Entre a dispersão e o impasse, cenário eleitoral ainda indefinido
Luciano Siqueira, no portal Vermelho
A cerca de cinco meses das eleições gerais, são evidentes as tensões nas hostes governistas e na grande mídia em razão da inexistência, até o momento, de uma candidatura presidencial da confiança do mercado e capaz de unir grupos golpistas momentaneamente fragmentados.
Mas o impasse não se restringe à busca de um nome competitivo.
O buraco é mais embaixo: está na dificuldade de sensibilizar o eleitorado com o discurso ultra liberal.
Caso de Geraldo Alckmin, que se diz interessado em duplicar a renda média dos trabalhadores, mas ensaia um programa — conforme entrevista do seu coordenador econômico Pérsio Arida à Folha de S. Paulo — radicalmente liberal, um passo adiante na agenda regressiva de Temer.
Um programa politicamente derrotado quatro vezes consecutivas, por Lula e Dilma.
Uma alternativa seria camuflá-lo através de um candidato outsider, sob o manto do combate à corrupção, sem o carimbo negativo de gente como Meirelles, Temer e o próprio Alckmin.
Tentaram o apresentador de TV Luciano Huck, que não prosperou.
Agora, fazem alarde da desistência do ex-ministro do STF Joaquim Barbosa, filiado ao PSB, que há tempos a grande mídia insuflava e, quem sabe, pela sua abstinência em ideias sobre os problemas do país, pudesse vir a ser pautado pelo mercado.
Joaquim Barbosa renunciou ao que nunca foi, mas assim mesmo virou “importante fato novo” na cena pré-eleitoral.
O fato é que essas dificuldades, associadas à estratosférica rejeição popular a Temer e a seu governo, pesam na correlação de forças que se desenha.
Abrem brechas por onde a oposição pode ganhar terreno — tanto na conquista de parcelas expressivas do eleitorado como na subtração de grupos ainda alinhados com o governo.
Para tanto, será necessário disputar o pleito unida já no primeiro turno — o que por enquanto não parece fácil.
Manuela D’Ávila, pré-candidata pelo PCdoB, ainda é voz quase isolada na defesa da unidade — tese que não encontra respaldo suficiente no PT, no PDT e no Psol, agremiações que sustentam também candidaturas próprias.
Manuela defende com enorme competência e crescente ressonância as proposições do PCdoB — englobadas num novo projeto nacional de desenvolvimento soberano, democrático e inclusivo — e, ao mesmo tempo, propugna a unidade.
Para o PT, união vale apenas em torno de Lula (se for candidato) ou de um eventual substituto; o PDT não abre mão de Ciro e o Psol admite a unidade tão somente na defesa da democracia, jamais em torno de uma candidatura presidencial comum.
Entretanto, muitas vezes a vida atropela as vontades subjetivas e termina por impor soluções fora do esquadro.
É o que ainda pode acontecer nos dois campos opostos até o final de julho.
Luciano Siqueira, no portal Vermelho
A cerca de cinco meses das eleições gerais, são evidentes as tensões nas hostes governistas e na grande mídia em razão da inexistência, até o momento, de uma candidatura presidencial da confiança do mercado e capaz de unir grupos golpistas momentaneamente fragmentados.
Mas o impasse não se restringe à busca de um nome competitivo.
O buraco é mais embaixo: está na dificuldade de sensibilizar o eleitorado com o discurso ultra liberal.
Caso de Geraldo Alckmin, que se diz interessado em duplicar a renda média dos trabalhadores, mas ensaia um programa — conforme entrevista do seu coordenador econômico Pérsio Arida à Folha de S. Paulo — radicalmente liberal, um passo adiante na agenda regressiva de Temer.
Um programa politicamente derrotado quatro vezes consecutivas, por Lula e Dilma.
Uma alternativa seria camuflá-lo através de um candidato outsider, sob o manto do combate à corrupção, sem o carimbo negativo de gente como Meirelles, Temer e o próprio Alckmin.
Tentaram o apresentador de TV Luciano Huck, que não prosperou.
Agora, fazem alarde da desistência do ex-ministro do STF Joaquim Barbosa, filiado ao PSB, que há tempos a grande mídia insuflava e, quem sabe, pela sua abstinência em ideias sobre os problemas do país, pudesse vir a ser pautado pelo mercado.
Joaquim Barbosa renunciou ao que nunca foi, mas assim mesmo virou “importante fato novo” na cena pré-eleitoral.
O fato é que essas dificuldades, associadas à estratosférica rejeição popular a Temer e a seu governo, pesam na correlação de forças que se desenha.
Abrem brechas por onde a oposição pode ganhar terreno — tanto na conquista de parcelas expressivas do eleitorado como na subtração de grupos ainda alinhados com o governo.
Para tanto, será necessário disputar o pleito unida já no primeiro turno — o que por enquanto não parece fácil.
Manuela D’Ávila, pré-candidata pelo PCdoB, ainda é voz quase isolada na defesa da unidade — tese que não encontra respaldo suficiente no PT, no PDT e no Psol, agremiações que sustentam também candidaturas próprias.
Manuela defende com enorme competência e crescente ressonância as proposições do PCdoB — englobadas num novo projeto nacional de desenvolvimento soberano, democrático e inclusivo — e, ao mesmo tempo, propugna a unidade.
Para o PT, união vale apenas em torno de Lula (se for candidato) ou de um eventual substituto; o PDT não abre mão de Ciro e o Psol admite a unidade tão somente na defesa da democracia, jamais em torno de uma candidatura presidencial comum.
Entretanto, muitas vezes a vida atropela as vontades subjetivas e termina por impor soluções fora do esquadro.
É o que ainda pode acontecer nos dois campos opostos até o final de julho.
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