31 outubro 2006

Ciro: "É preciso democratizar a mídia


Instaurou-se um debate sobre o papel da mídia numa sociedade democrática, a partir da evidente parcialidade com que a quase totalidade dos meios de comunicação acompahou o episódio eleitoral encerrado domingo.

Vale a pena conferir a entrevista concedida pelo deputado federal recém-eleito Ciro Gomes (PSB-CE) ao jornalista Paulo Henrique Amorim, no site Conversa Afiada.

O deputado eleito com a maior votação da história do Brasil, Ciro Gomes (PSB-CE), disse em entrevista a Paulo Henrique Amorim nesta segunda-feira, dia 30, que um dos desafios do segundo mandato do Governo Lula vai ser promover a democratização dos meios de comunicação (clique aqui para ouvir). “Não temos que ter medo de avançar na questão da democratização dos meios de comunicação do Brasil”, disse Ciro Gomes.

Para Ciro Gomes, o presidente Lula deve ter um contato mais próximo com a imprensa e com os jornalistas. “O presidente Lula, de seu lado, deve falar mais com a sociedade brasileira através da mídia”, defendeu Gomes. Ele disse também que é preciso fortalecer os meios de comunicação alternativos e as cooperativas de jornalistas.

Em relação a Fernando Henrique Cardoso, Ciro Gomes disse que o ex-presidente precisa ser desmascarado. “Esse sujeito circula pelo mundo afora desqualificando o processo político brasileiro”, disse Ciro Gomes.

Leia a íntegra da entrevista com Ciro Gomes clicando aqui: http://conversa-afiada.ig.com.br/materias/397501-398000/397680/397680_1.html.

A ironia sob medida de Mino Carta

Do Blog do Mino:

Um almoço para FHC - João Dória Júnior, aquele cavalheiro que destrói monumentos e dorme de redinha a lhe enfaixar os cabelos, organizou um almoço homenagem hoje, segunda-feira, para Fernando Henrique Cardoso, em beneficio dos associados da Lide. Trata-se de numeroso grupo de empresários dispostos, se for o caso, a envergarem as roupas de Indiana Jones para festas em Comandatuba. Me causa arrepios pensar que a Lide reúne 40% do PIB nacional. É o que alega o próprio Dória. E a ele coube apresentar FHC nos salões do Hotel Hyatt, como o presidente que mais contribuiu par a democracia brasileira. Lá pelas tantas, um dos convivas perguntou ao homenageado qual seria o risco de Lula pretender governar somente para os pobres. FHC esclareceu, sem solenidade, que um presidente da República tem de governar também para os ricos. Os aplausos da platéia foram ouvidos em Pindamonhangaba.

As ações de Alckmin e uma corda balançando longe demais

Alon Feuerwerker é um experiente jornalista, tendo ocupado funções de grande destaque na imprensa brasileira. Foi articulista e membro do Conselho Editorial da Folha de S.Paulo, por exemplo. Mantém o Blog do Alon onde aborda com propriedade e verve muito peculiar problemas relevantes da política e da vida social em geral. Você que acessa com alguma freqüência nosso blog já percebeu que transcrevemos com certa assiduidade textos de Alon, esteja ou não de acordo, parcial ou plenamente, com o conteúdo essencial do que escreve. Veja essa preciosidade:

Se a candidatura Geraldo Alckmin fosse uma empresa de capital aberto, poderíamos concluir que suas ações estavam artificialmente infladas ao final do primeiro turno e voltaram para um preço realista no segundo turno. Afinal, essa proporção de 3 para 2 entre os votos dados a Luiz Inácio Lula da Silva e ao tucano é antiga e relativamente constante. Leia Muito barulho por (quase) nada. No fim do primeiro turno abriu-se uma janela de oportunidade para Alckmin, que a desperdiçou. Ele cometeu algum erro muito grave no momento mesmo em que o eleitor flutuante começava a pensar mais seriamente em apoiá-lo. Cada um tem a sua opinião sobre qual tenha sido esse erro. O que eu acho? Penso que Alckmin foi como uma corda que balançou longe demais do eleitor que não rejeitava a possibilidade de abandonar Lula. Quando o eleitor flutuante pensou em agarrar a corda, não conseguiu. A volta do eleitor flutuante ao ninho petista/lulista começou ainda antes do primeiro turno. Lembrem-se de que a primeira pesquisa do segundo turno já mostrou Lula numa posição razoavelmente confortável. A corda de Alckmin estava balançando muito à direita. O debate na TV Bandeirantes foi emblemático dessa opção do tucano. Alguns classificam aquele como o melhor momento de Alckmin. Pois eu acredito que tenha sido o seu maior equívoco. Os que já eram entusiastas da candidatura dele adoraram. E daí? É muito amadorismo você passar quatro semanas chamando Lula de ladrão e acreditar que o eleitor de Lula vai achar isso bonito. Lula, que não é bobo, aproveitou a chance e jogou a corda de Alckmin para mais longe ainda, ao introduzir na pauta as privatizações e o corte de investimentos sociais.

Versos que entusiasmam

“Apesar de você/Amanhã há de ser outro dia./Você vai ter que ver/A manhã renascer/E esbanjar poesia.” (Chico Buarque de Holanda – Apesar de você).

O carinho das rosas vermelhas


Você já recebeu rosas vermelhas? Esse amigo de vocês, sim. Todas as vezes com prazer e emoção – rosas reais, rosas virtuais. Vale sempre a intenção de quem as oferece.

Veja nessa foto publicada na Folha Online o presidente Lula cercado do carinho de mulheres e de rosas vermelhas. Uma das mais belas fotos do dia seguinte à grande vitória de domingo - pelo menos aos nossos olhos.

PMDB: bom sinal

Especula-se que o PMDB apresentará brevemente ao presidente Lula um texto programático a servir de referência ao apoio do partido ao governo no Congresso e a uma provável presença de peemedebistas no ministério.

A se confirmar a iniciativa, será um bom sinal. Nada como assumir compromissos públicos em torno de idéias como vacina contra a partilha pura e simples de cargos.

Opinião pessoal de terça-feira, 31/10: Amplitude e governabilidade

Durante os debates na TV o governador Mendonça Filho tentou constranger o então candidato Eduardo Campos sugerindo que este teria feito alianças eleitorais questionáveis. Referia-se precisamente ao apoio do deputado Inocêncio Oliveira, do PL, dissidente da União por Pernambuco e com larga trajetória no campo conservador; e ao PP dos ex-deputados Severino Cavalcanti e Pedro Correia Neto. Eduardo, hábil e experimentado, limitou-se a afirmar que o compromisso fundamental de todos os que apoiavam, no primeiro e no segundo turno, se cingia à proposta programática. Afirmação verdadeira e correta.

Apoio não se rejeita – tanto para vencer as eleições, como para governar. Vale para todos, como Eduardo e Lula, nesse instante. Porque tem relação direta com algo precioso para o bom êxito do governo: as condições de governabilidade, que incluem uma base parlamentar ampla e minimamente consistente. A amplitude heterogênea dos apoios conquistados por Eduardo Campos concorrerá decisivamente para que governe com expressiva sustentação política.

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A expectativa dos eleitores quanto ao segundo governo Lula


No Conversa Afiada: VOX POPULI: 85% DOS BRASILEIROS TORCEM PARA QUE O GOVERNO LULA DÊ CERTO

Uma pesquisa realizada pelo instituto Vox Populi publicada pela revista Carta Capital diz que 85% dos brasileiros torcem para que o governo Lula dê certo. A pesquisa ouviu mais de duas mil pessoas em mais de cem municípios brasileiros, entre os dias 23 e 24 de outubro.

O diretor-adjunto de redação da Carta Capital, Maurício Dias, disse ao Conversa Afiada que, como a pesquisa foi realizada antes da eleição (segundo turno), trata-se de um retrato da expectativa dos brasileiros sobre uma possível vitória de Lula.
Nas Urnas, Lula confirmou as pesquisas e por volta das 19h30 deste domingo, dia 29, o presidente do TSE Marco Aurélio Mello, o declarou reeleito.

Pequeno na derrota

Na coluna de Inaldo Sampaio (Pinga Fogo) no Jornaldo Commercio de hoje:

“Quem não soube perder foi Jarbas Vasconcelos, que se negou, ainda na noite de domingo, a assumir a sua parcela de culpa pela derrota de Mendonça, como fez Marco Maciel em 1986 em relação a José Múcio. Só ontem, 15 horas após o encerramento da votação, é que ele admitiu à Rádio Jornal que a derrota não foi só dele, mas também de Mendonça e dos outros líderes da aliança.”

Bom dia, Cecília Meireles


Segundo motivo da rosa

A Mário de Andrade

Por mais que te celebre, não me escutas,
embora em forma e nácar te assemelhes
à concha soante, à musical orelha
que grava o mar nas íntimas volutas.

Deponho-te em cristal, defronte a espelhos,
sem eco de cisternas ou de grutas...
Ausências e cegueiras absolutas
ofereces às vespas e às abelhas.
E a quem te adora, ó surda e silenciosa,
e cega e bela e interminável rosa,
que em tempo e aroma e verso te transmutas!

Sem terra nem estrelas brilhas, presa
a meu sonho, insensível à beleza
que és e não sabes, porque não me escutas...

Vitória incontestável e equilíbrio de forças afastam 'terceiro turno'

Veja essa interessante análise assinada por Nelson Breve na Carta Maior:

Legitimidade garantida pela diferença de mais de 20 milhões de votos e resultado das disputas estaduais espantam ameaça do terceiro turno pós-eleição. Lula assume em cenário político mais favorável do que no primeiro mandato.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode pronunciar a frase da qual mais gosta, sem risco de escorregar para o exagero comum em outras circunstâncias. Nunca antes na história da democracia um candidato a presidente foi agraciado com tantos votos quanto ele neste segundo turno das eleições brasileiras. Foram mais de 58 milhões e 293 mil eleitores que confiaram a ele um segundo mandato no comando do país. Mais de 60% dos votos válidos. Superou a marca de 54.428.357 alcançada pelo presidente norte-americano Ronald Reagan 22 anos atrás, tornando-se o chefe de Estado mais sufragado em todos os tempos.

Para ler o texto completo, clique aqui: http://cartamaior.uol.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=12699.

61 x 39: entenda os números da goleada

Paulo Henrique Amorim no Conversa Afiada:

A goleada de Lula se explica da seguinte maneira:

1) Alckmin teve menos votos no segundo turno do que no primeiro: 40 milhões de votos x 37 milhões de votos.A única vez em que isso aconteceu na política brasileira – ter menos votos no segundo turno – foi com outro tucano, candidato a prefeito de Belo Horizonte, Amílcar Martins;

2) Lula diminuiu a diferença em São Paulo: Lula subiu dez pontos percentuais; Ou seja, a eleição de José Serra no primeiro turno e a entrada de Fernando Henrique na campanha beneficiaram Lula;

3) Alckmin deu o beijo da morte no Rio. No primeiro turno, Lula ganhou de 49% a 28%. No segundo, Lula subiu vinte pontos – passou para 69%. E Alckmin passou de 28% para 30%;

4) Minas. A eleição de Aécio no primeiro turno também beneficiou Lula. No primeiro turno, Lula ganhou de 50% a 40%. No segundo, de 65% a 34%.

