27 junho 2023

Enio Lins opina

Muito pouco, mas já seria alguma justiça feita

Enio Lins www.eniolins.com.br



Estas linhas estão sendo escritas antes da retomada do julgamento, no TSE, da ação contra o mito que desgovernou o Brasil entre 2019 e 2022, cujos efeitos danosos e criminosos se estenderam até 8 de janeiro deste ano, com a tentativa de golpe de Estado.

É indispensável citar nesse comentário o artigo de Mariliz Pereira Jorge, jornalista e escritora paranaense, publicado em 21/06/2023, na Folha de São Paulo, onde o título resume com perfeição: “Inelegibilidade é muito pouco”.

Já alguma coisa, em minha opinião. Aplaudo o conteúdo do artigo da colega, que diz ser “uma piada de mau gosto” aquele meliante ser julgado apenas por um delito eleitoral quando teria cometido um rosário de crimes – inclusive contra a humanidade.

Apois: durante a pandemia de Covid19, as atitudes reiteradas do falso messias no comando do Poder Executivo executaram muita gente, especialmente quem acreditou e seguiu suas falácias de menosprezo ao vírus e culto a medicamentos inadequados.

Crime contra a humanidade, genocídio, é o que está registrado na história, debitado na conta do garoto-propaganda da cloroquina, inimigo das máscaras de proteção, inimigo do distanciamento social, inimigo juramentado das vacinas contra o Coronavírus.

Mas, no julgamento em curso, o bandido é réu por reles crime eleitoral. Crime explícito, inegável, transmitido ao vivo – na crendice de uma impunidade absoluta. Além da reunião com os embaixadores, um magote de outros delitos eleitorais poderiam ser usados.

No rol de crimes eleitorais, se destacam itens que não estão na peça em apreciação, como a utilização ululante de recursos públicos, o uso descarado da Polícia Rodoviária Federal... Em verdade de A a Z se encontram falcatruas desse marginal.

Outra questão que merece ser revirada, investigada detalhadamente, é a política de armamento e municiamento do crime organizado, diretriz toscamente dissimulada nas normas libertinas bolsonarianas para os Clubes de Tiro e CACs.

Tem mais, muito mais a processar e julgar. Mas, mesmo considerando pouco - quase nada – já é alvissareira a visão do mito bandoleiro ser levado à barra dos tribunais. Quiçá a Justiça (com maiúscula) seja feita e de lá o traste saia apenado.

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