31 janeiro 2010

Neoliberalismo renitente

No Vermelho, por Eduardo Bomfim:
A nova agenda neoliberal

Na medida em que a economia brasileira caminha a passos largos rumo ao patamar de um desenvolvimento comparável aos Países do primeiro mundo, considerando a afirmação do IPEA de que em 2016 alcançaremos as nações desenvolvidas, impõe-se a mesma correspondência quanto aos nossos indicadores sociais de qualidade de vida.


É correto afirmar que em primeiro lugar vem a produção da riqueza nacional. Tem sido exatamente o crescimento do produto interno bruto que através do desenvolvimento persistente, apesar da crise financeira internacional, vem possibilitando a ascensão de milhões de brasileiros às novas condições de vida bem mais elevadas.

A dinâmica da economia está permitindo a inserção de grandes contingentes de trabalhadores no mercado de trabalho formal. Há mais investimentos em infra-estrutura e em programas sociais, o que possibilita melhorias nos níveis de vida do povo brasileiro.

Por outro lado, um maior poder aquisitivo da população vem aquecendo o mercado interno, razão principal para que o Brasil não tivesse afundado com a quase totalidade dos Países na recessão profunda, através da ampliação e facilidades do crédito às amplas camadas do povo brasileiro.

Houve um claro estancamento do processo de desconstrução do Estado nacional que vinha a galope durante o período neoliberal na década de noventa. Tendência essa que só não foi mais grave em decorrência da resistência patriótica do povo brasileiro.

Mas o discurso neoliberal no Brasil e outras nações emergentes envelheceu precocemente em função das contradições surgidas na economia e na política, contrárias às necessidades reais de desenvolvimento capitalista desses Países, que não podem prescindir de um papel vigoroso dos Estados nacionais para impulsionar a dinâmica de suas economias.

Assim, é fundamental o fortalecimento das empresas estatais como alavancas poderosas a essas nações em crescimento e com largas margens de expansão. Essas foram em linhas gerais as causas principais do recuo e certa derrota da primeira ofensiva das doutrinas neoliberais nos Países emergentes.

Mas essa doutrina associada ao impulso de dominação imperial mudou a estratégia, induzindo em falsa contradição a sociedade versus o Estado, construiu uma extensa malha de ONGs, uma poderosa e bem financiada agenda de conflitos e dispersão à unidade social além de contrárias à soberania dessas nações pelo desenvolvimento econômico.

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