5) No Ceará, o presidente do PSDB, Tasso Jereissati, aprofundou a derrota de Alckmin. No primeiro turno, Lula ganhou de 71% a 22%. No segundo, de 83% a 17%;

6) Na Bahia, a eleição de Jacques Wagner no primeiro turno beneficiou Lula. No primeiro turno, Lula ganhou de 66% a 26%. No segundo, de 78% a 21%.

7) No Rio Grande do Sul, Lula diminuiu a diferença pró-Alckmin. No primeiro, Alckmin ganhou de 55% a 33%. No segundo, foi de 55% a 44%. Ou seja, Alckmin não se mexeu, embora Yeda Crusius tenha sido eleita;

8) No centro oeste, Lula virou o jogo. No primeiro turno, Alckmin ganhou de 51% a 38%. No segundo, Lula ganhou de 52% a 47%.

9) No Amazonas, estado do líder do PSDB, Senador Arthur Virgilio, que prometeu dar uma “surra” no Presidente Lula, no primeiro turno Lula ganhou de 78% a 12%. No segundo foi de 86% a 13%. Enquanto isso, Virgilio teve 5,5% dos votos para governador.

10)A vitória de Lula sobre Alckmin – 61% a 39% - foi igual à vitória de Lula sobre Serra, no segundo turno de 2002: 61% a 39%.

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História: 31 de outubro de 1904

Osvaldo Cruz, na mordaz caricatura
de Bambino
Aprovada, graças ao médico Osvaldo Cruz, a Lei da Vacina Obrigatória. Sob ataque da imprensa, ela chega a causar um levante popular na capital (a Revolta da Vacina), mas é um marco histórico da saúde pública no país. A vacina termina se impondo e liquida a febre amarela, antes endêmica no Rio. (Vermelho www.vermelho.org.br).

Filosofia de pára-choques

“Tão egoísta que despreza até perdão.” (Num caminhão com placa de Caxias do Sul-RS).

“Fora do ar”

Pela primeira vez desde que alimentamos diariamente esse modesto blog que vem contando com o interesse generoso de tantos amigos e amigas, ficamos impedidos, por razões técnicas, ontem à tarde e à noite de postar novos comentários, especialmente os que se relacionavam com a imensa vitória alcançada pelas forças progressistas e democráticas de Pernambuco, com a eleição de Eduardo Campos, domingo.

Hoje, terça-feira, as coisas voltam à normalidade e continuaremos compartilhando com vocês impressões sobre os fatos da vida e da luta, leituras, poemas, imagens.

30 outubro 2006

Lula se diz "reeleito para fazer justiça pelo povo"


Eu fui reeleito para fazer justiça pelo povo brasileiro" - foram as palavras finais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sua primeira entrevista coletiva de imprensa depois do segundo turno, pelo PT-PCdoB-PRB, na noite deste domingo (29). Lula respondeu a perguntas de cinco jornalistas da imprensa brasileira e estrangeira, voltando a dizer que "vou cansar vocês (da imprensa) de entrevista coletiva daqui para frente".

Lula prometeu que, até dezembro, falará com "todas as forças políticas que compõem o Congresso Nacional, assim como os movimentos sociais". Disse estar "confiante na compreensão dos partidos que fizeram oposição a nós", agora que "a eleição acabou". Garantiu que "não haverá veto a ninguém", que "quero trabalhar com todo mundo".

"Quero conversar com todos, todos os partidos", frisou ainda Lula. E citou um tema imediato: "Vamos discutir logo no princípio do mandato a reforma política".

Para ler a entrevista na íntegra clique aqui http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=9432

Bom dia, Ivan Lins


Novo tempo

No novo tempo, apesar dos castigos
Estamos crescidos, estamos atentos, estamos mais vivos
Pra nos socorrer, pra nos socorrer, pra nos socorrer
No novo tempo, apesar dos perigos
Da força mais bruta, da noite que assusta, estamos na luta
Pra sobreviver, pra sobreviver, pra sobreviver
Pra que nossa esperança seja mais que a vingança
Seja sempre um caminho que se deixa de herança
No novo tempo, apesar dos castigos
De toda fadiga, de toda injustiça, estamos na briga
Pra nos socorrer, pra nos socorrer, pra nos socorrer
No novo tempo, apesar dos perigos
De todos os pecados, de todos enganos, estamos marcados
Pra sobreviver, pra sobreviver, pra sobreviver
No novo tempo, apesar dos castigos
Estamos em cena, estamos nas ruas, quebrando as algemas
Pra nos socorrer, pra nos socorrer, pra nos socorrer
No novo tempo, apesar dos perigos
A gente se encontra cantando na praça, fazendo pirraça

Com a força do povo, Lula é reeleito com mais votos que em 2002

Ilustração do portal Vermelho

No Vermelho: O TSE proclamou formalmente às 19h deste domingo (29) a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reelegendo-se em segundo turno. Lula derrotou Geraldo Alckmin (PSDB), que no primeiro turno havia conquistado 41,6% dos votos válidos. A popularidade de Lula sobreviveu a um ano e meio de ataques diários da oposição e de praticamente toda a grande imprensa, ao seu governo e ao seu partido, o PT, desde que foi deflagrada a chamada ''crise do mensalão'' no Congresso.

Com 95,23% dos votos apurados, Lula somava mais de 55 milhões de votos, quantidade que ultrapassa a votação obtida em 2002, quando obteve 52,8 milhões de votos. Até esse ponto da apuração, os votos do petistas equivaliam a 60,75% dos votos válidos, contra 39,25% de Alckmin.

Lula ganha um novo mandato embalado por uma avaliação positiva recorde de seu governo: 53% de ótimo ou bom, em outubro, segundo o Datafolha. Em seu último comício, na periferia de São Paulo, na noite de quarta-feira (dia 24), o presidente-candidato amparou-se nas estatísticas para desabafar: ''Quero ver alguém sair com a avaliação que nós estamos hoje em final de mandato, depois de a gente apanhar quatro anos da imprensa brasileira, quatro anos em que as coisas boas que nós fazíamos não apareciam nos jornais''.

Vitória consagradora impulsiona as mudanças no segundo mandato

''O resultado não foi positivo apenas nos seus números finais. O segundo turno, temido a princípio, acabou cumprindo um papel altamente educativo e ideológico – termo que a direita já havia enterrado. Foi outra campanha, mais politizada e radicalizada, com a polarização entre dois projetos antagônicos para o futuro da nação. E as forças comprometidas com as mudanças venceram o debate de idéias na sociedade.''. Artigo de Renato Rabelo no Vermelho.

Para ler o texto na íntegra clique aqui http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=9423

Visão econômica mais ousada

No Vermelho (www.vermelho.org.br): O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, afirmou neste domingo (29/10) que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve abandonar, caso seja reeleito, a visão econômica conservadora que marcou o início do primeiro mandato.

"Acabou a era Palocci no Brasil. Até posso dizer que no primeiro ano do governo, ele prestou bons serviços, mas taxas baixas de crescimento, preocupação neurótica com inflação, sem pensar em distribuição de renda e crescimento, isso terminou", afirmou o ministro, em referência ao trabalho do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci.

Governabilidade

A análise deve ser criteriosa, mas preliminarmente dá para notar que Lula iniciará o seu segundo governo com bases de apoio mais amplas do que quando se elegeu em 2002.

No início do mandato, em 2003, apenas 3 governadores davam sustentação a Lula – hoje são 16; tinha pouco menos do que 200 deputados a seu favor – hoje contará de saída com aproximadamente 300.

Versos que emocionam

“Tire o seu sorriso do caminho/Que eu quero passar com a minha dor.” (Nelson Cavaquinho - A flor e o espinho).

Opinião sensata

No Jornal do Commercio de hoje: A vitória de Eduardo Campos (PSB) sobre Mendonça Filho (PFL) não deve ser encarada como uma revanche, mas como a retomada de um trabalho reconhecido pelo povo nas urnas. A afirmação, em tom sério, foi feita ontem pela ex-primeira-dama Madalena Arraes, viúva do ex-governador Miguel Arraes, derrotado por Jarbas Vasconcelos (PMDB) em 1998. Sentada ao lado de Eduardo, na primeira coletiva após a vitória – ou cercada pelos filhos e netos na chegada ao Recife Monte Hotel, local da entrevista – ela comemorou com seu estilo discreto, mas visivelmente emocionada. “A opinião do povo é que é importante pra nós. É importante a gente ouvir o que o povo está dizendo e, para a nossa família, depois de todos esses governos, a vitória de Eduardo é muito reconfortante”, afirmou.

Desafios do segundo mandato de Lula

“O novo governo terá de se concentrar em uma agenda para o Brasil crescer. Mas não haverá crescimento sustentável sem reformas.”

“A inovação é outra questão crucial para o aumento da competitividade e deve ser trabalhada pelo governo que se inicia em 2007. As inovações tecnológicas reduzem o custo dos produtos, aumentam a oferta de bens e serviços e a competitividade das empresas. Na mesma linha, o Brasil terá de investir em educação, base da produtividade. Precisamos de pessoal qualificado, capaz de encontrar soluções e idéias para melhorar a produção.”

Armando Monteiro Neto em artigo na Folha de S.Paulo de hoje.

História: 30 de outubro de 1979


Num piquete na metalúrgica Sylvania, São Paulo, a PM mata a tiros o líder operário católico Santo Dias da Silva, 37 anos. Mais de 10 mil protestam no enterro. (Vermelho www.vermelho.org.br).

Gesto de grandeza

“Não podemos nos alimentar de qualquer tipo de sentimento menor que possa marcar a nossa tarefa que é grande, árdua e desafiadora. Nós vencemos as eleições e saberemos respeitar a vitória que não nos pertence, mas que pertence ao povo pernambucano, alargando ela.” (Eduardo Campos na entrevista coletiva após apurados os votos, ontem, segundo a Folha de Pernambuco).

29 outubro 2006

Revanche ou novo tempo?

Há uma forte tendência na mídia local a se colocar a decisão de hoje como uma revanche entre Arraes e Jarbas, numa referência ao pleito de 1998. Como se sabe, Arraes tentava a reeleição e perdeu por mais de um milhão de votos de diferença para Jarbas. A disputa de hoje, mesmo tendo em Eduardo Campos um neto do ex-governador Arraes, não deve ser encarada nestes termos. Há, sim, um confronto de projetos políticos que aglutinam, em lados opostos, forças sociais e partidárias que nada têm a ver nem assumem a peleja nestes termos. Fosse assim, a vitória de Eduardo significaria um retorno ao passado – quando representa o início de um novo tempo em Pernambuco, em sintonia com o novo horizonte descortinado pelo governo Lula.

