23 fevereiro 2016

No mundo e no Brasil

Além dos limites

Eduardo Bomfim, no portal Vermelho
Em 1999 dois coronéis da nova geração de militares chineses, Qiao Liang e Wang Xiangsui publicaram o livro: A Guerra Além dos Limites. Conjecturas sobre a Guerra e a Tática na era da Globalização.
Em substancial ensaio sobre arte militar, questões financeiras, tecnológicas, geopolíticas, eles dizem que a primeira regra do que consideram como Guerra Irrestrita é a de que não existem regras, nada é proibido.
Desde os grandes ataques especulativos financeiros, considerados por eles como capazes de efeitos devastadores equivalentes aos maiores conflitos militares da era contemporânea, à “fabricação” de guerras regionais cujos fins são a posse das riquezas naturais, espaços geomilitares.
Nesses 16 anos do século XXI as opiniões dos analistas chineses mostraram-se acertadas, e mais, os instrumentos da “Guerra sem limites” aperfeiçoam-se na medida em que as inovações tecnológicas avançaram.
Mas o caminho bélico continua a determinar a conquista das riquezas em disputa. É o que acontece, por exemplo, com o que já é possível chamar a estratégica Batalha da Síria.
Ali a velha Ordem encontra-se atolada em uma junção de fatores catastróficos tendo que enfrentar a sofisticada capacidade militar russa, que defende o Estado Sírio e seu governo contra grupos fanáticos terroristas, dos quais os EUA e aliados perderam as rédeas, acontecendo atentados como os de Paris.
Além de uma vaga de centenas de milhares de refugiados rumo à Europa fugindo dos conflitos movidos pelo controle de riquezas naturais, geopolíticos, no Oriente Médio e África.
Mesmo longe do principal teatro de operações, o Brasil, que faz parte dos Brics, também tem sido atingido pela Guerra sem Limites via sistemática campanha de desconstrução da sua autoestima, identidade cultural, institucional, fragmentação social.
O País vem sendo empurrado através de meticulosa, difusa tempestade midiática, na tentativa de uma conflagração interna com vistas a se impor um novo tipo de Estado de exceção.
Para que quando anêmico, convulsionado, dividido, fragilizado, fiquem expostas suas riquezas naturais, integridade territorial.
Assim, é essencial defender os valores democráticos, a soberania nacional, a legitimidade do governo Dilma, as instituições republicanas, e melhor assimilarmos os fenômenos globais dos novos tempos.
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