Em defesa dos trabalhadores e do meio ambiente
Às vésperas do início da Conferência da ONU Sobre Desenvolvimento Sustentável (a Rio+20), a comemoração na terça-feira (5) do Dia do Meio Ambiente exige uma reflexão mais profunda.
A Conferência da ONU ocorre 20 anos depois do encontro pioneiro realizado no Rio de Janeiro em 1992; propõe-se a fazer um balanço do que se fez no período; e tem a ambição de alcançar a aprovação de novos paradigmas de desenvolvimento que seriam ambientalmente mais corretos e aceitáveis.
Entretanto, há uma contradição que a experiência recente de reuniões internacionais sobre o tema mostra ser insanável, acumulando impasses ao longo dos anos, e que poderá repetir-se no encontro deste ano: enquanto a ONU, as agências internacionais e os governos dos EUA e da Europa enfatizam os aspectos financeiros e econômicos das medidas que querem ver aprovadas (a chamada “economia verde” que vem de mãos dadas com a proposta de uma “governança global” que ameaça a soberania dos povos), países como Brasil, China, Índia e inúmeros outros exigem, em oposição às imposições de caráter imperialista dos países ricos, o reconhecimento, com plenas consequências, de seu direito ao desenvolvimento.
Um mundo desmorona neste inicio de século – o mundo desigual e injusto construído pelas potências colonialistas e imperialistas nos últimos séculos, que colocou no comando os povos do norte do planeta e, entre eles, as camadas mais ricas de suas populações.
A antevisão deste desmoronar, desenhado no horizonte geopolítico já em meados do século 20, mascarou-se com o verde de uma alegada defesa ambiental para disfarçar, sob um manto aceitável (a proteção do meio ambiente) e de uma ameaça que poderá atingir a todos (a falência do planeta), a pregação da contenção do desenvolvimento – o desenvolvimento zero de tantos ambientalistas – e, assim, congelando o status quo do poder global, assegurar a manutenção do sistema capitalista e das estruturas imperialistas do poder mundial.
As profundas contradições inerentes ao sistema capitalista dominante movem esta ambição de contenção do desenvolvimento dos povos. O capitalismo, mostrou Karl Marx, é duplamente antagônico: ele explora igualmente a natureza e a força de trabalho, sendo fator de degradação destas duas únicas fontes da riqueza existente. Da mesma maneira como espolia os trabalhadores, o modo de produção capitalista e as imposições de produção e de consumo desenfreado que o acompanham, são os principais fatores da destruição ambiental. Não é o homem abstrato da propaganda ideológica que destrói a natureza: o autor desta façanha é a forma de viver, produzir e consumir predatórias, sob comando do capital, e submetidas à sua voracidade por ganhos ilimitados e cada vez mais concentrados, gerando riqueza inaudita num polo e desemprego, pobreza e desalento para a imensa maioria.
Aquele ser humano que Marx definiu, há mais de século e meio, como um ser natural que tinha a natureza como seu corpo inorgânico, aparece separado e como se fosse antagônico a ela na sociedade burguesa. Sob o capitalismo aquela relação essencial entre a natureza e seres humanos foi rompida da mesma maneira como, ao transformar a força de trabalho em mercadoria que é vendida a troco de um salário, o capitalismo rompeu a unidade do homem consigo mesmo, tornando-o alheio (alienado, escreveu Marx) em relação à sua própria atividade produtiva e à riqueza que ela cria que, deixando de ser social, passa a ser objeto de apropriação privada dos donos do capital. É no capitalismo que a cisão entre natureza e seres humanos é mais completa. Esta é a realidade que faz da superação do capitalismo e da conquista do socialismo uma necessidade para a reconciliação entre os homens e a natureza.
E que faz da ciência social fundada por Karl Marx – o marxismo – o valioso instrumento para a formulação de uma política de proteção do meio ambiente que defenda os trabalhadores na luta por um mundo novo que vá além das mazelas do capitalismo.
Entretanto, há uma contradição que a experiência recente de reuniões internacionais sobre o tema mostra ser insanável, acumulando impasses ao longo dos anos, e que poderá repetir-se no encontro deste ano: enquanto a ONU, as agências internacionais e os governos dos EUA e da Europa enfatizam os aspectos financeiros e econômicos das medidas que querem ver aprovadas (a chamada “economia verde” que vem de mãos dadas com a proposta de uma “governança global” que ameaça a soberania dos povos), países como Brasil, China, Índia e inúmeros outros exigem, em oposição às imposições de caráter imperialista dos países ricos, o reconhecimento, com plenas consequências, de seu direito ao desenvolvimento.
Um mundo desmorona neste inicio de século – o mundo desigual e injusto construído pelas potências colonialistas e imperialistas nos últimos séculos, que colocou no comando os povos do norte do planeta e, entre eles, as camadas mais ricas de suas populações.
A antevisão deste desmoronar, desenhado no horizonte geopolítico já em meados do século 20, mascarou-se com o verde de uma alegada defesa ambiental para disfarçar, sob um manto aceitável (a proteção do meio ambiente) e de uma ameaça que poderá atingir a todos (a falência do planeta), a pregação da contenção do desenvolvimento – o desenvolvimento zero de tantos ambientalistas – e, assim, congelando o status quo do poder global, assegurar a manutenção do sistema capitalista e das estruturas imperialistas do poder mundial.
As profundas contradições inerentes ao sistema capitalista dominante movem esta ambição de contenção do desenvolvimento dos povos. O capitalismo, mostrou Karl Marx, é duplamente antagônico: ele explora igualmente a natureza e a força de trabalho, sendo fator de degradação destas duas únicas fontes da riqueza existente. Da mesma maneira como espolia os trabalhadores, o modo de produção capitalista e as imposições de produção e de consumo desenfreado que o acompanham, são os principais fatores da destruição ambiental. Não é o homem abstrato da propaganda ideológica que destrói a natureza: o autor desta façanha é a forma de viver, produzir e consumir predatórias, sob comando do capital, e submetidas à sua voracidade por ganhos ilimitados e cada vez mais concentrados, gerando riqueza inaudita num polo e desemprego, pobreza e desalento para a imensa maioria.
Aquele ser humano que Marx definiu, há mais de século e meio, como um ser natural que tinha a natureza como seu corpo inorgânico, aparece separado e como se fosse antagônico a ela na sociedade burguesa. Sob o capitalismo aquela relação essencial entre a natureza e seres humanos foi rompida da mesma maneira como, ao transformar a força de trabalho em mercadoria que é vendida a troco de um salário, o capitalismo rompeu a unidade do homem consigo mesmo, tornando-o alheio (alienado, escreveu Marx) em relação à sua própria atividade produtiva e à riqueza que ela cria que, deixando de ser social, passa a ser objeto de apropriação privada dos donos do capital. É no capitalismo que a cisão entre natureza e seres humanos é mais completa. Esta é a realidade que faz da superação do capitalismo e da conquista do socialismo uma necessidade para a reconciliação entre os homens e a natureza.
E que faz da ciência social fundada por Karl Marx – o marxismo – o valioso instrumento para a formulação de uma política de proteção do meio ambiente que defenda os trabalhadores na luta por um mundo novo que vá além das mazelas do capitalismo.
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