29 julho 2022

Palavra de poeta: Mario Quintana

Pequeno poema didático

Mario Quintana
 
O tempo é indivisível. Dize,
Qual o sentido do calendário?
Tombam as folhas e fica a árvore,
Contra o vento incerto e vário.

A vida é indivisível. Mesmo
A que se julga mais dispersa
E pertence a um eterno diálogo
A mais inconsequente conversa.

Todos os poemas são um mesmo poema,
Todos os porres são o mesmo porre,
Não é de uma vez que se morre…
Todas as horas são horas extremas!

[Ilustração: Jacob Brostrup]

Veja: Literatura: um a agulha na estupidez https://bit.ly/3Pz31ot

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