EU E MEU CÁRCERE
Maurílio Rodrigues*
Eu e meu cárcere.
Esse buraco numa caverna,
Em que me encontro agora.
De configuração em ciclo,
Para, sequer disponibilizar
Um encontro de linhas.
Nesse escuro cárcere,
A luz sou eu,
O som sou eu,
E todas as coisas
Resume- se a mim.
Por mais que quisesse,
Ele não me permite sair,
Pois na verdade,
Esse cárcere
É o meu interior.
Alguns dias penso,
Que não chegarei
Nem mesmo ao amanhecer,
Pois, meu alimento,
É solidão e sofrimento,
Alternando com horas ,
De escuridão total.
Pois, dentro de mim,
A luz do sol não pode entrar.
Meu cativeiro
É dentro de mim.
Aqui, rezo o meu rosário,
Fazendo de meus dedos
As contas do meu terço.
Assim, vou me confundindo,
Com o meu destino,
E suas circunstâncias.
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