Eduardo Bomfim, no portal Vermelho
Como se sabe,
os defensores do neoliberalismo transformaram-se em protagonistas no final do
século 20 como uma versão modernosa do liberalismo, do velho laissez-faire, que
pontuou o capitalismo durante a sua primeira fase nos séculos 18 e 19.
Onde a exploração de
crianças era legal, a miséria absoluta, as absurdas condições de vida dos
trabalhadores consumidas pelo capital motivaram rebeliões contínuas, escravidão
assalariada narrada por mestres da literatura universal.
A grande onda das
insubordinações sociais que irrompeu no século 20 foi uma decorrência objetiva
da brutal exploração da época, onde esse capital assumiu nova expansão,
surgindo daí uma etapa superior, o imperialismo de nações econômica e
militarmente poderosas.
Resultando disso a
brutal carnificina na eclosão de duas guerras mundiais, além da explosão sobre
a população civil em 1945 das duas bombas atômicas nas cidades japonesas de
Hiroxima e Nagasaki ceifando a vida de centenas de milhares de seres humanos em
apenas duas tacadas.
Após a 2a Guerra
Mundial os povos assistiram a uma época de muitas conquistas, o protagonismo do
Estado em suas vidas.
Mas o século 21 tem
visto a reincidência da barbárie sob a face desse novo liberalismo numa
vertigem de centenas de guerras de rapina, milhões de refugiados, agressões à
soberania das nações, às garantias democráticas, sob a égide do capital
financeiro global.
Quando o Ministro da
Fazenda do interino governo Temer deseja avocar para sua pasta o Orçamento
Federal da União, além da Previdência Social, ele pretende retirar do Estado as
prerrogativas constitucionais que são da Presidência da República.
O discurso
neoliberal mostra falso paradoxo: odeia o Estado nacional mas adora o orçamento
público, porque é dele que também se acumula.
Já os financistas
alardeiam a dívida pública da União, incrível fábula de recursos nas últimas
décadas, que se revertidos transformariam o Brasil em uma nação do 1o mundo com
infraestrutura, serviços à população.
Daí a ânsia em
desconstruir o Estado nacional, a via antidemocrática, a criminalização da
solidariedade política. O que existe no País não é um relâmpago imprevisto, que
caiu aleatoriamente. É um movimento global. Por isso, entre convicção e
esperança, a tenaz luta em defesa da democracia, da nação, ameaçadas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário