Serra e
Temer querem entregar a Base de Alcântara aos EUA
Acordei nesta manhã com a notícia
de que o Governo brasileiro está negociando secretamente um acordo com os
Estados Unidos para utilização da Base de Alcântara. Para quem não sabe,
Alcântara é a localização mais estratégica do mundo, do ponto de vista militar
e político, para lançamento de foguetes.
Por José Carlos de Assis, Brasil 247
Um acordo secreto conforme noticiado daria aos americanos enormes
vantagens. Em primeiro lugar, atenderia a seu desejo explícito de não deixar o
Brasil desenvolver uma tecnologia própria de foguetes. Em segundo lugar,
impediria um eventual acordo brasileiro com outra potência na área, por
exemplo, a Rússia.
O Governo brasileiro tentou desenvolver tecnologia de foguetes num
acordo com a Ucrânia que, tendo sido uma das repúblicas soviéticas, estava em
condições de oferecer uma parceria vantajosa ao Brasil. Como se sabe, só a
Rússia, como herdeira dos soviéticos, tem tecnologia aeroespacial comparável à
dos EUA, o que de alguma forma compartilhava com a Ucrânia. Entretanto, a
Ucrânia sofreu um golpe de Estado comandado pelos americanos, que exigiram o
fim do acordo com o Brasil, conforme informações do WikiLeaks. Além disso, em
2003, Alcântara sofreu um acidente devastador destruindo instalações e dezenas
de vidas.
O “acidente” de Alcântara nunca foi claramente explicado. Só interessava
aos EUA. Considerando que os americanos tem tecnologia suficiente para invadir
o Palácio Planalto e o prédio da Petrobrás para coletar informações, não pode
ser atribuído exclusivamente aos teóricos da conspiração a ideia de que houve,
sim, um atentado para evitar o desenvolvimento tecnológico brasileiro na área
de foguetes. Os que sofrem do “complexo de vira-latas” podem subestimar essa
considerações dizendo que um país como os EUA, forte e rico, jamais se
preocuparia em bloquear o desenvolvimento de uma nação tão insignificante como
o Brasil.
Entretanto, como explicar os telegramas do embaixador americano na
Ucrânia manifestando sua oposição ao acordo com o Brasil? Mais do que isso: por
que a Ucrânia se desinteressou do acordo tão logo assumiu um novo governo
apoiado num golpe nazista direcionado contra a Rússia, que os neoconservadores
americanos consideram inimiga? Tudo isso é muito suspeito. E mais suspeito
ainda é a pouca informação que a sociedade brasileira teve a respeito.
Aparentemente as autoridades americanas “ajudaram” nas investigações para
esclarecer o acidente ficando na confortável situação de acobertar o que lhes
interessava.
Agora, colhendo os frutos do “acidente”, os americanos obtiveram do
ministro das Relações Exteriores, José Serra, a sugestão de retomar o acordo de
forma próxima do que foi rejeitado pelo Governo Lula antes do acordo com a
Ucrânia. A sujeição é total. Perderemos a soberania sobre a base.
Nada de parceria tecnológica. O comando pleno das instalações passa a
ser dos Estados Unidos – naturalmente, de suas Forças Armadas. Todos os
resultados financeiros serão de propriedade americana. De um lado estará o
patriotismo de Trump, do outro nossa subjugação total a uma potência
estrangeira. Aos oficiais da Força Aérea Brasileira restará cuidar do serviço de
limpeza, juntando-se aos oficiais do Exército e da Marinha que estão cuidando
dos presídios.
* É Economista, doutor em
Engenharia de Produção pela Coppe-UFRJ, professor de Economia Internacional da
UEPB
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