23 março 2024

Enio Lins opina

Criminosa ação: falsificar a própria vacinação
Enio Lins

Certas falcatruas que aparentam pequena significância trazem dentro de si delitos de grande peso. Este é o caso da falsificação, promovida pelo ex-presidente da República, em conluio com auxiliares, de seu próprio cartão de vacinação.

Falsificar tal atestado seria coisinha-à-toa? Não, isto foi um grave crime – especialmente por ter sido cometido em meio a uma pandemia que estava matando centenas de milhares de brasileiros enquanto o ex-capitão defendia a tese da “imunização de rebanho” e apresentava a si próprio como exemplo de sucesso contra a vacina.

SEMPRE UM COVARDE

Jair Messias é um covarde espalhafatoso que recua rápido diante dos riscos, choraminga quando encurralado, diz e se desdiz com a mesma veemência dependendo da onda do momento. Quando cercado por seguranças, fala grosso. Em insegurança, mia baixinho. E esse é um exemplo: para sua torcida, desancou a vacina contra o Covid 19; para a imigração, ronronou exibindo um atestado de que tinha se vacinado.

É indispensável dizer que um dos maiores crimes do mito genocida durante a pandemia é ter estimulado, para milhões de brasileiros que levam em consideração seus arroubos, o distanciamento de parte da população à única opção segura de defesa contra o Coronavírus. Isso equivale a um assassinato em massa.

GRADAÇÃO DE UM CRIME

Vamos insistir mais umas linhas na questão dos agravantes diferenciados para um mesmo delito, no caso, a falsificação de um documento oficial, o atestado de vacinação. Perpetrado por pessoa comum, esse crime tem peso X; cometido por uma autoridade qualquer, esse mesmo crime pesa mais que que X; praticado por uma autoridade que lidera muitos milhões de seguidores, e durante uma pandemia viral massiva, esse gesto se inscreve na lista dos genocídios.

Uma “despretensiosa” falsificação de documento oficial, neste caso pandêmico, vira um crime contra a humanidade, quando esse falsificador se apresenta como “salvador da pátria” em luta contra um “mal” – maleficência essa que seria a vacina contra o Covid-19. Jair Messias, impávido colosso, não teve vergonha de viajar a bordo de (mais) uma falsidade em sua vida vigarista e, com a ajuda de outros meliantes, embarcou em mais um delito, afirmando ter tomado a vacina que negava.

DANOS GRAVES

Enfim, em 19 de março deste ano, a Polícia Federal indiciou Jair Messias, coronel Cid e mais 15 pessoas pela fraude. Segundo noticiado n’O Globo, “o indiciamento significa que o processo segue para as mãos do Ministério Público Federal, que decide se apresenta denúncia à Justiça ou arquiva a apuração”. O mito é mau e o malefício maior foi consumado por conta da sua campanha contra a vacina.

Além dos danos irreversíveis causados por essa campanha em plena pandemia, esse posicionamento contra a vacinação, considerando a influência mitológica do então presidente, contribuiu para uma “queda geral na imunização frente diversas outras enfermidades”. Informou a Globo News que, em abril de 2022, “a cobertura vacinal infantil é a menor em cinco anos no Brasil”, pois “mentiras espalhadas nas redes sociais fizeram cair a vacinação contra doenças altamente contagiosas”.

Taí uma delinquência com consequências em cascata. Falsificar seu cartão de vacina foi um delito a mais do falso messias, num verdadeiro rosário de crimes.

Certas falcatruas que aparentam pequena significância trazem dentro de si delitos de grande peso. Este é o caso da falsificação, promovida pelo ex-presidente da República, em conluio com auxiliares, de seu próprio cartão de vacinação.

Falsificar tal atestado seria coisinha-à-toa? Não, isto foi um grave crime – especialmente por ter sido cometido em meio a uma pandemia que estava matando centenas de milhares de brasileiros enquanto o ex-capitão defendia a tese da “imunização de rebanho” e apresentava a si próprio como exemplo de sucesso contra a vacina.

Golpe militar de 1964: a palavra do PCdoB https://tinyurl.com/5xus8559

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