19 maio 2011

Meu artigo semanal no Blog de Jamildo (Jornal do Commercio Online)

Insegurança cibernética, um caso emblemático
Luciano Siqueira


Tudo bem que nós os simples mortais temos mesmo é que fazer bom uso do fantástico arsenal de ferramentas destinado a facilitar a comunicação com os viventes de todas as partes do mundo, que a tecnologia da informação nos oferece. A vantagem é imensa, mesmo para quem, como o autor desse breve comentário, precisa apenas se informar sobre temas e fatos da atualidade, ter acesso a textos analíticos, usar um programa de texto e, por e-mail e através das redes sociais, viver a fascinante experiência da construção coletiva das ideias (como anuncio em meu modesto blog).

Mas acontece que quem nos oferece tudo isso, e mais um pouco a cada dia, não tem a capacidade de nos garantir segurança diante da investida dos piratas do ciberespaço. É o caso emblemático da poderosa Sony, segundo afirmação categórica do seu presidente, Howard Stringer, de que não tem como proteger os usuários de sua rede de videogame ou de qualquer outra rede da web.

E o cara diz isso em meio ao tiroteio em que se meteu porque uma falha de segurança proporcionou o vazamento de dados pessoais de mais de 100 milhões de assinantes!

Isso quer dizer que qualquer um de nós pode ter seus dados pessoais captados, tipo conta bancária, cartão de crédito e mesmo declaração de imposto de renda. E não adianta reclamar, pois salvo o possível ressarcimento de algum prejuízo, fica sempre a possibilidade do uso dos seus dados para fins criminosos. E quando a casa cair, saia de baixo: será você mesmo a percorrer a via crucis e tentar provar que é um cidadão honesto e nada tem a ver com o delito.

Mutatis mutandis, esse tipo de incômodo está inserido em nosso cotidiano também por operadoras de telefonia móvel, fornecedoras de energia elétrica e afins. Ao final das contas, o usuário nunca é plenamente ressarcido dos prejuízos, sem falar que um tal 0800 se mete no meio da conversa e ao invés de ajudar, complica tudo.

O fato é que as empresas autorizadas a operar a parafernália tecnológica geralmente estão a salvo de cláusulas contratuais, que deveriam ser estabelecidas pelos governos, que lhes obriguem a cuidar melhor dos seus usuários. Mas aí tem um boi na linha: investir em mais segurança pode significar redução na taxa média de lucro e nenhum empreendimento capitalista topa a parada espontaneamente.

Quem sabe possamos depositar nossas esperanças numa consciência social mais avançada que brote desse mundo de relações conflitivas com as grandes corporações e valha a palavra de ordem “consumidores de todo o mundo, uni-vos”.

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