17 novembro 2025

Palavra de poeta

Retrato imperfeito
Maximiano Campos
   

De tanto lembrar me esqueço
e é de sonhos que construo
o que vivo e busco e mereço.
E assim recordo
do recordar a lembrança
num tempo em que criança
fui o que hoje sou cópia:
retrato velho e imperfeito
de quem quebrou todos os brinquedos.

[Ilustração: Van Gogh]

Leia: "Palavras fora de lugar" https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/11/minha-opiniao_7.html 

Arte é vida

 

Pascal René Joseph Perrin

Leia: O desafio da dominação das Big Techs https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/09/enfrentando-as-big-techs.html 

16 novembro 2025

Minha opinião

Embriagados, mas nem tanto*
Luciano Siqueira
instagram.com/lucianosiqueira65  

- É isso, doutor. O Zé é um cara incrível. Jamais bebeu uma gota sequer de álcool.

- Nem para experimentar?

- Nada, nada. Abstêmio por princípio. Nunca provou o gosto da cachaça, da cerveja, do vinho, do uísque, nada mesmo.

- É do Zé, aquele nosso Zé de que você está falando?

- Ele mesmo. Não precisa beber, vive embriagado pela própria vaidade.

O comentário maledicente, que anotei quando ainda concluinte do curso médico estagiando no antigo Hospital Pedro II, traduzia a ciumeira de um bedel visivelmente interessado em contaminar minha confiança no colega de trabalho. Perda de tempo. Pois se o cara é trabalhador e eficiente, até o excesso de vaidade – essa praga que estraga talentos e rebaixa a competência de muita gente boa – perdoo. Demais, a ciumeira entre os dois funcionários era pura bobagem: o “doutor”, no caso eu mesmo, sempre me esforcei por tratar a todos com igual atenção.

Mas o tema é sempre atual. Permeia todas as esferas da vida, retratado no cinema (lembro-me de uma produção hollywoodiana “A embriaguez do sucesso”, estrelada por Burt Lancaster) e na trama de romances, contos, novelas e até em folhetos de cordel. A vaidade embriaga – e como toda embriaguez, aparentemente liberta, mas na verdade limita a expressão do que há de melhor na condição humana.

Na política a vaidade também faz seus estragos. Se o vaidoso não se contém, acaba submetendo o interesse comum a conveniências meramente pessoais e põe tudo a perder. Esse filme já vi muitas vezes. Assim como já vi a sábia modéstia remover obstáculos aparentemente instransponível e fazer vingar soluções de altíssimo nível na unificação de vontades dispares em torno de um projeto político comum.

Por isso lembro o bedel do Pedro II quando se precipitam no horizonte as primeiras démarches em relação ao pleito municipal de 2012. Que alguns se deixem embriagar é ate tolerável – é humano. Mas nem tanto, para que possamos encontrar as melhores soluções e, no plano local, seguir adiante nas transformações em curso no País.

* Crônica publicada no Blog da Revista Algomais em março de 2011

[Ilustração: imagem gerada por IA]

Leia também "Canto dos pássaros faz bem, oxente!" https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/10/minha-opiniao_88.html 

Vinícius de Moraes, presente!

“A rosa não é flor/a rosa, a rosa/é a mulher resplendendo de amor”.

Vinícius de Moraes 

Leia o poema "Não-coisa", de Ferreira Gullar https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/10/palavra-de-poeta_76.html 

Direita tem visão equivocada da segurança

O jornal O Globo publica a opinião de dois colunistas situados a léguas de distância da esquerda e de forças progressistas e, portanto, “insuspeitos”, sobre a temática da segurança. Transcrevo aqui porque os dois textos ajudam a compreender o debate que ora se trava em torno do assunto. (LS)  


A direita e a segurança
A direita tomou para si a pauta da segurança, mas não apresenta políticas eficazes de combate a este problema que tanto aflige a população
Míriam Leitão

No Brasil, há um mito de que a direita sabe como fazer política de segurança. A extrema direita governou o país por quatro anos, de 2019 a 2022, e não apresentou qualquer proposta boa. Ao receber das mãos de Hugo Motta a relatoria do projeto do governo contra as facções criminosas, teve nova chance. Foi um fiasco. O secretário licenciado de segurança de São Paulo, Guilherme Derrite, fez um relatório inicial perigoso porque enfraquecia a Polícia Federal, além de abrir um flanco para ações militares de outros países em território brasileiro. Quatro recuos depois, o relatório ainda tem defeitos.

Quando governou o Brasil, o ex-presidente Jair Bolsonaro propôs o quê? O excludente de ilicitude e o acesso às armas. “É escancarar a questão do armamento aqui. Eu quero todo mundo armado. Por isso eu quero, ministro da Justiça, ministro da Defesa, que o povo se arme”, disse Bolsonaro na reunião ministerial de 22 de abril de 2020. Foi o bordão do seu governo. Em 10 de agosto de 2022, disse: “Comprem suas armas. Isso também está na Bíblia. No Pedrão”.