Versos que inspiram

“Quero falar de uma coisa/Adivinha onde ela anda/Deve estar dentro do peito.” (Milton Nascimento –Coração de estudante).

Eduardo deve ter o dobro dos votos de Mendonça

No Diário de Pernambuco de hoje: O candidato da Frente Popular ao governo do estado, o deputado federal Eduardo Campos (PSB), deve ser eleito hoje com a maioria folgada dos votos dos pernambucanos. De acordo com a última pesquisa do DIARIO DATA Associados, ele vencerá com 68% dos votos válidos contra 32% do atual governador e candidato à reeleição, Mendonça Filho (PFL). Eduardo tem aproximadamente o dobro das intenções de votos de Mendonça. A diferença entre Eduardo Campos e Mendonça Filho é de 36 pontos percentuais, na conta dos válidos. Os resultados têm margem de erro de 3 pontos percentuais, podendo ser para mais ou para menos. Os números absolutos irão depender da taxa de abstenção. Em Pernambuco, 5.834.512 eleitores estão aptos a votar.

A Justiça usará os votos válidos na divulgação do resultado oficial. Nesta soma, são desconsiderados os nulos, os brancos e o percentual de indecisos. Esta pesquisa foi realizada entre os dias 25 e 26 de outubro. O instituto ouviu 1.100 pessoas. Nota-se que Eduardo ampliou a vantagem nos últimos 15 dias, quando o instituto averiguou a preferência do eleitorado no segundo turno. Naquela ocasião, o socialista tinha 62% dos válidos; o pefelista 38%.

No cenário das intenções de votos, o quadro mostra que o número de eleitores indecisos e dispostos a votar em branco soma hoje 7% do total. O índice dos que estão propensos a votar nulo é de 2% (leia gráficos ao lado). Neste mesmo cenário, Eduardo aparece com 62% e Mendonça com 29%. Tanto o quadro das intenções de votos quanto o dos votos válidos são desenhados a partir de perguntas estimuladas. O pesquisador apresenta um disco com o nome dos concorrentes e o eleitor escolhe seu preferido. A diferença está na análise dos resultados. Para os votos válidos, só se considera os votos dados aos candidatos. Os especialistas apontam a estimulada como a mais realista na retratação da aderência de uma campanha.

Na pesquisa espontânea, na qual o entrevistado lembra sozinho do nome dos seus candidatos, Eduardo aparece com 56% e Mendonça com 25% das intenções de votos. A espontânea indica o quanto um nome é conhecido.

"Mendonça tinha um grande potencial, mas optou por uma campanha com tom político e utilizou mal a marca de governador. Ficou na imagem do eleitorado muito mais como o candidato apoiado por Jarbas. Eduardo fez uma campanha propositiva e cativou até mesmo o eleitor de Mendonça neste segundo turno", pontua o cientista político e coordenador do DIARIO DATA, Adriano Cerqueira.

Bom dia, Capiba

Volpi

Madeira que cupim não rói

Madeira do Rosarinho
Vem a cidade sua fama mostrar
E traz com seu pessoal
Seu estandarte tão original

Não vem pra fazer barulho
Vem só dizer... e com satisfação
Queiram ou não queiram os juízes
O nosso bloco é de fato campeão

E se aqui estamos, cantando esta canção
Viemos defender a nossa tradição
E dizer bem alto que a injustiça dói
Nós somos madeira de lei que cupim não rói

Lula só fez crescer no segundo turno

Do Blog do Noblat:

Do site do Instituto Datafolha: "A primeira pesquisa realizada pelo Datafolha sobre a disputa no segundo turno, nos dias 5 e 6 de outubro, mostrava uma vantagem de oito pontos para Lula (54% a 46%) no que diz respeito aos votos válidos. A partir de então, a diferença foi se ampliando a cada levantamento.

Em 10 de outubro, pesquisa realizada após o primeiro debate entre os presidenciáveis, promovido pela TV Bandeirantes, mostrava o candidato à reeleição com 56% e Alckmin com 44% dos votos válidos (12 pontos de vantagem para o petista).

No levantamento seguinte, realizado nos dias 16 e 17, a primeira após o reinício do horário eleitoral na TV, a vantagem se ampliava para 20 pontos (60% a 40%) e chegaria a 22 pontos no levantamento dos dias 23 e 24 (61% a 39%), a mesma que se verifica hoje.

A pesquisa concluída hoje possivelmente capta a repercussão junto aos eleitores do debate entre Lula e Alckmin, promovido pela Rede Globo na noite de ontem.

O Datafolha ouviu 12.561 eleitores em 356 municípios do país e a margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos." Leia mais aqui

História: 29 de outubro de 1963

Passeata de grevistas no centro de São Paulo

Começa a greve dos 700 mil em SP, envolvendo 78 sindicatos. Obtém aumento salarial de 80%, mas não sua reivindicação central, a unificação das datas-base. (Vermelho www.vermelho.org.br).

28 outubro 2006

Filosofia de pára-choques

“Amigo de verdade a gente guarda dentro do peito e usa quando precisa.” (Num caminhão com placa de Irecê-BA).

Ibope e Datafoha apuram vitória de Lula no debate da Globo


Do Portal G1: "O candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu o debate com Geraldo Alckmin (PSDB) na noite de sexta na Rede Globo, segundo os institutos de pesquisa Ibope e Datafolha.

De acordo com o Ibope, 51% dos que assistiram ao debate consideraram que o petista venceu. Para 34%, venceu Alckmin. Os que afirmaram que não sabem, que ninguém ganhou e que ambos venceram são 15%.

Somados os eleitores consultados que assistiram e que não assistiram ao debate, 37% disseram que Lula venceu. Alckmin foi o vitorioso para 22%. Entre esse mesmo grupo de eleitores, os que afirmaram que não sabem, que ninguém ganhou e que ambos venceram são 41%.
Segundo o Datafolha, 49% dos que assistiram ao debate atribuíram a vitória a Lula e 35% a Alckmin. Para 7%, ambos ganharam e, para 4%, nenhum. Os demais 5% disseram não saber quem venceu.

O Datafolha apurou que 53% dos eleitores assistiram total ou parcialmente ao debate e 47% não assistiram.

Somados os que assistiram e os que não assistiram, 36% julgam que Lula se saiu melhor. Para 23%, foi Alckmin, para 5%, ambos, para 3%, nenhum, e 33% disseram não saber."

Ibope prevê vitória de Eduardo

No Blog das Eleições (JC Online):

Vantagem de Eduardo cai, mas dentro da margem de erro

Eis os números da quarta e última rodada da pesquisa Ibope sobre as intenções de votos para governador de Pernambuco, neste segundo turno, que a TV Globo divulga daqui a pouco no NETV 2ª Edição:

Votos válidos (sem brancos, nulos e indecisos):

11/10 18/10 24/10 hoje

Eduardo Campos 61% 64% 65% 63%
Mendonça Filho 39% 36% 35% 37%

O Ibope ouviu 2.002 eleitores em 82 municípios de Pernambuco, ontem e hoje.

A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Datafolha indica reeleição de Lula com 61% dos votos válidos

Na Folha Online:

A vantagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o adversário Geraldo Alckmin oscilou de 21 pontos para 22 pontos, segundo pesquisa Datafolha divulgada na noite deste sábado pelo "Jornal Nacional". A pesquisa foi encomendada pela Folha e pela TV Globo.

Considerando apenas os votos válidos - excluindo brancos, nulos e indecisos -, o candidato do PT à reeleição tem 61% contra 39% do tucano Geraldo Alckmin - esse é o mesmo percentual verificado na pesquisa divulgada na terça-feira. Com isso, a vantagem de Lula sobre Alckmin se manteve estável em 22 pontos nos votos válidos.

A taxa de intenção de voto em Lula ficou estável em 58%. A taxa de intenção de voto em Alckmin ficou estável em 37%. Em intenção de voto, Lula está 21 pontos à frente de Alckmin.O Datafolha entrevistou 12.561 eleitores em 356 municípios ontem e hoje. A pesquisa foi registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A margem de erro é de dois pontos, para mais ou para menos.

Raimundo revela os bastidores de sua reportagem à ''CartaCapital''


Uma entrevista oportunua e esclarecedora, do jornalista Raimundo Rodrigues Pereira a André Cintra e Priscila Lobregatte, no portal Vermelho:

Um racha em grandes redações ajudou Raimundo Rodrigues Pereira a construir, para a CartaCapital, a matéria ''Os fatos Ocultos - A mídia, em especial a Globo, omitiu informações cruciais na divulgação do dossiê e contribuiu para levar a disputa ao 2º turno''. Conforme o jornalista relata nesta entrevista ao Vermelho, a grande mídia arriscou sua credibilidade ao mentir ao público para mostrar fotos do dinheiro do dossiê.

Raimundo não crê em conspiração - Na opinião de Raimundo, o atabalhoado procurador Mário Lúcio Avelar não é um ''conspirador tucano'', mas, sim, alguém que acha válido influenciar ao país a qualquer preço, à sua maneira. ''É uma pessoa que pensa errado - pensa como o Alberto Dines, o Marcelo Beraba, que não entendem direito qual é o papel da imprensa, o papel da polícia e da Justiça num estado democrático avançado como o que a gente pretende.''

Inventor, ao lado de Mino Carta, da moderna cobertura política na imprensa, o jornalista pernambucano, com 47 anos de profissão, tece várias críticas à mídia. Compara a farsa da Escola Base com o linchamento do José Dirceu - nos dois casos, a imprensa fez campanha coletiva e atacou a integridade de pessoas, mesmo sem ter provas concretas.

Para Raimundo Pereira, a mídia conservadora aderiu à missão de demolir o Partido dos Trabalhadores. ''Não sou petista, nem nunca fui, mas para mim está muito claro que é uma tentativa de destruir um partido que prestou grandes serviços ao povo brasileiro.'' Confira abaixo os principais trechos desta entrevista exclusiva - a segunda da série ''Mídia x Mídia''.

Leia a entrevista na íntegra clicado aqui: http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=9364.

Opinião pessoal de sábado, 28/10: O horror de Jarbas

Diz-se com toda razão que de um líder se espera competência e habilidade para vencer e, na derrota, grandeza para encarar a adversidade. O recém-eleito senador Jarbas Vasconcelos, principal líder da União por Pernambuco, mostra-se pequeno e mesquinho diante da derrota que se anuncia. No ato de encerramento da campanha do seu candidato ao governo estadual Mendonça Filho, em Olinda, quarta-feira última, reiterou, em termos agressivos e nada qualificados, seus ataques ao deputado Eduardo Campos, virtual governador eleito: “Se Pernambuco quer o retrocesso, se Pernambuco quer ver o filme que já viu. E é um filme que não presta, é um filme de horror, é só votar no candidato da oposição”, disse ele, conforme registra o jornal Folha de Pernambuco.

