16 junho 2012

Tema nordestino na pauta ambiental


O Semiárido, a seca e a Rio mais 20
Inácio Arruda*

Publicado no jornbal O Povo

O semiárido abrange 86% da Região Nordeste e o norte da Região Sudeste. Abriga, além da biodiversidade e do potencial geológico e energético, um significativo patrimônio cultural, histórico e humano. Deve ser inserido, com destaque, em um projeto de desenvolvimento nacional. A Caatinga é a zona semiárida com a maior biodiversidade de flora e fauna do planeta, com espécies endêmicas de alto valor biológico e expressivo potencial forrageiro, madeireiro e medicinal. Seus solos são ricos em águas subterrâneas.

No momento em que o Nordeste vive uma das piores secas das últimas décadas, o Brasil recebe chefes de Estado e delegações internacionais para a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável - Rio 20. Participei da primeira Conferência - a Eco 92, e das três conferências da Organização das Nações Unidas (ONU) de combate à desertificação. Agora, representando o Senado, debaterei Cidades Sustentáveis e Inovação.

É uma oportunidade para adotarmos uma Política Nacional de Combate e Prevenção à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca. Apresentei projeto com esse objetivo no Congresso. A seca deve ser considerada na elaboração das políticas agrícolas, de preservação ambiental, macroeconômicas, de expansão urbana, entre outras.

Os estados mais afetados pela desertificação ocupam 11,5% do território nacional, com 32 milhões de pessoas. O grande potencial produtivo dessa área é afetado, provocando perdas econômicas e ambientais e o aumento da pobreza.

Temos centros de referência aptos a dar suporte técnico para a elaboração e execução de projetos de desenvolvimento econômico e social sustentável. Mas esse trabalho não pode continuar disperso. Daí a necessidade de uma política nacional sobre um problema que é natural, social e histórico em nosso País e há séculos exige solução. Temos conhecimento científico e técnicos capacitados para fazer frente ao desafio climático. Adotar uma política permanente de valorização do semiárido é a questão a ser enfrentada.

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