Nó estratégico
a ser desatado
Luciano Siqueira, no Vermelho e no Blog do Renato
A crise segue seu cortejo dramático e patético, enquanto problemas de fundo que impedem o pleno desenvolvimento do país se agravam por iniciativa do atual governo.
A crise segue seu cortejo dramático e patético, enquanto problemas de fundo que impedem o pleno desenvolvimento do país se agravam por iniciativa do atual governo.
A nossa condição de economia
dependente e subsidiária, timidamente enfrentada nos governos Lula e Dilma,
agora ganha a dimensão de ameaça concreta de "neo colonização".
Por exemplo, a adoção do dogma da
contenção dos investimentos estatais como indispensável ao equilíbrio das
contas públicas, além de enfraquecer a engenharia e a ciência e a tecnologia nacionais,
incrementa o desemprego e o sacrifício de recursos humanos tecnicamente avançados
e desidrata gravemente o mercado interno.
Em decorrência, aprofunda-se a
dependência do comércio exterior e o alargamento da presença, em nossa pauta de
exportações, de produtos primários e commodities, desmilinguindo mais ainda a
competitividade internacional de nossa indústria.
A vulnerabilidade de nossa
economia às intempéries externas se acentua, na esteira da variação dos preços
da commodities.
Concomitantemente, as instituições
que compõem o Estado, ao contrário do que diz a cantilena golpista, se esgarçam
e aguçam seu caráter antirepublicano.
Isto implica elemento essencial
num programa de superação da crise e retomada do desenvolvimento do país em
bases soberanas, tarefa estratégica e urgente das oposições.
Desmontar os novos dispositivos
recém impostos pelo governo Temer e adotar medidas estruturantes ousadas e
consistentes na direção oposta requer consciência, vontade política,
discernimento e habilidade tática.
Aí reside, talvez, a maior
limitação do conjunto das forças que hoje se batem contra o governo golpista.
Se antes, pilotando governo
central, Lula e o Partido dos Trabalhadores e aliados não conseguiram convergir
na compreensão e na coragem de desatar esse nó, agora as dificuldades são
temperadas pela urgência de se resistir às reformas trabalhista e
previdenciária — que empurra o movimento oposicionista para uma prevalência
espontânea da questão social sobre a questão nacional.
Ou seja, a superação dos entraves macroeconômicos,
que em última instância alimentam a exploração dos trabalhadores e incrementa a
subtração de direitos está intimamente associada à defesa e ao aprimoramento do
Estado nacional.
Sem um Estado forte não será
possível redefinir com clareza e eficácia os rumos do país. Uma
ideia-força, que o PCdoB e alguns poucos líderes e agrupamentos da sociedade
civil acentuam, mas que ainda carece de melhor apreciação pelas correntes
populares e democráticas.
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