23 maio 2017

Soberania popular

Recuperar a democracia através do voto
Luciano Siqueira, no Blog da Folha

Dados de pesquisas revelam que mais de 80% dos brasileiros desejam a realização de eleições diretas para a presidência da República, a partir da queda de Temer. 

No variado espectro de forças políticas, a adesão à ideia envolve inclusive setores conservadores e até situados à direita. 

Há, portanto, um ambiente maduro para a intensificação da luta pelas diretas-já, que há de se desenvolver de múltiplas e multifacetadas formas.

Há lugar e trincheiras para todos.

Mesmo ações aparentemente dispersas ou isoladas convergem para um mesmo leito - o da pressão sobre a Câmara e o Senado para que se aprove uma PEC que viabilize as diretas agora.

As eleições diretas para presidente por si mesmas não solucionam a crise do país. Mas restabelecem a soberania popular, através do voto, neste instante de esgarçamento das instituições que compõem a República. 

Abrem perspectivas.

A disputa através do voto implica riscos. Porém riscos muito menores do que a escolha de um novo mandatário através do atual Congresso, cuja credibilidade se encontra perto de zero.

Nesse restrito colégio eleitoral, pode prosperar uma alternativa tipo Henrique Meirelles, homem de absoluta confiança do Mercado Financeiro, comprometido até a medula com a agenda regressiva ora encetada por Temer. 

Em pleito direto, todas as candidaturas que se apresentem terão que expor propostas para o impasse atual, inclusive acerca das reformas trabalhista e previdenciária.

Proposições destinadas a tirar o país da crise terão que ser submetidas ao debate e ao voto.
E coloca-se a possibilidade de uma candidatura patrocinada por amplo arcos de forças do campo democrático e popular, com prometida com a retomada do crescimento econômico em bases inclusivas, a preservação da soberania nacional e a democracia.

Seja qual for o resultado, o exercício democrático através do voto gerará fatores de renovação da vida nacional.

Mas é evidente que o consórcio golpista, mesmo às voltas com dissensões e fraturas, consciente da queda de Temer, opera em favor da alternativa das eleições indiretas.

O propósito dessas forças é encontrar uma candidatura capaz de dar sequência ao golpe e à agenda antinacional e antipovo.

Daí a absoluta necessidade de elevar o tom da luta pelas eleições diretas – nas redes, nos salões e nas ruas.

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