Sementes do ódio
Eduardo Bomfim, no Vermelho
O criminalista Antônio Carlos Mariz de Oliveira diz que a sociedade brasileira encontra-se enferma em razão dessa onda indiscriminada de patologias de ódio generalizado.
Na verdade trata-se de um diagnóstico correto desde que esteja associado às razões dessa perigosa enfermidade social, o criminoso processo de regressão civilizatória imposto à humanidade nos últimos vinte anos através da ditadura do Mercado, da Nova Ordem mundial, da Governança Global, da grande mídia associada ao rentismo, difusora ideológica, política, dos padrões da barbárie coletiva, individual ditados aos povos inclusive ao Brasil.
Para que 1% da humanidade conseguisse acumular a exata metade da riqueza produzida pela soma de todos os demais indivíduos do planeta seria impossível a existência de um outro modelo de civilização que não fosse baseado na superexploração da mão de obra assalariada, na promoção de guerras de rapina dos recursos não renováveis dos Países.
Além da tentativa de supressão dos grandes valores universais construídos pela inteligência humana, que resistem em algum lugar na consciência dos povos, já denunciada na virada do século pelo historiador Eric Hobsbawm quando afirmou que as novas gerações estavam sendo forjadas em uma espécie de presente contínuo sem noção do passado mesmo o passado recente.
Essas são condições ideais, para não dizer perfeitas, ao desenvolvimento de movimentos nazifascistas que na História sempre representaram a forma mais agressiva do capital rentista à exploração das nações como das várias camadas sociais.
Os virulentos grupos mascarados que não brotam por geração espontânea “estreiam” no Brasil incitados pragmaticamente pela grande mídia para desestabilizar o governo federal, agora correm o risco de fugir ao controle dessas elites retrógradas mas desejosas de artifício golpista.
Mais que destruir a democracia, derrubar o atual governo federal legitimamente eleito, o Mercado, os EUA, apostam na fragmentação do tecido social, incentivam a luta de cada um contra todos e todos contra qualquer um, temendo que assaltado pela lucidez o povo brasileiro avance a um efetivo projeto de desenvolvimento nacional, erradique as históricas, abissais desigualdades sociais, construa através da democracia uma nação livre, soberana, desenvolvida, solidária.
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