De fato, sob muitos aspectos, para Jarbas o resultado do pleito é um “horror”. Ele chegará a Brasília não exatamente como um vitorioso; ao contrário, não fez o sucessor; as oposições em Pernambuco elegeram a maioria de deputados federais e estaduais; e, além disso, será um senador semi-isolado no seu próprio partido, o PMDB, cuja maioria de governadores e congressistas dará sustentação ao segundo mandato do presidente Lula - que ele vem também atacando em tom virulento.

Quem ganhar governa, diz Lula

Do Blog do Noblat:

De Lula hoje de manhã depois de uma caminhada com militantes do PT na região central de São Bernardo do Campo, São Paulo:

- Terminou o processo eleitoral, quem ganhar governa este país, essa é a consagração da democracia.

- Os partidos políticos entendem que tem a hora de brigar e tem a hora de voltar e administrar o país. Vocês sabem que eu sou um homem de paz: eu não consigo confundir minhas divergências de disputa eleitoral com a governabilidade.

- Conseguimos no segundo turno juntar todas as forças políticas que querem um país mais democrático, com desenvolvimento econômico e distribuição de renda. Foi por isso que não parei de crescer nas pesquisas, todos os dias eu crescia um pouquinho e meu adversário caía um pouco.

Lula na crista da onda


A charge de Ronaldo, publicada no Jornal do Commercio, resume a situação às vésperas do pleito presidencial.

Versos que emocionam

“Começaria tudo outra vez, se preciso fosse meu amor/A chama no meu peito ainda queima, saiba, nada foi em vão.” (Gonzaguinha – Começaria tudo outra vez).

Um pobre diabo

Do Blog do Mino:

A história do falso laranja, o padeiro Aguinaldo Delino, que diz ter levado 250 mil reais de Pouso Alegre a São Paulo para entregá-los a Hamilton Lacerda, petista, supera largamente qualquer enredo farsesco. Come se sabe, as casas de saúde (devo dizer manicômio? seria politicamente correto?) estão cheias de Napoleões. Mas o personagem não padece de doença mental, tampouco de mitomania. É apenas um pobre diabo usado por mente tucana com vocação de estrategista. Mas também neste caso, não nos defrontamos com um Napoleão.

Manifestos pró-Lula próximos das 1.000 assinaturas

Na Carta Maior:

Cresce onda de apoio ao candidato do PT (ou de repúdio a Alckmin) no meio acadêmico. Os dois principais manifestos lançados nas universidades não param de colher adesões. Reitores das maiores universidades federais do país também declaram sua preferência pelo petista.

A marola acabou virando tsunami. Iniciada timidamente assim que foi confirmado o segundo turno entre Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin, a onda de apoio ao candidato petista e repúdio ao tucano no meio acadêmico se espalhou pelo Brasil. Manifestos elaborados por professores, estudantes ou funcionários não param de pipocar em universidades e faculdades de todo o país. Dois desses manifestos, nascidos na USP e na UFRJ, respectivamente, se tornaram pólo de atração da opinião dos intelectuais e caminham para chegar às mil assinaturas antes do dia 29 de outubro. Além disso, 46 reitores de universidades federais também formalizaram em documento seu apoio à reeleição de Lula.

Bom dia, Cida Pedrosa


chama

não te direi o sim
dos convictos
pois o meu corpo
é dúvida

cavalguem em mim as incertezas
é desta matéria minh'alma

há muitos anos
curvas e ciclos
me habitam

não te farei propostas de amor
nem canções desesperadas
mas se quiseres
trago no peito o cheiro das estações
na língua a infâmia dos oprimidos

enfim
tenho um colo em chamas
para fazer morada.

Mino Carta: Ironias e metáforas

Do Blog do Mino:

Recomendava-me Raymundo Faoro, o cidadão mais sábio e culto que conheci: “Não exagere em ironia, a maioria não entende, acha que você fala sério.” Já houve tempo em que a sociedade brasileira freqüentou com mais desembaraço a metáfora, o paradoxo, o chiste saboroso. Emburrecemos. Honra seja feita ao candidato tucano Geraldo Alckmin: ele entendeu que o adversário Luiz Inácio Lula da Silva o ironizava, nos três debates que foram ao ar.

Lula dá de 13 a 0 em FHC


Paulo Henrique Amorim no blog Conversa Afiada:

O Presidente Lula disse que não quer mais bater em FHC: “nesses quatro anos já batemos muito neles”. Foi numa entrevista ontem (dia 25, quarta-feira) à Radio Gaúcha. “Agora, eu quero comparar comigo mesmo,” disse Lula.

De fato, o desempenho do Governo Lula, comparado com o Governo de FHC, é uma goleada.

Se a comparação se limitar apenas a alguns importantes indicadores macro-econômicos básicos. E não levar em consideração resultados de políticas sociais, onde a supremacia do Governo Lula, então, ainda é mais evidente.

Bolsa-família, financiamentos da Caixa Econômica (clique aqui para ver entrevista que fiz ontem) a famílias que têm renda até cinco salários mínimos (R$ 1500), o Pro Uni, o índice de emprego (clique aqui para ver o que diz o IBGE hoje), etc.

Basta ficar na economia, naquele terreno em que muitos dizem que “não mudou nada”, que só deu certo porque “Lula copiou o que FHC já tinha feito”.

Mesmo se se acreditar que a política econômica “não mudou nada”, o desempenho é uma goleada de 13 a 0 – se foram utilizados os indicadores abaixo, reunidos pela consultoria “Idéias”, do deputado Delfim Netto e publicados com freqüência na Carta Capital e na Folha de S. Paulo. Ele é um dos poucos economistas que se dá ao trabalho de fazer essa comparação.

Clique aqui para ver a comparação feita pela "Idéias".

FHC recua: já não defende impeachment

Há pouco mais de um mês, no auge da campanha eleitoral e na esteira da onda de denúncias contra o PT, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso chegou a ressuscitar Carlos Lacerda e seu ideário golpista, admitindo claramente a hipótese do impedimento do mandato do presidente Lula, se reeleito. Agora recuou. Parece se submeter à força do povo, não quer cutucar o diabo com vara curta.

Em entrevista à rádio Bandnews FM na manhã de quinta-feira disse que "a voz do povo tem de ser respeitada". Ainda bem.

História: 28 de outubro de 1919

O empastelamento visto por O Parafuso
Empastelado o jornal anarco-sindicalista A Plebe, de espírito de classe a toda prova. O ataque tem participação ostensiva dos órgãos de repressão. (Vermelho www.vermelho.org.br).

27 outubro 2006

Lula x Alckmin e a questão nacional

Esse é o título de nossa coluna semanal no portal Vermelho. Veja um trecho:

Como se sabe, PCdoB e PT estão juntos desde a primeira tentativa de Lula chegar à presidência, em 1989. Na feitura das plataformas de campanha, desde então, sempre houve certa tensão entre os dois partidos – o PT priorizando a “questão social”, o PCdoB insistindo na “questão nacional” como pedra de toque de um novo projeto de desenvolvimento do país. O PT evoluiu desde então, porém nunca deixou de resistir. Agora, sobretudo neste segundo turno, finalmente a peleja dos comunistas alcançou sucesso.

Melhor do que a encomenda, como se costuma dizer, o tema tem fluido naturalmente, tanto a partir da discussão da política externa, como da defesa, feita por Lula, das bases do desenvolvimento econômico sustentável.

Para ler o texto na íntegra, clique aqui: http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=9237.

Mera especulação

Na coluna Diário Político, assinada por Marisa Gibson, no Diário de Pernambuco de hoje, duas notas meramente especulativas. Amigos pedem que as comente aqui no blog, porque as consideram relevantes. Então as transcrevemos com o comentário antecipado de apenas duas palavras: mera especulação.

Eis as notas:

Na berlinda - Mesmo se sabendo que o PT terá que abrir espaço no segundo governo Lula para outros partidos, até para facilitar a governabilidade, são cada vez mais fortes os rumores de que João Paulo será convocado pelo presidente para um ministério. O prefeito repete sempre que o seu desejo é terminar o mandato, mas ele também diz que é um soldado. Se for, chamado, vai.

Presente - As motivações para Lula convocar João Paulo para um ministério são as mais variadas, até para prestigiar o PCdoB. Se for o caso, Luciano Siqueira receberá a prefeitura de presente e bem antes do esperado.

Opinião pessoal de sexta-feira, 27/10: Por que Mendonça Filho fracassou?

Parece que na luta eleitoral há uma lei objetiva: quando as coisas devem dar certo, dão mesmo. Ou seja: quando uma campanha começa errada, não há força humana que a conserte; e, em contrapartida, quando o vento sopra a favor, como se diz no futebol de várzea, até as falhas e as insuficiências contribuem para o êxito.

Claro que nada é tão simples assim, uma campanha vitoriosa (ou derrotada) pode ser analisada dessa forma. O êxito, assim como o fracasso, resulta de um somatório de variáveis que se entrecruzam e convergem numa determinada direção. Nenhuma variável pode ser absolutizada.

O comentário pode parecer bizantino para você que acaba de acessar nosso blog. Cabe, então, justificar. É que os jornais locais já começam a registrar em pequenas notas nas colunas frases de efeito de alguns “especialistas”, marqueteiros inclusive, destinadas a explicar (em alguns casos justificar) o resultado que se prenuncia para o domingo próximo, na sucessão estadual. Uma das explicações, por exemplo, para o fracasso da candidatura do governador Mendonça Filho estaria na errônea tática de desconstruir a candidatura do ex-ministro Humberto Costa, do PT, permitindo que fosse ao segundo turno o deputado Eduardo Campos, do PSB. O contrário talvez fosse melhor para Mendonça. Teria havido, assim um erro de cálculo. Mas há um cálculo que inexplicavelmente não botam nessa conta. Durante todo o primeiro turno, o somatório das intenções de voto em Humberto e Eduardo sempre foi superior ao alcançado por Mendonça. Natural esperar que no segundo turno as oposições unidas levassem vantagem. Não é óbvio? Mas os que não querem enxergar o óbvio tentam mesmo é ocultar o fracasso da União por Pernambuco, cujo ciclo de domínio no estado já se exaurira mesmo antes de iniciada a campanha eleitoral.

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Debate "morgado"

Charge de Enio Lins na Gazeta de Alagoas
O debate de hoje entre Lula e Alckmin na TV Globo está cercado de uma expectativa morna. Não se espera nenhuma novidade, nem nada de espetacular no desempenho dos candidatos. Com os índices anotados nas pesquisas Datafolha, Vox Populi e Ibope, que dão larga vantagem a Lula, o debate “morgou”, como diz a turma mais jovem. Porém guerra é guerra, vale a pena conferir.

