Sociedade em chamas
Eduardo Bomfim, no Vermelho
A globalização financeira vem promovendo desde o final da década de oitenta um tipo de hegemonia mundial e de sociedade que já mostra a olhos vistos uma furibunda decadência, quer seja no âmbito das relações internacionais, quer nas estruturas sociais, erigidas nos mais diversos Países em todo o planeta.
Através da captura de várias organizações internacionais, com a
associação da grande mídia hegemonizada pelo discurso político, econômico e
cultural, com o predomínio das estratégias do capital rentista, armou-se uma
espécie de ditadura do pensamento único onipresente, que vai desde noções
pseudocientíficas sobre fenômenos naturais, à uniformização global das estruturas
sociais que permeiam a evolução do povos, das nações.
Essa ideologia dominante, a serviço de uma governança mundial da nova
etapa do rentismo predador, forma o que atualmente costumam proclamar a
sociedade global pós-moderna, onde reinam os enunciados do politicamente
correto, cuja finalidade precípua é a desconstrução das identidades nacionais
ou regionais, no afã de sentenciar como marginal qualquer forma de resistência
a esses conceitos.
De tal maneira é o cerceamento à luta dos povos e nações na batalha pela
afirmação de seus valores do passado, presente, a confiança no futuro, que
tentam imputar aos que propugnam pela solidariedade à nação como portadores de
ideias condenáveis.
O historiador britânico Eric Hobsbawm em seu livro O Breve Século XX já
alertava para o que chamou, ao final da década de noventa passada, como “a
desconstrução do contínuo Histórico que ameaça as novas gerações do milênio que
se inicia”.
O que assistimos são os sinais trágicos de um terremoto em um tipo de comunidade que só serve aos ditames do Mercado. Afirmou recentemente o ex-presidente FHC, gestor mor do neoliberalismo no Brasil, sobre as atuais insatisfações sociais que são generalizadas, “alguns segmentos se beneficiaram, mas a sociedade ainda paga um preço alto”. Assim é que o individualismo delirante virou mais que um altar, transformou-se em algo “sagrado”.
Mas em decorrência de tantos males visíveis vai ficando claro no Brasil que a única alternativa, a esse modelo dantesco, é a união das grandes maiorias em defesa da soberania nacional, dos direitos do povo, da democracia, violentamente agredidos.
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