22 fevereiro 2014

Pressão pela regressão civilizacional

Paul Klee
Soberania
Eduardo Bomfim, no Vermelho


Enquanto a Ucrânia arde em chamas, a Venezuela sofre ondas de turbulências golpistas, todos assistem à ofensiva dos Estados Unidos, guarda pretoriana do mercado, da governança mundial do capital financeiro global, contra a soberania das nações através de intervenções armadas que se multiplicam pelos continentes.

Seja onde for há sempre um pretexto para que se desloquem exércitos, frotas navais, força aérea contra algum País precedidos por um bombardeio de saturação midiática em escala jamais vista pela humanidade promovendo intensa lavagem cerebral contra as sociedades, fenômeno só possível porque em torno dos EUA e do Mercado há em simbiose uma verdadeira ditadura global na área das comunicações.

De tal sorte que o que prevalece não é o fato jornalístico mas a sua versão difundida através das poderosas cadeias de informação mundializadas sempre tendo como eixo central especialmente as grandes redes midiáticas norte-americanas e britânicas.


Assim ao contrário do que se diz nós não vivemos uma época de radicalização dos processos de democratização ao estilo universal ocidental clássico mas o seu inverso, uma intensa regressão civilizacional dos parâmetros democráticos conhecidos, submetidos aos objetivos essenciais desse mercado, do lucro insaciável do capital financeiro.

Da acumulação rentista que aumenta na exata progressão geométrica em que avançam sobre os Países os efeitos da crise capitalista mundial que sacudiu os Estados Unidos, Europa mas que atinge igualmente todas as nações inclusive os BRICS minando possibilidades de maior crescimento econômico, de um salto robusto ao desenvolvimento econômico, melhores condições sociais às suas populações.


O que está em curso é a tentativa de pilhagem dos recursos não renováveis, a subtração das riquezas produzidas pelos povos emergentes como o Brasil, a destruição dos pactos democráticos substituídos pelo autoritarismo, nem que para isso queiram transformar a realização de uma Copa Mundial de Futebol em teatro de operações de guerra monitorado pela CIA, promovido de forma milimétrica, planejada.


O Brasil jamais viveu outro período de tanta fecundidade democrática mas ele deve estar associado à defesa da soberania nacional, das liberdades políticas conquistadas com muitas lutas, sofrimento, dor em passado recente.

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