Eduardo Campos tem 60%, contra 32% de Mendonça


No Jornal do Commercio de hoje:

A última pesquisa de intenção de voto para o governo de Pernambuco realizada neste segundo turno pelo Instituto Vox Populi, com exclusividade para o Jornal do Commercio, indica a vitória do candidato da Frente Popular, Eduardo Campos (PSB), sobre o governador Mendonça Filho (PFL), que disputa a reeleição pela União por Pernambuco, nas urnas do próximo domingo. De acordo com o levantamento, o concorrente socialista tem 60% das intenções de voto, contra 32% do adversário pefelista. Os números desta pesquisa, comparados aos da anterior, publicada no dia 21 passado, revelam um crescimento de três pontos percentuais de Eduardo, enquanto Mendonça manteve o mesmo índice. O número de eleitores que votam em branco ou pretendem anular o voto caiu de 4% para 3%, e os indecisos foram de 6% para 4%.

Quando o levantamento JC/Vox Populi aferiu os índices de votos válidos – aqueles que são levados em conta pela Justiça Eleitoral, descartando os votos em branco e os nulos – Eduardo Campos oscilou um ponto percentual positivo, passando de 64% na semana passada para 65% na amostragem atual. Já Mendonça Filho oscilou um ponto negativo, caindo de 36% para 35%. Essas oscilações, porém, estão dentro da mergem de erro da pesquisa, que é de 2,8 pontos percentuais para mais ou para menos. Foram entrevistados pelo Vox Populi 1.201 eleitores, em 56 municípios do Estado, nos dias 24 e 25 deste mês.

Versos que emocionam

“No novo tempo, apesar dos perigos/De todos os pecados, de todos os enganos, estamos marcados/Pra sobreviver...” (Ivan Lns – Novo tempo).

Debate da Globo: a opinião sensata de César Rocha

Em geral as avaliações que predominam em nossa imprensa sobre os debates entre os candidatos a governador, agora e no primeiro turno, limitam-se a lugares comuns como a anotação de empates nem sempre confirmados pela observação majoritária dos telespectadores ou por críticas rotineiras ao desempenho dos candidatos: "acusações mútuas", "poucas propostas". O Blog das Eleições (JC Online) foge a essa regra e registra, em cima do fato, uma opinião equilbrada, isenta e sensata do seu editor, jornalista César Rocha, que transcrevemos aqui:

Um debate previsível e conduzido pelo marketing

Essa campanha eleitoral, extremamente longa, esgotou praticamente todos os assuntos abordados pelos candidatos. Não há absolutamente nada de novo até agora no debate entre Eduardo Campos e Mendonça Filho.Dificilmente esse confronto mudará algo no quadro eleitoral em Pernambuco. Eduardo tem 65% nas pesquisas de intenções de votos, contra 35% de Mendonça. É uma vantagem muito ampla para ser anulada até domingo.

O jogo no debate agora é muito mais de estratégias de marketing do que um embate quente, pleno de surpresas ou de projetos diferentes de governo. Os candidatos sabem o que vão perguntar, o que será perguntado e o que vão responder.

Eduardo construiu discurso genérico para tudo. Por meio dele, escapa da herança negativa do governo Arraes, de questões delicadas e passa suas mensagens fundamentais: "Vamos discutir o futuro de Pernambuco"; "é preciso mudança"; "eu represento o futuro e a mudança"; "eu tenho propostas"; "Mendonça é só rancor e o passado, representa as disputas politiqueiras do passado".

Por meio de suas perguntas e respostas, Mendonça busca ainda, a esta altura da disputa, resultados para sua estratégia de desconstrução do candidato socialista, que tem como motes: "Nós fizemos por Pernambuco, Eduardo, não"; "Eduardo se apresenta como novo, mas é o atraso"; "Eduardo mente e engana, não é confiável"; "nós estamos com a verdade".

Como esse jogo vem sendo jogado nesse ritmo e nesses termos desde o início do segundo turno, o eleitorado já não se interessa mais pelo debate. O eleitorado, na verdade, pelo que mostraram as pesquisas até agora, já se decidiu - cerca de 90% dos eleitores dizem ter escolhido seu candidato. E eles - isso ficou claro - optaram pelo discurso de Eduardo.

Por que isso? Por uma série de razões. Uma delas é o desgaste natural de oito anos de governo. Outra, extremamente importante, é conjunto de falhas das duas gestões Jarbas/Mendonça em áreas críticas como a de segurança pública.

Há ainda os erros cometidos na campanha de Mendonça, candidato que não foi construído, enquanto a União por Pernambuco buscava desconstruir Humberto Costa, no primeiro turno, deixando que Eduardo pavimentasse o caminho dele.

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Bom dia, Adalberto Monteiro


Ode aos olhos

Não fossem os olhos
quanta coisa deixaria de ser expressa!
Os olhos, num átimo,
comunicam
o que um calhamaço
de folhas impressas
seria incapaz.

Os olhos,
o meio mais intenso,
denso, de comunicação.
Há algo tão exuberante
quanto os gritos de dor e revolta
nos olhos de uma baleia
com um arpão preso
à carne, aos ossos?
Algo mais universal
que duas gotas salgadas
no canto dos olhos?

Os olhos,
sem sua linguagem
quantas vidas teriam perecido,
quantos amores teriam deixado
de se reatar.

Sem o afã de traduzirmos a infinita
riqueza do idioma dos olhos
à fala,
à escrita,
quantas palavras e frases imprescindíveis
teriam se perdido?

Os olhos,
sem seus signos
quantos segredos
não seriam conosco
sepultados no túmulo?

Filosofia de pára-choques

“A vida é feita de grandes projetos. Você é o maior de todos.” (Num caminhão com placa de Londrina-PR).

História: 27 de outubro de 1965

Fortuna: "Para ficarem só 2 partidos, a UDN e a UDN"
O general Castelo Branco impõe sua reforma partidária: pelo Ato Institucional nº 2, extingue os 13 partidos existentes, suprime a eleição direta para presidente e reabre as cassações. (Vermelho www.vermelho.org.br).

Mino Carta: "Tramóia da mídia foi desmascarada"

No Conversa Afiada:

O diretor de redação da revista Carta Capital, Mino Carta disse em entrevista a Paulo Henrique Amorim nesta quarta-feira, dia 25, que um dos motivos de Lula “disparar” nas pesquisas é que “a tramóia da mídia foi desmascarada” (clique aqui para ouvir). “A tramóia da mídia, a tentativa da mídia de criar problemas no primeiro turno acabou desmascarada. Isso também contribuiu”, disse Carta.

A revista Carta Capital vai ter uma edição extra nesta quinta-feira, dia 23. A edição traz a última pesquisa Vox Populi antes da eleição que mostra Lula com 22 pontos à frente de Alckmin.

Para Mino Carta, outro motivo que explica o distanciamento de Lula para Alckmin é o desempenho dos candidatos nos debates. “Alckmin parece um mauricinho, lembra Buster Keaton em suas melhores apresentações”, disse Mino Carta (clique aqui para saber quem foi Buster Keaton).

Mino Carta adiantou também que a edição extra da Carta Capital traz um debate entre o repórter da revista Raimundo Pereira e o procurador da República do Ministério Público de Mato Grosso, Mário Lúcio Avelar. Carta lembrou que Avelar é o procurador do caso Lunus (clique aqui).

Segundo Mino Carta, o debate entre Pereira e Avelar é “desopilante do fígado”. “Eu diria, como outrora, quando os caras agarravam o lóbulo do ouvido e diziam que é da ‘pontinha’. Eu diria que é da pontinha”, disse Mino Carta.

Em sua carta de editor da Carta Capital que chega às bancas nesta quinta-feira, Mino Carta evoca os momentos em que esteve com Raimundo Pereira. Ele lembra primeiro a reportagem sobre a tortura (1969) na revista Veja. Depois, Carta lembra de um debate sobre mídia no teatro Ruth Escobar (1976), quando um jovem Luis Nassif interpelou asperamente Ruy Mesquita.

26 outubro 2006

Sensus: Lula tem vantagem de 26 pontos ou 25 milhões de votos

No Vermelho:

O presidente-candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT-PCdoB-PRB) tem 57,5% das intenções de voto, segundo pesquisa CNT-Sensus divulgada nesta quinta-feira (26). Seu adversário, Geraldo Alckmin (PSDB-PFL), tem 33,5%. Em votos válidos, Alckmin tem 36,8 e Lula 63,2%, uma diferença de 26,4 pontos. Tomando-se por base os votos válidos do primeiro turno, isto significa que Lula tem, a três dias do 29 de outubro, 25,1 milhões de votos de dianteira sobre o candidato da direita.

Na pesquisa espontânea, 53,9% dos entrevistados disseram que vão votar em Lula no próximo domingo. Geraldo Alckmin obteve 31,4% das intenções de voto espontâneo. Os que disseram que votariam em branco ou anulariam o voto foram 3,5% e os indecisos, 11,3%.
Lula está em posição confortável também no quesito rejeição. A Rejeição ao presidente foi de 33,6% e a Geraldo Alckmin, 45,0%.

O instituto Sensus, contratado pela CNT (confederação patronal do transporte), realiza a pesquisa mensalmente e portanto esta é a primeira pesquisa após o primeiro turno (na série histórica, é a 87ª). O Sensus ouviu 2 mil pessoas, no período de 23 a 25 de outubro de 2006, em 24 estados, das cinco regiões brasileiras. A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais.

Grande imprensa cometeu suicídio nestas eleições, diz Nassif


No Vermelho:

Ao adotar um pensamento único, elitista e anti-Lula, a mídia entrou numa rota suicida. Esse estilo, ''inédito em termos de grande imprensa'', criou ''um clima muito pesado de patrulhamento, ataques, macarthismo''. O diagnóstico é de Luis Nassif, jornalista há mais de três décadas e ex-membro do conselho editorial da Folha de S.Paulo.

Nassif (foto) se tornou uma das vozes mais avessas aos descalabros que tomaram conta do jornalismo. Em sua opinião, a mídia sequer se esforçou para entender um fenômeno como o Bolsa Família - e sai dessa eleição desiludida com a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Para ler a íntegra da entrevista concedida a André Cintra e Priscila Lobregatte clique aqui: http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=9282.

Diplomata no comando


Ismar tem mais jeito para a diplomacia do que para o comando de tropa. Mas foi um dos nossos “generais de brigada” de militantes na campanha para o Senado. Com discernimento, liderança e espírito prático.

Opinião pessoal de quinta-feira, 26/10: “Unidade vermelho-amarela”

Militante curtido em muitas batalhas, integrante do PCdoB – permanente construtor da unidade entre as correntes progressistas -, esse amigo de vocês confessa uma incontida euforia, ontem, na imensa passeata seguida de comício que encerrou a campanha de rua de Eduardo Campos.

Já seria natural a euforia decorrente do clima geral de entusiasmo que tingiu de vermelho e amarelo a Avenida Conde da Boa Vista, a Guararapes e o Largo de Nossa Senhora do Carmo. Uma festa de cores, ritmos e palavras-de-ordem. E de muito afeto. Não há coluna vertebral que agüente você se abaixar da grade do mini-caminhão a todo instante para o aperto de mão e para autografar camisas, bonés, bandeiras e panfletos, atendendo à generosidade de todos os que, a cada passo, festejavam nossa presença ao lado da prefeita Luciana Santos, de Olinda.

