A questão da cobertura dos caso dossiê foi tema da coluna dominical do ombudsman da Folha de S. Paulo, Marcelo Beraba, no último domingo (24). Na opinião dele, a opção pelo destaque prioritário à compra em detrimento do conteúdo do tal dossiê - "foi a correta e se justifica por critérios jornalísticos", especialmente pelo flagrante da operação envolvendo integrantes da coordenação da campanha presidencial petista e uma bolada de R$ 1,7 milhão, com indícios de participação de veículos de comunicação, às vésperas das eleições. "O fato de considerar a conspiração para a obtenção do dossiê mais importante do que o dossiê não significa que esteja de acordo com o pouco empenho dos jornais na apuração das denúncias contra Serra e Barjas Negri. Uma cobertura não anula a outra. Os jornais têm profissionais e espaço suficientes para tocarem duas investigações simultâneas. Não quer dizer que devam ter o mesmo peso na edição, mas deveria haver lugar para as duas", ponderou.
Para o professor Venício Lima, a mudança deste quadro parece distante, pois junto com a condenação uníssona do governo vem a crítica a priori de qualquer tentativa de constituir um sistema de mídia nacional plural e democrático, o que significaria perda de poder para o restrito e concentrado clube dos grupos que detém o controle dos meios de comunicação do País.
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