Face visível da inclusão
social
Luciano Siqueira
Publicado no Jornal da Besta Fubana
Um importante componente da inserção social que
caracteriza a última década no Brasil: em 2013, as famílias com renda mensal de
até R$ 1,6 mil foram as mais beneficiadas com a aquisição de imóveis através do
programa Minha Casa, Minha Vida.
No cômputo geral, até dezembro do ano passado o
programa viabilizou mais de 3,2 milhões de unidades contratadas e 1,5 milhão de
unidades entregues, desde o seu início, em 2009 - das quais precisamente 812
mil unidades foram adquiridas por famílias com renda de até R$ 1,6 mil,
equivalente a 53%.
Num mundo duramente afetado pela crise econômica e
financeira que eclodiu em 2008 e se arrasta sem solução, os países emergentes,
como o Brasil, e parte importante da América do Sul, se diferenciam por
percorrerem um caminho que combina crescimento com inserção produtiva. Estudo
recentemente publicado pelo economista João Sicsù ("A nova classe média no
Brasil") demonstra que nada menos que quarenta milhões de brasileiros
(correspondente à população da Argentina) ingressaram no mercado de trabalho e
de consumo durantes os dois governos Lula e o atual governo Dilma. Esse
desempenho do Minha Casa, Minha Vida é parte desse fenômeno.
Anote-se ainda que nos cinco anos transcorridos,
diversas medidas têm sido adotadas para aprimorar o programa, conforme
relatório publicado pelo governo federal: ampliação da área construída,
melhoria da acessibilidade das unidades, colocação de piso de cerâmica em todos
os cômodos e aquecimento solar nas moradias térreas; contratação de postos de
saúde e escolas junto com as unidades habitacionais. Acresce que 3% das
unidades de cada conjunto habitacional são destinadas aos idosos e 3% a pessoas
com deficiência.
Embora o foco do programa esteja nas
cidades, demandas oriundas da agricultura familiar, assalariados
rurais, assentamentos da reforma agrária, quilombolas, indígenas e
pescadores têm sido atendidas - até hoje, com 109 mil unidades contratadas.
As demandas da população de baixa renda têm sido
viabilizadas através do Orçamento Geral da União (OGU), com contrapartida
das famílias beneficiadas mediante prestação de apenas 5% da renda
familiar, a partir de R$ 25,00/mês, num total de 120 parcelas mensais.
Já famílias com renda de até R$ 3.275,00 podem
lançar mão do financiamento do FGTS com subsidio de até R$ 25 mil. O
subsidio é maior na proporção inversa da renda.
Pelo andar da carruagem, o programa alcançará a
contratação de 3,750 milhões unidades até dezembro de 2014 para famílias com
renda de até R$ 5 mil. Um feito considerável.
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