22 outubro 2023

Minha opinião

A beleza e o preconceito

Luciano Siqueira

Aqui num café do shopping Riomar, aguardo o próximo compromisso de agenda e observo o quanto a obesidade é crescentemente visível em adultos, adolescentee e crianças. 

O Ministério da Saúde estima que a obesidade atinge 6,7 milhões de pessoas no Brasil. Na modalidade mórbida (índice de massa corporal [IMC] grau III, acima de 40 kg/m²), 863.086 pessoas no ano passado. 


Impossível não levar a sério esses números, pois dizem respeito a hábitos alimentares inadequados ou disfunções endócrinas e metabólicas, ou ambos.

A saúde de pessoas obesas além da conta ou com implicações fisiológicas é afetada. E põe à mesa um desafio de política pública.

Obviamente nem todo obeso tem a saúde comprometida. 

Por outro lado, há o preconceito que afeta pessoas gordas e obesas que, no cotidiano, se deparam com desafios de toda ordem em ambientes que não estão preparados para acomodá-las. E ainda ouvem comentários jocosos e depreciativos.


É a gordofobia.


São dois fenômenos distintos: um diz respeito a dados epidemiológicos muito concretos, que se relacionam com a saúde coletiva; o outro fala de preconceito, por todas as razões inaceitável.

No Recife, a vereadora Cida Pedrosa tem combatido veementemente a gordofobia, inclusive propondo legislação específica. 

É de sua lavra o projeto que institui a data de 10 de setembro, hoje o Dia do Gordo, como Dia Municipal de Luta Contra a Gordofobia. E também proposições destinadas a garantir a acessibilidade de pessoas gordas em escolas e hospitais, por exemplo.


Sem agravos à saúde, pessoas gordas são bonitas. E felizes. O pintor colombiano Fernando Botero bem demonstrou isso com seu instigante e belo traço.


[Ilustração: Fernando Botero]

Um convite à essência da vida https://bit.ly/3Ye45TD

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