01 dezembro 2023

Palavra de poeta: Ferreira Gullar

MADRUGADA
Ferreira Gullar
 

Do fundo de meu quarto, do fundo
de meu corpo
clandestino
ouço (não vejo) ouço
crescer no osso e no músculo da noite
a noite

a noite ocidental obscenamente acesa
sobre meu país dividido em classes

[Ilustração: Flávio de Carvalho]

Binóculo caleidoscópico, múltiplas visões coloridas https://tinyurl.com/ykllkje8

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