Em dezembro de 2018, havia 351 mil armas nas mãos dos clubes de atiradores e colecionadores. Em dezembro de 2022, eram 1 milhão e 261 mil. Quase um milhão de armas a mais, muitas dessas foram acabar na mão do crime organizado. A obsessão pelo armamentismo não era uma política de segurança, mas parte do projeto autoritário, pelo qual está indo para a prisão.

Subir um morro, matar 117 pessoas, perder quatro policiais, não encontrar o alvo principal, e deixar os corpos para serem resgatados pelos moradores não é política de segurança. A última vez que no Rio houve alguma esperança de existir um modelo foi nas UPPs. Originalmente foi pensada para libertar os territórios do jugo dos bandidos e, em seguida, ocupar o espaço com ações do Estado. Faltou a segunda parte.

O problema do controle territorial pelo crime é gravíssimo. Segundo o Mapa dos Grupos Armados, feito em parceria pelo Instituto Fogo Cruzado e o Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (Geni) da Universidade Federal Fluminense, dos 2,5 mil km² da área metropolitana, 466 km², ou seja, 18%, estão sob o domínio de algum grupo armado. Do total, metade está com o Comando Vermelho, 38,9% com a milícia, e o resto com outros bandos de traficantes.

O assunto é tão sério que a cooperação entre as forças do Estado deveria ser natural, em vez de virar briga política como vimos nos últimos dias. É inaceitável submeter as pessoas à tirania de facções de traficantes e de milícias. A reação da população, que em pesquisas feitas no calor da hora, reagiu em favor da operação, deveria ser entendida pelo que ela é: o país não suporta mais a aberração da ocupação territorial por bandidos e milicianos. Não é um apoio a que esse tipo de ação se torne rotina e assuma o espaço de uma real política de segurança.

O governo Lula apresentou duas propostas. A PEC da Segurança cria canais de cooperação entre o governo federal e as administrações estaduais. O PL Antifacção endurece o combate às facções criminosas. A PEC tem sido ignorada pela oposição. O governador Cláudio Castro reclamou da falta de apoio de Brasília, mas sempre foi contra a PEC que propõe atualizar a Constituição, que entrega essa atribuição aos estados. Desde 1988, o crime atravessou todas as fronteiras entre estados e do país. Precisamos de todas as forças legais. O país não pode perder tempo com a briga por protagonismo. O assunto é grave demais.

Mesmo com a vinda ao Rio do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, Castro preferiu a politização. Chamou os “governadores de direita”, como os definiu, para reuniões e a assinatura de um pacto de cooperação. Não pode haver cooperação com a Bahia ou o Ceará?

No Legislativo, a bancada da direita que se dedica ao tema tem aprovado, ou ameaça aprovar, ideias bem ruins. Só nas últimas semanas, a Comissão de Segurança da Câmara aprovou a suspensão da portaria que criou o Núcleo Estratégico de Combate ao Crime Organizado, e a do Senado aprovou a revogação do decreto que regulamenta o uso da força e dos instrumentos de menor potencial ofensivo pelos profissionais de segurança pública. A da Câmara se mobiliza para passar a revogação do decreto que criou a Força Nacional. A direita no poder não apresentou soluções, na oposição combate as ideias que chegam ou as estraga, como Derrite tentou fazer. (Com Ana Carolina Diniz)

Derrite contra a Polícia Federal
Secretário de Segurança de São Paulo produziu um monstrengo revelador dos interesses estabelecidos na máquina da segurança do país
Elio Gaspari

Se Guilherme Derrite fosse um transeunte laçado na Praça dos Três Poderes para redigir um projeto de combate ao crime organizado, teria sido compreensível a barafunda que ele produziu com as várias versões de seu relatório para o projeto de lei contra as facções criminosas.

Infelizmente, Derrite é um veterano policial e secretário de Segurança do governador Tarcísio de Freitas, possível candidato a presidente da República. Mais: Derrite é um deputado federal e provável candidato ao Senado em nome do que seria um desejo do eleitorado por mais segurança. Foi laçado pelo presidente da Câmara, deputado Hugo Motta, para relatar o projeto de lei contra as facções criminosas.

Com quatro versões, Derrite produziu um monstrengo revelador dos interesses estabelecidos na máquina da segurança do país.

Tome-se como exemplo a limitação que Derrite quis impor à Polícia Federal (PF). Seu primeiro relatório estabelecia que a PF só poderia investigar depois de ter havido uma solicitação do governador do estado. Gracinha. Existem crimes federais, como o tráfico de armas e de drogas, mas a PF dependeria de uma licença dos governadores.