Porém – permitam a teimosia em sempre buscar a essência dos acontecimentos -, o maior motivo de nossa euforia é a unidade conquistada entre as forças sociais e políticas reunidas no segundo turno em torno da candidatura de Eduardo Campos. Uma saudável convergência de opiniões, de sentimentos e de vontades lastreados por uma proposta programática consistente e aceita pela ampla maioria do eleitorado. O que prenuncia um dia seguinte à vitória eleitoral inspirado nos melhores propósitos de bem governar em favor do povo.

Disputas estaduais e reversão de votos em SP favorecem Lula


É o título de interessante matéria analítica publicada na Carta Maior: "Além dos recuos e das baixas na fronteira temática das privatizações, a campanha do presidenciável Geraldo Alckmin, da coligação Por Um Brasil Decente (PSDB-PFL), não conseguiu avançar em outras arenas importantes nesta etapa decisiva da corrida presidencial. A aglutinação de forças dispersas em áreas estratégicas como São Paulo e o avanço das disputas estaduais de segundo turno, combinados com as decisões dos partidos que não estão participando diretamente da disputa, consolidaram um quadro favorável ao presidente e candidato à reeleição Luiz Inácio Lula da Silva, da chapa A Força do Povo (PT-PRB-PCdoB)."

Para ler a mat'ria completa clique aqui: http://cartamaior.uol.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=12653

A turma do gosto ruim

Se as pesquisas sobre a sucessão presidencial estiverem corretas – e parece que estão – Lula será reeleito domingo. Para a tristeza de um elenco de colunistas da grande mídia que jamais escondeu sua preferência por Alckmin.

Mas é uma tristeza relativa: ninguém perderá o emprego e todos estarão a postos desde a segunda-feira 30 para malharem o pau no presidente reeleito, botando gosto ruim no segundo mandato. Miriam Leitão, Lúcia Hipólito, Clóvis Rossi, Arnaldo Jabor, Cláudio Humberto... melhor ficar por aqui, pois a lista não é pequena, minúscula é a capacidade de isenção analítica dessa gente.

Versos que sensibilizam

“Com força e com vontade/A felicidade há de se espalhar/Com toda intensidade/Há de molhar o seco/De enxugar os olhos/De iluminar os becos/Antes que seja tarde.” (Ivan Lins/Vitor Martins - Antes Que Seja Tarde).

A rua aqui e em São Paulo

Conforme noticiam os jornais de hoje, os comícios de encerramento de campanha de Lula e Alckmin, ambos realizados em São Paulo, ontem, reuniram pouco gente, considerando-se a importância da disputa presidencial. O de Lula, não mais do que 15 mil pessoas, o de Alckmin em torno de 5 mil.

No Recife e em Olinda tem gente a perder de vista. Fala-se em 35 mil pessoas no encerramento da campanha de Mendonça Filho, em Olinda; e, segundo as estimativas mais realistas, cerca de 70 mil no Recife, com Eduardo Campos.

São Paulo é diferente de Pernambuco. Mas deve haver alguma explicação para essa discrepância. Que na reside, claro, na proibição de showmícios, como tentou justificar a autodenominada cientista política Lúcia Hipólito, na Rádio CBN, hoje pela manhã.

As cores da luta

Mendonça assumiu o azul tradicional do PMDB. Humberto manteve o vermelho muito caro ao PT e ao PCdoB. Eduardo adotou o amarelo.

Joaquim Francisco não se reelegeu deputado federal e perdeu a cor predileta, que agora identifica Eduardo.

Bom dia, Alphonsus de Guimaraens


Ismália

Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava longe do céu...
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar. . .
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma, subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...

A emoção de um verso

"E dizer bem alto que a injustiça dói." (Capiba - Madeira que Cupim Não Rói).

Como está o segundo turno no Brasil

Do Blog das Eleições (JC Online):

Veja pesquisas de intenção de voto para governador no segundo turno em dez Estados, em votos válidos (sem brancos, nulos e eleitores indecisos):

Pernambuco
Eduardo Campos (PSB) - 65%
Mendonça Filho (PFL) - 35%
Instituto: Ibope

Goiás
Alcides Rodrigues (PP) - 53%
Maguito Vilela (PMDB) - 41%
Instituto: Ibope

Maranhão
Roseana Sarney (PFL) - 51%
Jackson Lago (PDT) - 45%
Instituto: Ibope

Pará
Almir Gabriel (PSDB) - 48%
Ana Júlia (PT) - 46%
Instituto: Vox Populi

Paraná
Roberto Requião (PMDB) - 50%
Osmar Dias (PDT) - 45%
Instituto: Datafolha

Paraiba
Cássio Cunha Lima (PSDB) - 50%
José Maranhão (PMDB) - 43%
Instituto: Ibope

Rio de Janeiro
Sérgio Cabral - 58%
Denise Frossard (PPS) - 33%
Intituto: Datafolha

Rio Grande do Norte
Wilma de Faria (PSB) - 54%
Garibaldi Alves (PMDB) - 40%
Instituto: Vox Populi

Filosofia de pára-choques

“Não deixe para amanhã o erro que você que pode corrigir hoje. A vida cobra caro.” (Num caminhão com placa de João Pessoa-PB).

História: 26 de outubro de 1887


O recém-fundado Clube Militar (4 meses) "suplica" à Coroa que não use o Exército como capitão de mato na caça a escravos fugidos, desafiando a ordem do gabinete escravista do barão de Cotegipe. (Vermelho www.vermelho.org.br).

25 outubro 2006

Cresce avaliação positiva do governo Lula

Tudo o que poderia acontecer de melhor, do ponto de vista do presidente Lula, parece cercar o desenlace da sucessão presidencial - apesar de tantos transtornos causados por "aloprados" em diferentes ocasisões. A despeito de todo o empenho das oposições, o governo alcança agora seus melhores índices de aprovação. Na Folha Online hoje:

Com 53% dos eleitores considerando seu governo ótimo ou bom, Luiz Inácio Lula da Silva superou numericamente o recorde de avaliação positiva de um presidente da República desde 1990, quando o Datafolha começou a realizar esta pesquisa -o índice anterior, de 52%, era do próprio Lula, em agosto deste ano.

Na pesquisa anterior, feita entre os dias 16 e 17 de outubro, o número dos que avaliavam o governo Lula como bom ou ótimo era 51% -o petista oscilou positivamente dentro da margem de erro de dois pontos.

A avaliação do governo como ruim ou péssimo permaneceu em 15%. Já o índice dos que julgam a gestão petista regular oscilou de 33% para 31%.

A nota média dada pelos eleitores ao presidente se manteve em 6,8, o número mais alto desde que Lula tomou posse.

Para Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha, a melhora na avaliação positiva de Lula desde o início do segundo turno, quando era de 49%, pode ser explicada pela volta da propaganda eleitoral na TV, que exalta os feitos de sua gestão.

"A exemplo do primeiro turno, depois que começou a campanha na TV a avaliação positiva começou a aumentar, e a intenção de voto também."

Voto e avaliação - Sobre a relação de causa e efeito entre o crescimento dos que pretendem votar em Lula e o dos que avaliam bem seu governo, Paulino diz que "uma coisa alimenta a outra".

É o que mostra o cruzamento entre a avaliação e a intenção de voto na pesquisa Datafolha. Dos eleitores que declaram voto no petista, 79% consideram seu governo bom ou ótimo. Entre os que preferem Geraldo Alckmin (PSDB), apenas 16% qualificam a gestão do petista de tal maneira.

Chega a 35%, entre os eleitores do tucano, o índice dos que consideram o governo péssimo ou ruim - entre os eleitores do petista, é de apenas 1%.

Da mesma maneira que cai o número dos seus eleitores, a avaliação de Lula piora com o aumento de escolaridade e de renda familiar do entrevistado.

Entre os que só estudaram até o nível fundamental, 59% fazem uma boa avaliação do governo, que cai para 51% entre os que chegaram ao ensino médio e 35% entre os que têm ensino superior. O índice dos que avaliam o governo como ruim ou péssimo é de, respectivamente, 11%, 14% e 30%.

Lula atinge 59% de bom ou ótimo na faixa dos que ganham até dois salários mínimos, 50% entre os que ganham de 2 a 5 salários, 45% entre os que ganham de 5 a 10 salários e só 33% entre os que recebem mais de dez salários mínimos por mês.

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Trabalhadores da CHESF contra privatizações


Um oportuno ato político carregado de simbologia. Trabalhadores da CHESF fizeram uma grande corrente e abraçaram o edifício-sede da companhia hoje pela manhã. Para marcar uma posição de apoio ao presidente Lula, que nos debates com Alckmin feriu o tema da privatização de empresas estatais estratégicas com argumentos consistentes e esclarecedores.

Estivemos lá, juntamente com a prefeita de Olinda, Luciana Santos, os vereadores do Recife Josenildo Sinésio, Dílson Peixoto, Luciana Azevedo e Jurandir Liberal e o deputado federal Fernando Ferro.

Sagacidade e firmeza


Tranqüilo, perspicaz, de invejável espírito prático. Sabe tudo de política, mas não lhe peçam para fazer um discurso. A praia dele é fazer acontecer. Tadeu Lira foi o competente coordenador geral executivo de nossa campanha pelo Senado.

Opinião pessoal de quinta-feira, 25/10: PFL-PSDB distantes do povo

Alguns analistas que ocupam o espaço de colunas na mídia impressa e na Internet identificam numa suposta incapacidade de dialogar com a sociedade o fracasso da oposição liderada pelo PSDB e pelo PFL.

O problema é mais sério. Antes de saber dialogar é preciso ter o que dizer. E o que as oposições – incluindo Cristovam Buarque, Heloisa Helena, PSTU, PSOL e quejandos – têm dito ao povo não bate com a realidade. Destilam ataques contra o presidente Lula mais virulentos do que o bom senso aceita. Partem de fatos reais (em geral “inflacionados”, diga-se) relacionados com condutas eticamente condenáveis assumidas por gente graúda no governo e no PT, porém insistindo em incriminar de todo jeito o presidente Lula, sem acolhida na opinião pública. Mais: na crítica ao desempenho do governo, oscilaram entre a tentativa estéril de “descontrução” a propostas tão mirabolantes quanto antiquadas, cheirando a naftalina.

O eleitorado, especialmente a grande massa popular, os setores médios e os empreendedores de olho na reorganização da economia, preferiu a realidade e apostou num segundo mandato do presidente – a se confirmar nas urnas domingo próximo.

Uma manchete que frustra o dono do jornal

A principal manchete da capa da Folha de S.Paulo de hoje seguramente desagrada a família Frias, proprietária do jornal, implacável opositora do governo Lula e ultra-preconceituosa em relação ao presidente ex-retirante nordestino. Veja:

Lula tem 61% dos votos válidos

A quatro dias do segundo turno, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continua como favorito na eleição presidencial, revela nova pesquisa Datafolha. Ele oscilou um ponto para cima e atingiu 61% dos votos válidos, contra 39% de Geraldo Alckmin (PSDB), que variou um ponto para baixo. A margem de erro é de dois pontos.

