preço do combustível no Brasil” (G1, 27/09/2016).

Essa “nova” política nada tem de nova, é aplicada em alguns países e é chamada de Paridade de Preços Internacionais, PPI. Contudo, os países que a adotam têm características distintas das brasileiras, tem estoques reguladores, como os Estados Unidos, moedas mais ou menos estáveis relativamente ao dólar, como os Estados Unidos, onde a moeda é o próprio dólar. Aqui, era de se prever que, coincidindo variações maiores do preço do petróleo com alterações substanciais do câmbio, o resultado elevaria desproporcionalmente os preços dos combustíveis. E não deu outra. 

De 3 de julho de 2017 para cá, com reajustes diários em certos períodos, a Petrobras elevou o preço do óleo diesel em suas refinarias 121 vezes, totalizando uma alta de 56,5%. (JB 22/05/2018). 

Ao lado do diesel, a gasolina e o gás também estouraram, sendo que, em 2017, o aumento do gás fez com que mais de 1,2 milhão de domicílios passassem a recorrer à lenha e ao carvão. (PNAD, abril de 2018). 

Agora bem. Em 2016, Pedro Parente assumiu a presidência da Petrobras afirmando que “a política de preços passaria a ser guiada pelos interesses da empresa, sem influência do governo”. (G1 24/05/2018). Como o governo supostamente representa os interesses do Estado brasileiro, o anúncio do Parente significava que os interesses do Estado brasileiro não iriam influenciar na companhia, que levaria em conta os outros interesses, os dos acionistas privados. Uma rápida apreciação sobre a situação dos acionistas da Petrobras ilumina mais essa questão. 

Em 2010, a participação estatal no capital social da empresa era de 39,8% (32,1% da União e 7,7% do BNDESPar). O restante 60,2% era de capital privado.

Desse capital privado, 38% estava em mãos estrangeiras (pessoas físicas, instituições financeiras e especuladores), dos quais 29,7% eram de propriedade americana (os dois tipos de ADR, American Depositary Receipts, negociados na Bolsa de Valores de Nova York, a partir do governo de FHC).

Resumindo, perto de 40% dos lucros das operações resultantes da produção do pré-sal e dos outros campos da Petrobras são remetidos ao exterior.

A União tem o controle acionário da companhia porque detém 55,6% das ações ordinárias, que tem direito a voto. Portanto, a União controla a empresa com uma folga de apenas 5,6% do total das ações ordinárias. 

Em 2010 houve uma variação nessa situação: durante o governo Lula, na chamada “cessão onerosa”, a Petrobras “pagou” em ações, à União, os 5 bilhões de barris de petróleo a ela cedidos, localizados pela ANP no pré-sal, situados em Franco. Por isso a União passou a ter 42% no capital social da Petrobras (eram 32,1%). Somando com os 7,7% do BNDESPar, significa que no capital social da Petrobrás, hoje, 49,7% são de capital estatal. 

Quando, no governo ilegítimo de Temer, a Petrobras, sob o comando de Pedro Parente, decide aplicar uma política de preços, “sem ingerência do Governo”, quer dizer que só levará em conta os interesses dos seus acionistas privados, em sua maioria americanos, pouco se importando com os interesses da Nação brasileira. A “nova política de preços” resulta dessa visão. 

Vê-se que temos muito caminho ainda a percorrer. 

*Haroldo Lima é engenheiro, membro da Comissão Política do Comitê Central do Partido Comunista do Brasil e ex diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gas Natural e Biocombustíveis. 
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Má ideia

Em meio ao movimento dos caminhoneiros, vozes ultra liberais tiram do baú a ideia de privatizar a Petrobras. Além de atingir a soberania nacional, a medida escancaria as portas para política de preços dis combustíveis mil vezes pior do que a atual.

27 maio 2018

Patético

Agora na TV, claudicante e patético,  Temer anuncia acordo (sic) com representantes dos caminhoneiros. A agonia segue.

Perdas

‘Perdas com protestos de caminhoneiros superam R$ 10 bi em cinco dias’ [Imagine o prejuízo de cada brasileiro com a atual política de preços da Petrobras!].

