Uma grave crise
Eduardo Bomfim, no
Vermelho
A situação da Venezuela possui vetores que
alimentam uma crise que não mostra sinais de arrefecimento, em verdade tende a
se agravar. De qualquer maneira é fundamental prevalecer o princípio
indeclinável da autodeterminação e soberania das nações no cenário mundial.
No entanto essa máxima, que se encontra
assinada pelas nações signatárias da Carta das Nações Unidas, não tem sido
aplicada, muito menos nas primeiras décadas do século XXI.
Ao contrário, proliferam as intervenções,
especialmente no Oriente Médio, cujos objetivos são geomilitares, e a guerra de
rapina por riquezas naturais, como o petróleo, a principal matriz energética do
planeta.
Independente de equívocos, voluntarismos, que
possam estar sendo cometidos pelo governo da Venezuela, a campanha uníssona
feita pela grande mídia global, associada ao Mercado, mostra que a ação para
desestabilizar a Venezuela é escancarada.
Um País que é um dos grandes produtores
mundiais de petróleo, membro da OPEP. E por esse motivo foi alvo de ações
intervencionistas no século XX, com a soberania ameaçada, onde prepostos a
serviço das grandes empresas petrolíferas quase sempre governaram essa nação
sul-americana.
Hoje, além do petróleo, há uma nova realidade
multipolar com a ascensão dos BRICS. Em consequência, surgem múltiplas reações
sangrentas anglo-americanas em vários continentes.
A presença de grupos mascarados na Venezuela,
que estrearam nas chamadas primaveras árabes, como também no Brasil, e se
transformaram em uma espécie de franquia internacional louvada na grande mídia
global, de facções incendiárias, depredadoras, pseudo-anarquistas, é sinal do
que está em marcha contra esse País.
O Brasil, com 2.199 quilômetros de fronteiras
com a Venezuela, abdicou, sob o governo Temer, da sua histórica liderança no hemisfério
sul, avassalou a sua grande tradição diplomática ao Mercado, aos objetivos
geopolíticos anglo-americanos.
A ofensiva do Mercado, dos EUA, abre um
teatro para conflitos na região que até agora consegue viver distante dos
cenários de grandes operações militares globais.
O recrudescimento da crise venezuelana não
interessa aos povos latino-americanos. Cabe ao Brasil recuperar seu
protagonismo de mediador, de potência regional solidária, como membro dos
BRICS, na transição para uma nova ordem mundial.
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