05 agosto 2016

Para onde vamos?

Do mínimo ao máximo
Eduardo Bomfim, no portal Vermelho

Como se sabe, os defensores do neoliberalismo transformaram-se em protagonistas no final do século 20 como uma versão modernosa do liberalismo, do velho laissez-faire, que pontuou o capitalismo durante a sua primeira fase nos séculos 18 e 19.
Onde a exploração de crianças era legal, a miséria absoluta, as absurdas condições de vida dos trabalhadores consumidas pelo capital motivaram rebeliões contínuas, escravidão assalariada narrada por mestres da literatura universal.
A grande onda das insubordinações sociais que irrompeu no século 20 foi uma decorrência objetiva da brutal exploração da época, onde esse capital assumiu nova expansão, surgindo daí uma etapa superior, o imperialismo de nações econômica e militarmente poderosas.
Resultando disso a brutal carnificina na eclosão de duas guerras mundiais, além da explosão sobre a população civil em 1945 das duas bombas atômicas nas cidades japonesas de Hiroxima e Nagasaki ceifando a vida de centenas de milhares de seres humanos em apenas duas tacadas.
Após a 2a Guerra Mundial os povos assistiram a uma época de muitas conquistas, o protagonismo do Estado em suas vidas.
Mas o século 21 tem visto a reincidência da barbárie sob a face desse novo liberalismo numa vertigem de centenas de guerras de rapina, milhões de refugiados, agressões à soberania das nações, às garantias democráticas, sob a égide do capital financeiro global.
Quando o Ministro da Fazenda do interino governo Temer deseja avocar para sua pasta o Orçamento Federal da União, além da Previdência Social, ele pretende retirar do Estado as prerrogativas constitucionais que são da Presidência da República.
O discurso neoliberal mostra falso paradoxo: odeia o Estado nacional mas adora o orçamento público, porque é dele que também se acumula.
Já os financistas alardeiam a dívida pública da União, incrível fábula de recursos nas últimas décadas, que se revertidos transformariam o Brasil em uma nação do 1o mundo com infraestrutura, serviços à população.
Daí a ânsia em desconstruir o Estado nacional, a via antidemocrática, a criminalização da solidariedade política. O que existe no País não é um relâmpago imprevisto, que caiu aleatoriamente. É um movimento global. Por isso, entre convicção e esperança, a tenaz luta em defesa da democracia, da nação, ameaçadas.

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