Estável, Lula tem vantagem de 22 pontos sobre Alckmin


Na Folha de S. Paulo de hoje, sobre a vantagem de Lula sobre Alckmin:

Candidatos apenas oscilam, aponta Datafolha; petista tem 61% dos válidos, Alckmin, 39%

Lula tirou 12% dos votos dos eleitores que declaram ter votado em Alckmin no 1º turno; tucano só atraiu 4% dos eleitores do petista

A quatro dias da eleição, pesquisa Datafolha revela que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 61% das intenções de voto e mantém vantagem de 22 pontos sobre Geraldo Alckmin (PSDB), com 39%.

Considerando os votos válidos, o levantamento mostra um quadro de estabilidade em relação à semana passada, quando a distância entre Lula e Alckmin era de 20 pontos.Entre os dias 16 e 17 de outubro e ontem e anteontem, Lula oscilou positivamente um ponto, passando de 60% para 61%. Alckmin também oscilou um, mas negativamente, indo de 40% para 39%.

Em relação ao total de votos declarados pelos eleitores, Lula passou de 57% para 58%, enquanto Alckmin oscilou de 38% para 37%. Os que pretendem votar em branco ou nulo somam 2% e os que ainda estão indecisos, 3%.

A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.O levantamento nacional revela que Lula tirou 12% dos votos dos eleitores que declaram ter votado em Alckmin no primeiro turno. O tucano só conseguiu atrair 4% dos eleitores de Lula. Já o "espólio eleitoral" de Heloísa Helena (PSOL) ficou praticamente dividido ao meio entre Lula e Alckmin (51% a 49%, respectivamente), e o de Cristovam Buarque (PDT) migrou com mais força para o petista (66%) do que para o tucano (34%).

Com essa reacomodação do eleitorado no segundo turno, Lula venceria a eleição presidencial com mais de 20 milhões de votos sobre Alckmin se a votação fosse hoje."A pesquisa confirma o amplo favoritismo de Lula a quatro dias da eleição", diz Mauro Paulino, diretor do Datafolha.

Mendonça agoniza

Comentário de Inaldo Sampaio em sua coluna Pinga Fogo (Jornal do Commercio de hoje):

Já era do conhecimento dos marqueteiros de Mendonça que se ele não vencesse o pleito no primeiro turno, dificilmente no segundo conseguiria bater o seu opositor, fosse Humberto Costa ou Eduardo Campos. E por uma razão elementar: ambos fazem oposição ao atual governo e os votos de ambos tenderiam a se somar num eventual 2º turno, o que efetivamente aconteceu.

O que certamente não estava previsto era Mendonça ter menos votos no segundo turno do que obteve no primeiro, conforme o Ibope está prevendo. Isso se deve a muitas razões. Mas a mais relevante de todas foi a debandada de prefeitos que votaram no governador no primeiro turno e migraram para o palanque de Eduardo Campos no segundo. Daí o percentual ter diminuído.

Bom dia, Manuel Bandeira


Toada

Fui sempre um homem alegre.
Mas depois que tu partiste
Perdi de todo a alegria:
Fiquei triste, triste, triste.

Nunca dantes me sentira
Tão desinfeliz assim
É que ando dentro da vida
Sem vida dentro de mim.

Mino Carta sobre o debate da Record

Do Blog do Mino:

Miúdas observações sobre o debate da Record. Do ponto de vista estético Alckmin continua em progresso, parece ter aposentado de vez a gravata amarela. No mais, repete-se à exaustão. O repertório é fraco e, diria Frank Sinatra, carece de swing. Além disso, suas alegações a respeito do pífio crescimento econômico não convencem, mesmo porque o Brasil cresce abaixo dos 3% desde o governo Sarney e nos oito anos de FHC atingiu os níveis mais baixos. Quanto a Lula, jornalões paulistanos apontam para sua ironia. Ainda bem. O debate é enfadonho, mas Lula sabe rir e sorrir. Alckmin não.

Ibope diferente do Opine: Eduardo Campos abre 30 pontos de vantagem sobre José Mendonça

Ontem registramos os resultados da pesquisa Opine sobre o segundo turno para governador do estado, com a ressalva de que desde 2000 esse instituto apresenta dados bem diferentes dos demais e em geral distanciados da verdade das urnas.

Pelo Opine, Eduardo Campos estaria a apenas 17 pontos percentuais de distância de Mendonça Filho. Pelo Ibope, divulgado ontem à noite pela TV Globo e na mídia impressa hoje, a diferença seria de 30 pontos percentuais. Veja:

O candidato do PSB ao governo de Pernambuco, o ex-ministro Eduardo Campos, tem 30 pontos percentuais de vantagem no segundo turno sobre o governador José Mendonça Filho (PFL), de acordo com pesquisa Ibope divulgada hoje pela TV Globo Nordeste.

De acordo com o levantamento, Campos tem 65% dos votos válidos e Mendonça, 35%. Na pesquisa anterior, divulgada no dia 18, o socialista tinha 64%, e o pefelista, 36%. A vantagem era de 28 pontos percentuais.

Considerando-se a intenção de votos, Campos obteve 60% e Mendonça 33%. Votos nulos e brancos somaram 4%. Outros 3% não responderam ou não opinaram. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

O levantamento divulgado hoje foi realizado entre os dias 21 e 23. O Ibope ouviu 2.002 pessoas em 82 municípios. A pesquisa foi registrada no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de Pernambuco com o número 20284/2006. (Folha Online).

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História: 25 de outubro de 1985

Herzog, na foto montada por seus assassinos
Torturado até a morte por asfixia, no Doi-Codi-SP, o jornalista da TV Cultura Wladimir Herzog, 38 anos. O Legista Harry Shibata atesta suicídio, sem ver o corpo. O assassinato provoca o 1º protesto de massas desde o AI-5, na missa de 7º dia. (Vermelho www.vermelho.org.br).

24 outubro 2006

Mais uma curiosa descoberta da ciência


Pais atraentes geram filhas sem sucesso sexual, diz estudo

Pesquisa mostra que falha de programação do genoma faz com que características sexuais que ajudam um sexo atrapalhem o outro.

Ter pais bonitos pode ser uma grande maldição. Uma pesquisa canadense revelou que, entre moscas-de-fruta, pais ‘gostosões’ geram filhas que passariam longe das passarelas do mundo animal. Da mesma maneira, mães atraentes têm filhos que não causam lá uma grande impressão no sexo oposto. Em seres humanos, a mesma coisa acontece com algumas características sexuais. Mas, calma. Com algumas, mas não com todas. (Na foto, moscas-de-fruta que são organismos-modelo da pesquisa científica).

Veja a matéria no G1 clicando aqui: http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,AA1322237-5603-141,00.html

Charge que diz tudo


A charge de Enio Lins na Gazeta de Alagoas traduz com fidelidade o mapa das urnas da eleição para a Câmara dos Deputados.

Lula e Roseana Sarney no mesmo palanque

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na manhã desta terça-feira (24), no Maranhão, que seus opositores nunca aceitaram que os pobres tivessem chances em seu governo. O presidente disse que foi achincalhado assim como Getúlio Vargas, Juscelino Kubistcheck e João Goulart, mas não mudou o rumo de sua administração. “Eles nunca aceitaram um presidente que ajuda os pobres”, lembrou Lula, para uma platéia de 10 mil pessoas na cidade de Timon, na divisa entre o Maranhão e o Piauí.

Ao lado de Roseana Sarney, candidata ao governo do Maranhão pelo PFL, mas que apóia Lula, o presidente ressaltou o trabalho feito no estado pelo governo federal. Antes, lembrou que Roseana sempre esteve ao seu lado, mesmo nos momentos mais difíceis. “Nesses momentos contei com a lealdades de pessoas, como Roseana Sarney. Por isso, vamos fazer as parcerias que nunca foram feitas no Maranhão, para cuidar do povo”, disse o presidente. (Mais detalhes, clique aqui: http://www.lulapresidente.org.br/noticia.php?codigo=644).

FHC sem compostura

Foi-se o tempo em que se poderia esperar de um ex-presidente da República uma postura de estadista, de alguém que se mantivesse de certa forma eqüidistante das disputas imediatas e olhasse o país – e os episódios eleitorais – de um ponto de vista magnânimo. Fernando Henrique Cardoso se encarrega de rebaixar a figura do ex-presidente comportando-se como um qualquer, disposto a bater boca no bar da esquina com quem com ele não concorda. Agora, numa pomposa reunião de empresários e personalidades da elite quatrocentona paulista, em apoio a Alckmin, chamou o presidente lula de “fanfarrão”. Coisa feia, muito feia.

Estética na política

Interessante comentário de Alon Feuerwerker (Blog do Alon):

Assisti só a pedaços do debate ontem na Record. Estava em outro compromisso. Para compensar, li o que se escreveu sobre o assunto. Então este post será curto. Há alguns dias venho amadurecendo a idéia de que há duas estéticas em disputa nesta eleição. Uma estética da falibilidade e uma da infalibilidade. Luiz Inácio Lula da Silva vem conseguindo converter a seu favor as próprias fraquezas, ao se apresentar como falível. E um Geraldo Alckmin infalível deve estar agradando aos que pedem um vingador contra Lula e o PT. Falta dureza em Lula e falta humanidade em Alckmin. Não estou falando das pessoas, mas dos candidatos. Ou melhor, dos personagens representados pelos candidatos. Depois de tantas decepções, talvez o público esteja receoso de comprar promessas de infalibilidade. Tive a idéia de abordar o assunto por esse ângulo ao receber email com link do You Tube que leva a um programa televisivo do candidato a governador de Pernambuco pelo PSB, Eduardo Campos. Acho que o vídeo explica melhor o que pretendi dizer neste post. Clique nele para assistir.

Opinião pessoal de terça-feira, 24/10: O poder relativo da mídia

É inegável que ter a maioria ou a quase totalidade dos meios de comunicação contrária a determinada corrente ou projeto político se constitui num obstáculo importante. Em certos casos, decisivo. Porém cabe relativizar esse fator, quando o projeto em tela tem bases sólidas na sociedade. Aí o peso da mídia passa a ser relativo.

Veja o caso do presidente Lula. Aproveitando mote de muito erro cometido por gente do governo do PT, a direita e a mídia estão há mais de um ano num combate cerrado, verdadeiro cerco na batalha as idéias. Seria natural esperar que na eleição presidencial a casa caísse em definitivo. Mas isso não está acontecendo. A razão reside precisamente nas repercussões sociais positivas da ação do governo, que vem beneficiando largos segmentos da sociedade dentre os brasileiros que vivem do seu trabalho e nada têm a perder com a continuidade do atual governo. Ou seja, a realidade concreta é mais forte do que a barulheira oposicionista e o tratamento vip que recebe pelas redes nacionais de TV, sobretudo, pelos jornais e revistas de grande circulação. O contrário se daria se o governo de Lula fosse realmente um fracasso, como acusam seus opositores.