Se esse sistema existisse nos Estados Unidos do século passado, teriam continuado as execuções de ativistas que lutavam contra a bandidagem racista de estados do Sul. Quem viu o filme “Mississippi Burning” sabe do que se trata. A bandidagem racista operava com o apoio de governadores, juízes e policiais. Foi a Polícia Federal quem desarmou as tramas.

Lá, a Federal chama-se Federal Bureau of Investigation, o FBI. Foi dirigido de 1924 a 1972, quando morreu, por J. (de John) Edgar Hoover. Sujeito detestável, grampeava inimigos, chantageava políticos e presidentes. Solteirão misógino foi um mau exemplo, mas criou uma instituição, robusta e honesta (à sua maneira). Hoover foi um mau exemplo, mas criou e protegeu uma instituição exemplar.

Com esse nome, a Polícia Federal brasileira surgiu em 1967. Desde então, ela se tornou, de longe, a mais respeitada instituição policial do país. Derrite queria que ela pedisse licença aos governos estaduais para desempenhar suas funções. O deputado-secretário é capitão da reserva da PM paulista, onde fez fama na tropa de elite da Rota.

O Primeiro Comando da Capital (PCC) operava sua rede de postos de gasolina, empresas e fintechs de São Paulo há décadas. Graças à Operação Carbono Oculto, do Ministério Público e da Polícia Federal, parte dessa máquina foi desmontada, isso sem um só tiro. A Operação Escudo da polícia de Tarcísio e Derrite matou 28 pessoas num só mês de 2023. Quase todos pretos pobres e moradores da periferia.

[Se comentar, identifique-se]

Leia também: A economia do crime organizado https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/11/economia-do-crime.html

Humor de resistência

Miguel Paiva

Transição climática nas cidades

O clima das cidades, as cidades para o clima
A COP30 talvez marque uma fase de maturidade ao encaminhar o debate do “quanto” para o “como” agenciar a transição ecológica global

Adalberto da Silva Retto Jr/Le Monde Diplomatique  

A COP30 em Belém nasceu sob a bandeira da contradição: uma cúpula dedicada ao futuro do planeta em uma cidade que, à semelhança da maioria das cidades brasileiras, ainda enfrenta desafios relacionados à pobreza e à desigualdade.

Dez anos após o histórico Acordo de Paris, os mais de 190 signatários são chamados a realizar um balanço das promessas cumpridas e a traduzir esses compromissos em ações concretas. Entre ambições não concretizadas e novas oportunidades de investimento sustentável, a COP30 talvez marque uma fase de maturidade ao encaminhar o debate do “quanto” para o “como” agenciar a transição ecológica global.

É sabido que a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais constitui hoje uma questão reconhecida e consolidada em diversos contextos institucionais. Regulamentações e instrumentos de controle e intervenção já estão claramente definidos, com o objetivo de fortalecer ações voltadas a fomentar os processos e dinâmicas de uma verdadeira transição ecológica.

Essa ação, contudo, tornou-se necessária devido à conexão que a modernização industrial havia estabelecido – e que parecia insolúvel – entre o uso dos recursos naturais e ambientais e a dinâmica do desenvolvimento econômico, caracterizado essencialmente pela busca de aumento do valor intermediário e final do capital investido na transformação, consumo e destruição desses recursos.

Como se pode observar, é necessária uma verdadeira mudança de paradigma, com uma alteração fundamental no significado atribuído à palavra “desenvolvimento”. O que não deve mais ser entendido apenas como crescimento quantitativo de fatores derivados dos recursos específicos da produção de bens e serviços, mas como a subordinação instrumental desses fatores à qualificação do capital histórico, cultural e social de uma comunidade e de seus membros, ainda que marcada por práticas e comportamentos distintos dos do passado.

O desenvolvimento é, portanto, dotado de uma mobilidade e de uma dinâmica de transformação que não eram contempladas em versões anteriores. Ele abrange processos de transição que não implicam o consumo e a destruição de bens e recursos – naturais e ambientais –, mas sua contínua regeneração, como condição necessária à sustentação e multiplicação das formas de uso na vida social, cultural e econômica de uma comunidade. A transição ecológica não é alheia à dinâmica do desenvolvimento integral, mas produz efeitos e resultados que reproduzem e disseminam a própria dimensão do desenvolvimento.

Hoje, os campos de análise voltados à avaliação de impacto das atividades humanas tornaram-se cada vez mais diversos. As interconexões entre os estilos de vida e seus efeitos sobre o território – ambiental, social e econômico – multiplicam-se e complexificam-se. Portanto, existem diversas maneiras de abordar o tema da sustentabilidade. 

