Assim como Palmeiras x Santos, grandes finais costumam ser sem brilho
Elas
devem ser celebradas, poetizadas, para sempre, não analisadas nos detalhes
táticos
Tostão, Folha de S. Paulo
No primeiro
tempo, não houve futebol. Com exceção de um lance de Rony, que não deu em nada,
não houve uma única boa jogada individual e coletiva das duas equipes. Apenas
trombadas, faltas e dura marcação. Os times não conseguiam trocar três passes
seguidos. O meio-campo não existia. Dizem que o mundo assistiu à partida. Deve
ter ficado perplexo, sem entender nada, se via um jogo errado.
A ansiedade é
comum nas decisões e costuma ser benéfica, já que os atletas ficam mais
atentos, mais espertos. Mas, quando ela é muito excessiva, os jogadores perdem
a tranquilidade, a lucidez e a coordenação motora.
No segundo
tempo, melhorou um pouco, mas o jogo continuou muito ruim. Os dois goleiros não
fizeram uma única defesa com algum grau de dificuldade em toda a partida. Tudo
caminhava para o 0 a 0, apenas com bolas cruzadas para a área e rebatidas pelos
zagueiros. No último instante, após a expulsão de Cuca,
Rony cruzou, e Breno Lopes, que tinha acabado de entrar, fez o gol de cabeça. Palmeiras campeão!
Parabéns ao
Palmeiras, pela campanha e pelo título merecido. Mas, quero homenagear também
os perdedores, que, apesar de todas as dificuldades, chegaram à final.
“Depois da
hora radiosa, a hora dura do esporte, pois perder é tocar alguma coisa mais
além da vitória, é encontrar-se naquele ponto onde começa tudo a nascer do
perdido, lentamente” (Carlos Drummond de Andrade).
AS GRANDES FINAIS
As grandes finais de uma
competição são jogos que costumam não ter nada a ver com a normalidade e/ou
com a realidade. Geralmente, são partidas ruins, truncadas, sem brilho, como a
entre Palmeiras e Santos. Fatos que são corriqueiros, fúteis, nessas partidas
decisivas, se tornam, com frequência, lendas, mitos. Imagens são repetidas ao
longo do tempo, glamourizadas. Verdades são inventadas, e conceitos equivocados
são criados. É uma grande festa, um grande acontecimento.
As grandes
finais não são partidas para ser analisadas nos detalhes táticos nem julgadas
se são ruins ou boas. Existem para ser celebradas, poetizadas, para sempre.
MENINOS DO FUTEBOL
Neste período
de pandemia e de estádios vazios, um fato marcante, positivo, tem sido o aumento do número de jovens
atuando nas principais equipes brasileiras. Santos, Palmeiras e
muitos outros times do Brasil e de todo o mundo possuem vários garotos com
talento e com grandes chances de se tornarem jogadores importantes do futebol.
São jovens maduros, prontos para atuar em grandes decisões. O fato de os jovens
não serem aplaudidos nem vaiados durante as partidas ajudaria nesse
crescimento?
Imagino que a
presença de tantos jovens talentosos aconteça também em outras atividades. O
acesso mais fácil e rápido à tecnologia e à informação facilita essa evolução.
É necessário que o Brasil ofereça melhores condições a todos.
Os clubes
descobriram o óbvio, que é muito mais eficiente investir nos garotos e
colocá-los para jogar do que contratar por preços caríssimos jogadores apenas
bons ou medianos.
FURA-FILAS
Vacina sim! Todos
precisam se vacinar para todos ficarem protegidos. Ninguém vai virar jacaré.
Estou louco para ser vacinado. Tomara que não demore tanto. Tenho de esperar
minha vez. Sou um médico aposentado, um jovem idoso de 74 anos. Ninguém pode
furar a fila, nem com o pretexto, a falácia, de dizer que é um exemplo para
outros vacinarem.
Veja: Da resistência nascerão novas conquistas https://bit.ly/2WZBd34
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