26 maio 2018

Grande jogo

Em grande jogo, em Kiev, Real Madrid faz 3x1 sobre o Liverpool — com duas falhas clamorosas do goleiro alemão Karius do time inglês. ‘Caprichos do futebol’, diria o amigo Epaminondas.

Sincericídio

Em meio à crise, o ‘Estadão’ abandonou a cantilena governamental e reconheceu a verdade sobre a economia: “A crise nos transportes, com estradas bloqueadas e abastecimento comprometido, atingiu o Brasil quando a economia já havia perdido impulso e as projeções de crescimento eram jogadas para baixo. Enquanto os caminhoneiros protestavam e o governo buscava uma negociação, ficaram quase ignoradas as más notícias da nova sondagem setorial da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo a pesquisa, a atividade continuou em queda em abril, a ociosidade permaneceu elevada no parque produtivo, os empresários ficaram menos otimistas e as intenções de investimento mais uma vez arrefeceram.” (BR18).

Pedreira

Com pouco mais de meia hora de  jogo, Salah (Liverpool) e Carbajal (Real Madrid) saem chorando por contusão grave. É a supremacia do ‘futebol força’ sobre o ‘futebol arte’. Lamentável.

Bandeiras justas

Petroleiros poderão ir à greve com pauta certeira: redução do preço dos combustíveis, manutenção dos empregos e retomada da produção interna de combustíveis, fim das importações de gasolina e outros derivados. Corretamente, não incluem redução de impostos.

25 maio 2018

O nó da questão

Nota do PCdoB sobre a paralisação dos caminhoneiros e o preço dos combustíveis
O agravamento da crise política, econômica e social vivida no Brasil é consequência direta das medidas perversas implementadas pelo governo ilegítimo de Michel Temer (MDB) e apoiadas pelo consórcio golpista. Os dois anos de governo do atual mandatário colocaram o país à deriva e a beira de um colapso de graves consequências.
A alta no preço dos combustíveis é o mais novo capítulo do fracasso das medidas ultraliberais. A
“equipe econômica dos sonhos” do mercado, tem levado o brasileiro a viver um prolongado pesadelo. Desde a implementação da malfadada “nova política de preços da Petrobras”, em vigência desde outubro de 2016, o preço do diesel foi reajustado 121 vezes. O aumento do preço atinge também a gasolina e o gás de cozinha. O botijão de gás de 13kg era comercializado em média a R$ 50,00 em maio de 2016, hoje passa dos R$70,00 e em algumas cidades ultrapassa o valor de 100 reais. As consequências são trágicas e quem paga o preço é o povo, especialmente os mais pobres. No intervalo de dois anos, segundo dados do IBGE, mais de 1,2 milhão de famílias passaram a usar lenha para cozinhar.

A atual política de preços implementada pela direção da Petrobras deixa o país à mercê dos interesses dos grandes acionistas privados, que buscam a elevação a qualquer custo do valor de mercado da estatal para atender aos seus próprios interesses, em detrimento do abastecimento de combustíveis a preços razoáveis, função principal da Petrobras.
Além de abrir mão do controle do preço dos combustíveis o governo Temer e gestão de Pedro Parente fragilizam a Petrobras a aumentam a dependência do Brasil para a importação de derivados do petróleo, ao reduzir a produção das refinarias nacionais. O Brasil tem grande capacidade de produção de petróleo, mas a política criminosa de Temer e Parente provocou o aumento da exportação do óleo cru e a elevação da importação de seus derivados.
A greve dos caminhoneiros contra os preços exorbitantes dos combustíveis expressa uma reivindicação justa e encontra apoio popular. A lógica fiscalista do atual governo deve ser derrotada, em benefício de uma solução política e imediata para as reivindicações.
O PCdoB conclama sua militância a um estado de alerta e mobilização. Nesse momento é imperativo a construção de diálogos entre as Centrais Sindicais, os sindicatos dos caminhoneiros e as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo no sentido de buscar soluções no terreno da mobilização popular e da democracia política.
Sem apresentar medidas efetivas para atender às reivindicações e resolver a crise, o governo recorre mais uma vez ao uso da força, no caso, a das forças armadas, que acabam tendo o seu papel distorcido e vulgarizado. Isso pode agravar o problema ao invés de soluciona-lo.

