As prováveis batalhas daqui para frente serão as seguintes:
1) A batalha da origem do dinheiro. As oposições e seus “formadores de opinião” na imprensa e na mídia perderam a batalha das fotos do dinheiro, que foi a primeira que travaram nesse campo. A batalha da origem do dinheiro será travada em torno de se nele porão as marcas do próprio Presidente, do financiamento da campanha do partido, de fundos públicos ou ilegais. A atuação da Polícia Federal será decisiva, pois depende dela a munição que um e outro lado usarão.
2) A própria atuação da Polícia Federal. Desde que não conseguiu pôr as mãos nas fotos das notas de dinheiro, as oposições e seus arautos vêm num crescendo questionando a isenção da PF e a atuação do Ministro Thomaz Bastos. Esse questionamento tende a aumentar, opondo a versão de que a PF vem tendo uma atuação republicana e a versão de que ela estaria favorecendo o governo.
3) O caso de Freud Godoy. Esse é o assessor mais próximo de Lula. Até o momento não há qualquer prova de sua participação direta no esquema de compra e venda do dossiê. Sua eventual incriminação provocaria mais dano para Lula; seu descompromisso com o caso seria, evidentemente benéfico. Mas as oposições vão carregar nas tintas com respeito a ele, porque para elas é importante manter o caso o mais perto de Lula possível.
4) As batalhas simbólicas. Estas são importantíssimas. Todo o esforço está sendo feito na mídia e imprensa conservadora para desvincular as palavras “dossiê” e “Serra”. Tem jornal e site de jornal chamando o dossiê de “dossiê Cuiabá”. Estão querendo grudar em Lula a imagem de Nixon e de Watergate, numa evidente pavimentação do caminho para o futuro pedido de impeachment. Aqui é possível haver tudo, até armações de fotos, busca de gafes, sempre com o objetivo de desmoralizar o Presidente.
5) As batalhas da memória. A cavalaria conservadora está sendo mobilizada para atacar em todas as frentes do passado, trazendo todas as acusações contra o governo e o Presidente de volta, porque só o caso do dossiê parece ser fraco para compromete-lo. Assim mesmo agora esses cavalarianos condenam a formação de dossiês, mas desviam de rota quando se lembra o caso Roseana/Lunus, em que o favorecido foi Serra, cuja candidatura estava ameaçada de sequer chegar ao segundo turno.
6) A batalha da repercussão. Já tem jornal tirando do baú os velhos fantasmas de que um governo Lula não terá governabilidade, e de que a presente situação está afastando investidores e fazendo o risco país “disparar”, etc. Mas essa agitação esbarra nas notícias de que a miséria no país diminuiu e que as condições de vida do povo melhoraram. Aí é necessário disparar os obuses de que essas melhoras não são sustentáveis no longo prazo, o que bate no rochedo de que sem elas nada, no futuro, é sustentável. Essa será uma batalha das mais longas, e vai muito além da eleição.
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