09 agosto 2025

Minha opinião

Bebo sim, mas quase nada 
Luciano Siqueira
instagram.com/lucianosiqueira65


Aquela sensação de se sentir na contramão ou mesmo excluído. Quando dizem que tal ou qual fenômeno abarca homens e mulheres de determinada faixa etária ou condição social onde você se inclui, mas corre por fora.

Leio agora que enquanto as novas gerações buscam um estilo de vida com menos álcool, um fenômeno se acentua: o aumento do consumo entre quem tem mais de 60 anos.  

Aonde? Pelo menos na parte ocidental do mundo. 

Cá em Pindorama aproximadamente 1 em cada 4 idosos (23,7%) diz consumir álcool.

E não é uma biritazinha de vez em quando. 

Sabe-se de uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Paulo já anotou quase dois milhões de idosos (6,7%) habituados a ingerir várias doses de uma só tacada. — Garçom, traga mais uma que o tanque já secou!

Pois é, tem hábitos (ou vícios) tão disseminados entre os idosos — faixa da população onde me incluo com toda honra — mas que não pratico, que me fazem meio démodé, como se dizia antigamente. 

Já não tenho mais saco para ir ao estádio ver uma partida de futebol, prefiro a TV; tampouco me apraz uma noitada em mesa de bar ou quejandos (eita!, palavra de há muito em desuso).

Prefiro caminhadas leves, um bom filme e, sobretudo, a leitura (com música instrumental como pano de fundo). 

Livros são meus companheiros desde a adolescência e na medida em que os anos avançaram têm ocupado espaço crescente no meu cotidiano.

Sem prejuízo de uma boa dose de uísque ou uma taça de vinho ou uma tulipa de cerveja bem gelada ou até mesmo uma lapada de cachaça raiz.

Bebo sim, mas muito pouco. Pelo visto, um idoso na contramão.

[Ilustração: Maurício Arraes]

[Se comentar, identifique-se]

Leia também: "No São João não sou ex" https://lucianosiqueira.blogspot.com/2023/06/minha-opiniaocronica_23.html

Nenhum comentário: