19 novembro 2021

Palavra de poeta: Adriana Lisboa

Bastaria

Adriana Lisboa
 
 
Bastaria
um tempo sem vencimento
aberto como asas
sem sorrisos úteis ou
papéis a endossar. Um vão
entre duas felicitações
contemporizações – por exemplo
(pensar em) margear
Buenos Aires: poetas
Bornéu: primatas
adentrar a ideia dessas coisas.
Bastaria um templo
o céu cobalto que me ignora
raízes varando paredes
menos do que residuais.
Bastaria subtrair eventos
motivos: como desde sempre soubemos,
bastaríamos nós.

[Ilustração: George Saru]

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Veja: A poesia é suas múltiplas faces https://bit.ly/3BKdwhd

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