Tereza
Cruvinel, Brasil 247
De repente, o juiz Sergio Moro, que
cozinhou e ainda cozinha vários presos em suas masmorras, para só os liberar da
prisão temporária mediante delação premiada, mandou soltar nesta segunda feira
o publicitário João Santana e sua mulher Monica Moura. Uma indulgência fora do
comum na Lava Jato, ainda que ao custo de uma fiança de R$ 31 milhões.
Na "força tarefa", ninguém
bate prego sem estopa, nada acontece por acaso. Um dos alvos da indulgência de
Moro com o casal é Lula. O juiz tratou assim de desmentir assim a acusação do
ex-presidente, em sua petição ao Comissariado de Direitos Humanos da ONU, de
que submete seus presos a restrições prolongadas para forçá-los a delatar.
Santana e Mônica saíram sem firmar o acordo de delação, depois de confessarem
ter recebido pagamentos por caixa 2 na campanha de Dilma de 2010. Agora, vão
negociar os termos de revelações que farão sobre 2014.
O outro alvo é Dilma e o golpe
marcado para o final de agosto. A delação do casal agora será negociada, e como
já virou praxe, antes de ser realizada, terá os termos preliminares vazados. E
se contiverem revelações sobre a campanha de 2014 que complicam a situação de
Dilma, estarão jogando a pá de cal no impeachment, ainda que ele tenha por
objeto pedaladas e decretos orçamentários irregulares, mesmo que
descaracterizados como crime por uma perícia técnica e um procurador federal.
Os senadores que hoje se dispõem a somar-se aos 22 que defendem Dilma para
derrotar o golpe serão constrangidos a seguir com a manada golpista.
Moro explicou-se: eles não são nem
agentes públicos nem donos de empreiteiras. Nem corruptos nem corruptores. Mas
há empregados de construtoras que cumpriram ordens, não são corruptores
propriamente, e mofaram ou estão mofando em Curitiba.
E assim segue o baile de máscaras, em
que todos representam um papel a cada momento, desde que sirva ao enredo do
golpe. E assim o duro Moro teve seu momento de bonzinho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário