Meu artigo semanal no portal Vermelho http://www.vermelho.org.br/, a ser publicado nesta quinta-feira.
Coisa da vida – e da luta política. Nas eleições, então, mais do que concreto, pode ser decisivo. Refiro-me a um gesto simples, aparentemente sem importância, que se converte, nesses últimos dias de campanha, no que há de mais importante: a distribuição da “cola” (ou “santinho”) contendo números dos candidatos na ordem em que devem ser digitados na urna eletrônica. O próprio TSE, em mensagens veiculadas na TV e no rádio, recomenda ao eleitor conduzir a “cola” para facilitar a sua tarefa.
É que a despeito da elevação crescente do nível de consciência do eleitorado – no período recente, a partir da memorável campanha das Diretas-Já -, surpreende o percentual de eleitores que ainda não tem clareza de como deve proceder na hora de votar. Pesquisas atestam que há ainda muita desinformação quanto a que se vai votar em dois senadores, e não apenas em um, como ocorreu no pleito de quatro anos atrás.
E há um detalhe da maior relevância, sobretudo para candidaturas que dependem do voto espontâneo, consciente e criterioso: nas cidades grandes e médias ultrapassa a 60% a parcela de eleitores que ainda não escolheu seus candidatos a deputado estadual e federal.
Nesse cenário, importa fazer chegar às mãos de centenas de milhares o último panfleto acompanhado de um pacotinho de “cola”. Distribuir, inclusive, de casa em casa, no bloco de apartamentos, na escola, no ambiente de trabalho, na igreja e em todos os lugares onde as pessoas se aglomeram naturalmente.
A “cola” também pode e deve ser distribuída pela internet, através de e-mails e de sites de relacionamento (Facebook e Orkut, dentre outros). Um e-mail se transforma em milhares num instante, repassado de lista em lista.
Também ajuda o telefonema aos amigos, confirmando a intenção do voto e oferecendo a “cola”.
Enfim, após quase três meses de muita luta, estafante roteiro de reuniões, caminhadas, comícios, atividades de rua várias, tudo se resume a esse pequeno gesto. Como no poema de Drummond (“No meio do caminho tinha uma pedra/tinha uma pedra no meio do caminho”), aqui, ao inverso, podemos dizer que no meio do caminho, na passagem para a vitória, tem a “cola” – o mais banal instrumento de conquista do voto, porém agora o mais importante, poderoso e decisivo.
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