Defendemos a revogação da atual política de preços da Petrobras, a demissão imediata de Pedro Parente da presidência da estatal e o fim da entrega do pré-sal às multinacionais. Defendemos ainda a retomada nos investimentos no setor de óleo e gás e especialmente a ampliação da capacidade de refino dos derivados do petróleo.
Ao mesmo tempo, refirmamos que a saída para atual crise no Brasil passa pelo fortalecimento da democracia com a garantia da realização de eleições livres e democráticas, onde o povo possa escolher livremente entre os candidatos e programas apresentados.
25 de maio de 2018,
Luciana Santos, presidente nacional do PCdoB
Manuela d’Ávila, pré-candidata a presidência da República pelo PCdoB
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Humor de resistência

Laerte vê a precarização do trabalho com a reforma trabalhista.

Questão crucial


Engenheiros da Petrobrás denunciam Temer e Parente: política de preços beneficia os Estados Unidos

A AEPET reafirma o que foi expresso no Editorial Política de preços de Temer e Parente é America First!, de dezembro de 2017.

A Petrobrás adotou nova política de preços dos combustíveis, desde outubro de 2016.

A partir de então, foram praticados preços mais altos, que viabilizaram a importação por concorrentes.

A estatal perdeu mercado e a ociosidade de suas refinarias chegou a um quarto da capacidade instalada.

A exportação de petróleo cru disparou, enquanto a importação de derivados bateu recordes.

A importação de diesel se multiplicou por 1,8 desde 2015, dos EUA por 3,6.

O diesel importado dos EUA,, que em 2015 respondia por 41% do total, em 2017 superou 80% do total importado pelo Brasil.

Ganharam os produtores norte-americanos, os traders multinacionais, os importadores e distribuidores de capital privado no Brasil.

Perderam os consumidores brasileiros, a Petrobrás, a União e os estados federados com os impactos recessivos e na arrecadação.

Batizamos essa política de America first! , Os Estados Unidos primeiro!

Diante da greve dos caminhoneiros assistimos, lemos e ouvimos, repetidamente na “grande mídia”, a falácia de que a mudança da política de preços da Petrobrás ameaçaria sua capacidade empresarial.

Esclarecemos à sociedade que a mudança na política de preços, com a redução dos preços no mercado interno, tem o potencial de melhorar o desempenho corporativo, ou de ser neutra, caso a redução dos preços nas refinarias seja significativa, na medida em que a Petrobrás pode recuperar o mercado entregue aos concorrentes por meio da atual política de preços.

Além da recuperação do mercado perdido, o tamanho do mercado tende a se expandir, porque a demanda se aquece com preços mais baixos.

A atual direção da Petrobrás divulgou que foram realizados ajustes na política de preços com o objetivo de recuperar mercado, mas até aqui não foram efetivos.

A própria companhia reconhece nos seus balanços trimestrais o prejuízo na geração de caixa decorrente da política adotada.

Outra falácia repetida 24 horas por dia diz respeito a suposta “quebra da Petrobrás” em consequência dos subsídios concedidos entre 2011 e 2014.

A verdade é que a geração de caixa da companhia neste período foi pujante, sempre superior aos US$ 25 bilhões, e compatível com o desempenho empresarial histórico.

_*Geração operacional de caixa, US$ bilhões: 2011, 33,03; 2012, 27,04; 2013, 26,03; 2014, 26,60; 2015, 25,90; 2016, 26,10 e 2017, 27,11.**_ 

A Petrobrás é uma empresa estatal e existe para contribuir com o desenvolvimento do país e para abastecer nosso mercado aos menores custos possíveis.

A maioria da população quer que a Petrobrás atue em favor dos seus legítimos interesses, enquanto especuladores do mercado querem maximizar seus lucros de curto prazo.

Nossa Associação se solidariza com os consumidores brasileiros e afirma que é perfeitamente compatível ter a Petrobrás forte, a serviço do Brasil e preços dos combustíveis mais baixos e condizentes com a capacidade de compra dos brasileiros.

Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET)

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Bicudos se bicam

Quando o tucano vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima pede a cabeça do tucano presidente da Petrobras Pedro Parente é porque realmente as coisas se complicam entre os golpistas.

