Luciano
Siqueira, no Blog da Folha
A pergunta vale para as três vertentes principais da cena política atual: para o governo, enredado em toda sorte de dificuldades; para a oposição, tão agressiva quanto carente de propostas alternativas; para a grande mídia hegemônica, que não separa o joio e o trigo e, na ânsia de desmoralizar o PT, ultrapassa todos os limites do razoável e parece perder o controle ao disseminar, na população, uma repulsa difusa à política, aos políticos e aos partidos, indistintamente.
Por isso, não terá sido surpresa - para o consórcio midiático-oposicionista - as múltiplas manifestações de hostilidade a lideranças do porte de Aécio Neves, Geraldo Alckmin, Agripino Maia e outros nas manifestações de anteontem.
Um sinal emblemático do risco real ao processo democrático. Esse sempre, historicamente, foi um tempero no caldo de cultura propício ao advento de regimes autoritários.
É certo que deve ser levado em conta o perfil amplamente predominante entre os manifestantes do último domingo, segundo pesquisa do Instituto DataFolha, de extração nas chamadas elite rica e na classe média abastada. Portanto, do ponto de vista de classe, "os de baixo" não estão entre os que ocuparam as praças e a avenidas pelo impeachment da presidenta Dilma.
A pergunta vale para as três vertentes principais da cena política atual: para o governo, enredado em toda sorte de dificuldades; para a oposição, tão agressiva quanto carente de propostas alternativas; para a grande mídia hegemônica, que não separa o joio e o trigo e, na ânsia de desmoralizar o PT, ultrapassa todos os limites do razoável e parece perder o controle ao disseminar, na população, uma repulsa difusa à política, aos políticos e aos partidos, indistintamente.
Por isso, não terá sido surpresa - para o consórcio midiático-oposicionista - as múltiplas manifestações de hostilidade a lideranças do porte de Aécio Neves, Geraldo Alckmin, Agripino Maia e outros nas manifestações de anteontem.
Um sinal emblemático do risco real ao processo democrático. Esse sempre, historicamente, foi um tempero no caldo de cultura propício ao advento de regimes autoritários.
É certo que deve ser levado em conta o perfil amplamente predominante entre os manifestantes do último domingo, segundo pesquisa do Instituto DataFolha, de extração nas chamadas elite rica e na classe média abastada. Portanto, do ponto de vista de classe, "os de baixo" não estão entre os que ocuparam as praças e a avenidas pelo impeachment da presidenta Dilma.
Então,
a elite mobilizou mais de um milhão de insatisfeitos com o governo, mas também
com os próprios políticos da elite...
Em contraposição, movimentos sociais e partidos de esquerda
preparam manifestações de rua para os próximos dias 18 e 31 deste mês.
Enquanto isso, a crise econômica se aprofunda, com seus
invitáveis e dramáticos efeitos sociais.
A instabilidade política e a quebra de braço no Congresso
Nacional entre governistas e oposicionistas protela saídas para a crise.
Daí a impaciência dos trabalhadores em geral, que dependem
do próprio suor para sobreviver; e dos empresários empreendedores, que
naturalmente aspiram a um ambiente favorável aos investimentos.
Respeitadas as divergências diametrais de projetos políticos
entre governo e oposição, algum acordo em favor da retomada do crescimento
econômico há que ser feito.
Ultrapassada questão do impeachment, que agora parece se
acelerar, provavelmente com a manutenção do mandato constitucional da
presidenta Dilma, esse desejado entendimento entrará definitivamente na ordem
do dia.
É o que se deve desejar. E tentar.
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