Uma tendência emergente, resultante das transformações demográficas contemporâneas, é o crescimento da população urbana – fenômeno que evidencia múltiplos aspectos da sociedade, da vida comunitária e da relação da civilização humana com o meio ambiente. Essas reflexões emergem quando se compreende que as áreas urbanas constituem contextos onde a questão da sustentabilidade se torna predominante, não apenas pelos riscos de insustentabilidade associados à exploração dos recursos naturais, mas pela necessidade de orientar os assentamentos humanos para formas mais integradas de desenvolvimento territorial.

As cidades não são apenas lugares de moradia, mas verdadeiros organismos capazes de criar ou destruir valor social, ambiental e econômico, dependendo de como o capital territorial é integrado e utilizado para fins de regeneração. Esse conceito torna-se ainda mais evidente quando se reconhece que cada assentamento urbano representa concretamente as inter-relações que unem os atores do território e seus projetos de sociedade e ambiente.

Vale destacar que não apenas os lugares em que vivemos dependerão do nosso nível de consciência sobre o vínculo indissolúvel que temos com eles, mas também que as cidades, como espaços físicos e relacionais, só poderão se tornar centros de criação de valor no curto, médio e longo prazos se forem reconhecidas como sistemas vivos integrados, que unem dimensões diversas e complementares.

Esse processo de evolução e crescente sincronia com os ciclos naturais e sociais constitui talvez a mais importante transição cultural, ética e biológica, capaz de sustentar o mundo “feliz” que almejamos.

De que tipo de transição precisamos, então, em nossas cidades? Para responder a essa questão, é necessário retomar o conceito de “integração”, que, no contexto descrito, assume o papel de pilar fundamental de valores, orientando o caminho rumo à concretização do pensamento sustentável.

No sistema territorial integrado, aspectos econômicos, relacionais e simbólicos – tangíveis e intangíveis – assumem papel central. A função da governança, nesse contexto, é estabelecer um léxico comum e assegurar o curso evolutivo desses ativos sob uma perspectiva sustentável, equilibrando os fatores que sustentam o desenvolvimento territorial.

A transição das cidades baseia-se, assim, em sua capacidade de transcender a visão de curto prazo, promovendo modelos de vida voltados à posteridade. Tal processo depende não apenas do bem-estar direto das pessoas, mas também do cuidado e da harmonia do sistema ambiental e social como um todo. Um sistema vivo funciona dessa maneira: sua sobrevivência depende do cuidado com todas as dimensões que o compõem.

A transição ecológica, contudo, não se resume à adaptação técnica ou institucional, mas requer uma mudança cultural e social profunda. Ela implica uma passagem de um contexto desequilibrado para outro, fundado na reconstrução de valores e práticas voltadas à sustentabilidade coletiva. Assim, ao se buscar um novo equilíbrio ambiental e social, deve-se reconhecer a inseparável conexão entre os processos de empobrecimento social e os efeitos da pobreza energética.

O problema da inadequação dessas ações, entretanto, persiste, em razão da frágil conexão entre as políticas de limitação do consumo de recursos e os comportamentos sociais de acesso a esses mesmos recursos. É necessário compreender que a contemporaneidade testemunha não apenas o empobrecimento energético, mas também o agravamento das desigualdades econômicas e sociais, que reforçam a diferenciação nos padrões de consumo e nas práticas sociais. Pode-se afirmar que o crescimento da pobreza social não favorece a redução da pobreza energética; pelo contrário, amplifica seus efeitos, diversificando os comportamentos de grupos e classes sociais no acesso e uso de recursos energéticos.

A gestão da transição ecológica, portanto, não depende apenas de novas técnicas de organização e acesso a recursos, mas de estratégias que considerem as interdependências emergentes entre as relações sociais e as dinâmicas de exclusão. É possível, assim, identificar uma dimensão social da pobreza energética e, simultaneamente, o papel dos fatores energéticos na intensificação da pobreza social. Contudo, essa conexão raramente é reconhecida nas políticas econômicas e energéticas, criando uma visão ilusória de que a transição ecológica, por si só, reduziria as desigualdades sociais.

Se a pobreza energética for entendida como a incapacidade de indivíduos ou famílias de garantir uma cesta mínima de bens e serviços energéticos, suas consequências são amplamente negativas para o bem-estar e a inclusão social. Trata-se, portanto, de uma dimensão da transição ecológica que a aproxima e a integra cada vez mais à transição social em curso nas sociedades contemporâneas.

Adalberto da Silva Retto Jr é professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), doutor pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo e pelo Departamento de História da Arquitetura e Urbanismo do Instituto Universitário de Arquitetura de Veneza (2003) e professor-pesquisador visitante da Universitè Panthéon Sorbonne Paris I (2011-2013).

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China: quando planejar é governar https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/11/china-politica-no-posto-de-comando.html