Regressão antinacional

A extinção do Fundo Soberano e o desmonte do Brasil
Editorial do portal Vermelho

O mais recente atentado contra a integridade do Estado brasileiro, cometido por Michel Temer, tornou-se público nesta terça feira (22): a extinção do Fundo Soberano do Brasil (FSB). A Medida Provisória (MP) 830/2018 comete esta insânia e transfere os recursos do Fundo (calculados em R$ 26,5 bilhões) para o Tesouro Nacional, de onde serão usados para o pagamento da dívida pública federal. Dívida que supera R$ 3,6 trilhões, total que os recursos pilhados do FSB mal arranham, sendo calculados em cerca de 7% dele. Isto é, o dinheiro que deveria servir ao desenvolvimento do país será entregue aos grandes financistas que abocanham os recursos públicos brasileiros.

O Fundo Soberano do Brasil foi criado em dezembro de 2008, depois da quebra do banco norte-americano Lehman Bothers e do agravamento da crise financeira internacional, para ser formado com recursos oriundos da exploração do pré-sal, entre outros. Seguia a tendência internacional de defesa da soberania nacional. O mais antigo deles é o da Noruega, de 1976 e que, em 2017, chegou a US$ 1 trilhão, maior que o PIB, que era de US$ 516 bilhões em 2013.

Alguns países ciosos de sua independência nacional e que usam este instrumento de soberania face ao chamado “mercado” (isto é, ao grande capital) são EUA (criado em 1976, tem US$ 40 bilhões), Canadá (1999, tem US$ 119 bilhões), Rússia (2004, tem US$ 158 bilhões) China (2007, hoje supera US$ 2 trilhões). Quando o Fundo Soberano do Brasil foi criado, em 2008, a soma total dos saldos de instrumentos semelhantes no mundo era de US$ 3 trilhões. Quase sempre originários da exploração de riquezas minerais, como o petróleo. 

O Fundo Soberano é uma espécie de poupança que os países usam para, com independência em relação ao mercado financeiro, fazer aplicações públicas em seu próprio desenvolvimento, ou enfrentar crises e ataques especulativos de investidores pouco escrupulosos. Na Noruega, por exemplo, anuncia-se que as reservas de seu fundo soberano terão uso social: garantirão a aposentadoria das gerações futuras. Segundo a Lei 11.887/2008, as finalidades do FSB eram de “promover investimentos em ativos no Brasil e no exterior, formar poupança pública, mitigar os efeitos dos ciclos econômicos e fomentar projetos de interesse estratégico do país localizados no exterior”. 

O professor Numa Mazat, do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), explica que o Fundo Soberano “é usado para dar orientações estratégicas à economia nacional. Principalmente através do financiamento de setores vistos como estratégicos para o desenvolvimento econômico nos países periféricos”. 

O atual governo brasileiro, a serviço da especulação financeira, despreza uso social semelhante. Ao contrário, Temer prossegue no desmonte do Estado nacional. A extinção do Fundo Soberano é mais um passo nesse sentido – abre mão desse importante instrumento estratégico. E entrega seus recursos ao capital especulativo, que sempre foi contra a criação do Fundo Soberano do Brasil. Partidos aliados do grande capital como PSDB, DEM e PPS apresentaram ao STF, na época, uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin), tentando barrar a iniciativa.

A extinção do FSB é uma medida que se soma a outras no mesmo sentido – como o corte nos gastos obrigatórios determinados pela Constituição Federal. Por iniciativa de Temer, a Emenda Constitucional 95 congelou os gastos públicos por vinte anos, sobretudo em saúde, educação e investimentos do governo. A sofreguidão privatista de Temer e seu governo antinacional busca ainda entregar ao capital privado, brasileiro e estrangeiro, parcelas cada vez maiores do patrimônio público (como o pré-sal, ativos da Petrobras, a Eletrobras e outras), que pertence aos brasileiros e a eles deveria beneficiar. E não exclusivamente à especulação financeira, dona de uma dívida que, mesmo ante entreguismo tão desvairado, cresce continuamente, sem parar, gerando lucros cada vez maiores para a ganância financeira, que especula com títulos do governo.

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