Moral da história: o melhor antídoto contra a poderosa mídia conservadora é fazer bem a nossa parte. Aí dá para encarar.

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Filosofia de pára-choques

“A verdadeira amizade é como um porto seguro aonde a gente sempre pode chegar.” (Num caminhão de Sertânia-PE)

Vontade nacional

Há no país desejo intenso de ingressar em etapa nova de nossa vida nacional: etapa marcada por ampliação decisiva de oportunidades econômicas e educativas, por predominância dos interesses de trabalhadores e produtores sobre os interesses de rentistas e por reorganização da democracia brasileira para livrá-la da sombra corruptora do dinheiro. A reeleição do presidente tornou-se instrumento desse desejo. (Roberto Mangabeira Unger, na Folha de S. Paulo de hoje).

Alckmin anda de táxi, mas dona Lu vai de jatinho

A seta indica Lu Alckmin, no aeroporto de Rio Branco e o Learjet

Esse amigo de vocês tem ojeriza a esse tipo de assunto. Mas causa espécie a insistência de Alckmin em parecer “popular” deslocando-se de táxi em São Paulo. Um artificialismo que não cola. Contrastando com essa jogada de marketing de gosto duvidoso, veja o que publicou o Vermelho (http://www.vermelh.org.br/) sobre o luxuoso jatinho usado pela esposa do ex-governador paulista em seus deslocamentos em campanha.

“Aerolu Alckmin” custa R$ 350 mil em 8 dias

O presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB-PFL) gosta de ''fazer as contas'', como mostra o seu programa no rádio e na TV; principalmente quando o assunto é avião. O Vermelho mostra aqui alguns números sobre o jatinho executivo, modelo Cessna Citation V, fretado ao custo aproximado de R$ 350 mil para sua esposa, Lu Alckmin, fazer campanha para ele durante oito dias. Não é um Aerolula. Mas é o Aerolu de Lu Alckmin.

A pista sobre o Aerolu foi levantada na noite de sexta-feira (20), quando o Cessna, fabricado nos EUA, pousou no Aeroporto Internacional de Rio Branco. O inusitado do reluzente jatinho e sua ilustre passageira, na modesta pista de pouso da capital acreana, mexeu com os brios do colunista do Vermelho e deputado estadual Moisés Diniz (PCdoB).

Munido de uma foto para documentar o flagrante, Moisés disparou para o portal do galo: ''Voando a 789 km/h, o jatinho de dona Lu é bem mais rápido do que o táxi de seu marido'', numa alusão ao franciscano hábito de Geraldo Alckmin, que vestiu ''as sandálias da humildade'' e faz campanha de táxi (clique aqui para ver Gente fina: Alckmin anda de táxi, mas dona Lu vai de jatinho).

A maratona de Lu, quanto custa?



Uma viagem São Paulo-Rio Branco-São Paulo em um Cessna Citation V leva 8 horas e quarenta e seis minutos de vôo e, com pernoite, custa R$ 93.220, segundo a Tam Jatos Executivos, que representa a Cessna no Brasil e fornece esse serviço. O preço é cobrado por quilômetro de vôo, mais o pernoite do avião, do comandante e do copiloto.

Lu Alckmin, porém, não vinha de São Paulo quando pousou em Rio Branco. A candidata a primeira dama está desde terça-feira passada, e até terça 24, percorrendo nestes oito dias dez estados do Norte e Nordeste, em campanha solo.

Ela dividiu tarefas com o esposo, Geraldo, como é chamado por Lu, e agora por sua campanha eleitoral (os marqueteiros concluiram que Alckmin não tem a mesma empatia). Ele tem percorrido o sul: neste fim de semana, passou por Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo, no esforço para estancar uma evasão de votos que ameaça sua supremacia. Ela, coitada, ficou com a pedreira: percorre as capitais dos estados mais distantes, quentes, pobres, e, o que é pior, mais lulistas.

Um carona na mira do MP

Na terça ela estava no Recife; caminhou pelas ruas do centro. Quarta voou para Teresina, onde caminhou pelo centro e pelo bairro Poty Velho, debaixo de 38 graus à sombra; mas ainda deu esticadas às cidades de Parnaíba e Cocal. Quinta foi a vez da Paraíba, Campina Grande e João Pessoa; mesmo esquema.Sexta, desembarcou em Porto Velho, acompanhada do deputado federal Hamilton Casara (PSDB-RO), que pegou carona no jatinho.

Vale aqui um parêntese sobre o acompanhante de Lu Alckmin: Casara e parentes seus foram denunciados pelo Ministério Público Federal, numa ação civil por improbidade administrativa. A ação acusa-o de ter contratado, como secretária parlamentar em Brasília, recebendo da Câmara dos Deputados, uma empregada doméstica que trabalha na casa de seu irmão Astrobaldo Casara, em Porto Velho. A moça nem sabia que fora contratada e, naturalmente, não viu um centavo do salário.

O MP pede a perda da função pública, suspensão dos direitos políticos, pagamento de multa, proibição de contratar com o Poder Público e dele receber benefícios fiscais ou creditícios, ressarcimento de danos experimentados pelo erário e ainda perda dos valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio dos réus. Casara contesta que “as acusações são levianas e foram feitas por coordenadores da campanha do PT no Estado”.

''Foi engraçado ver madame''

Lu Alcmin, que é solidária, deu outra carona ao deputado tucano no Cessna Citation, até a escala de Rio Branco.

Na capital acreana, não foi apenas Moisés Diniz que reparou no inusitado da visita. Sob o título Madame no camelódromo, o jornalista La Fontaine comentou em sua coluna: ''Foi engraçado ver madame Lu Alckmin andando pelo Calçadão da Benjamin Constant em direção ao Terminal Urbano. Certamente, como é muito fina, não comprou nada dos camelôs que trabalham no local. O mais correto seria se a mulher de Geraldo Alckmin tivesse sido levada para uma reunião com os empresários.''Sábado de manhã, Manaus; Lu distribuiu santinhos e sorrisos pelo centro, mas a caminhada, marcada para as 8h30, começou com duas horas de atraso, que ninguém é de ferro.

Ontem e hoje (segunda, 23), Lu Alckmin recupera as forças, num merecido e reduzido descanso em São Paulo. Porém na terça-feira, ela estará em Belém do Pará, com visita a artesãos, e ''minicarreata''. Sua agenda inclui ainda a Bahia e o Maranhão.

O Aerolu, um jatinho simples

É um longo itinerário de 20.100 quilômetros, meia volta ao mundo, mais de 25 horas de vôo mesmo a 789 km/h. Um sacrifício para a ex-primeira dama de São Paulo, que ganhou celebridade no episódio dos 400 vestidos que ganhou de presente do estilista Rogério Figueiredo (clique aqui para ver Alckmin e os 400 ''vestidinhos'' de dona Lu).

É compreensível que uma tão penosa maratona exija um mínimo de conforto e infraestrutura. Os vôos para lugares assim muitas vezes não dispõem de primeira classe. Para fazer a viagem em classe econômica o preço sairia em torno de R$ 9.600, mas o sacrifício se tornaria insuportável.

Foi providenciado então o Aerolu. Nada de suntuoso, um jato executivo de oito lugares (piloto, copiloto e seis passageiros), com um mínimo de autonomia, 5 horas de vôo ou 3.426 km, para os longos percursos.

O avião fretado, prefixo PT-FTB (como se pode ver na foto), por acaso acaba de ser vendido, de forma que se conhece o seu valor aproximado: US$ 3,9 milhões, ou R$ 8,3 milhões. Nada como o Aerolula, esse jato de luxo, que a FAB adquiriu por US$ 56,7 milhões, ou R$ 120,9 milhões, ao câmbio de hoje.

Saiu um pouco mais caro: em vez dos R$ 9.600 dos vôos de carreira, foram R$ 350 mil. Mas, afinal, o que está em jogo nestes dias é a Presidência da República. Uma despesa de R$ 350 mil para passar oito dias viajando, em companhias como a de Humberto Casaro, está mais que razoável, não é?

O guarda-roupa da viagem

Lu Alckmin não tem usado vestidos de grife na maratona. Preferiu algo bem básico, calça jeans e uma camiseta azul com amarelo, em que destaca o número 45 e o nome de Geraldo Alckmin.

A candidata a primeira dama tem sempre essa sensibilidade. Na inauguração da Daslu, em junho de 2005, conforme o delicioso relato da colunista Mônica Bérgamo, Lu Alckmin, que compareceu com o marido, usava uma bolsa Chanel e blusa Burberry, que ela justificou explicando que gosta ''de peças clássicas''. Mas logo, relata a jornalista, Lu ''teve que correr para o Palácio dos Bandeirantes. Precisa se trocar, 'colocar um jeans', para outro compromisso: um evento na Água Branca em que caminhões de vários bairros entregarão agasalhos doados para as crianças pobres''. (clique aqui para ver mais, em A filha de Alckmin e o contrabando na Daslu).

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Bom dia, Oswald de Andrade


Ditirambo

Meu amor me ensinou a ser simples
Como um largo de igreja
Onde não há nem um sino
Nem um lápis
Nem uma sensualidade

Favas contadas?

Na Folha de S. Paulo de hoje, a notícia de que os governadores Aécio Neves (Minas Gerais, reeleito) e José Serra (São Paulo, recém-eleito),ambos doPSDB, já iniciaram negociações com o governo Lula para trato de diversos problemas do interesses dos seus estados no âmbito do segundo mandado do presidente. A proceder a informação, para o alto tucanato, o resultado do pleito do próximo dia 29 já seriam favas contadas.

Segundo a Folha, a aproximação visa a cooperação econômica; reuniões com governador eleito de SP agilizam plano de segurança pública. Com governador de Minas, negociação foca parceria em obras rodoviárias; ministro da Fazenda confirma início de conversas com tucanos.

Carro do IPA na campanha do PFL

Foto publicada na Folha de Pernambuco

Na Folha de Pernambuco de hoje:

Após criticar por diversas vezes “a política do coronelismo” do governo estadual, sobretudo a troca de votos por carros-pipa para abastecimento de água nas regiões do Agreste e Sertão, o socialista Eduardo Campos e todos que acompanhavam o ato de campanha do PSB durante a caminhada de ontem, em Tacaimbó fiz um flagrante de uso de veículo público para divulgar nome de um candidato. De cima do carro que desfilou por alguns metros, o candidato acenou para a sua equipe de imagem registrar uma irregularidade: um caminhão do Governo com adesivos de Mendonça Filho.

Ao notar a movimentação, o motorista do veículo de placa KHD-2887, ligado ao Instituto de Pesquisa Agropecuária (IPA), fugiu do local antes de ser trancado pelos carros socialistas. O veículo tinha o símbolo da entidade governamental e, logo ao lado, o adesivo com número do governador-candidato Mendonça Filho.