27 dezembro 2009

Clima & interesses escusos

No Vermelho, por Eduardo Bomfim:
Nevascas

As poderosas nevascas que se abatem sobre a Europa e o norte dos Estados Unidos até parecem querer desmistificar os eco-fundamentalistas que pintaram e bordaram antes e durante a recente conferência sobre o clima em Copenhague.

O bombardeio internacional midiático, durante a conferência, dizia que aquelas eram as últimas oportunidades para se impedir o aquecimento global irreversível e galopante do planeta decorrente das emissões de CO2 pelo ser humano.

Sabemos que as emissões de CO2 são produzidas, além do homem, em sua esmagadora maioria através da própria natureza, com a decomposição orgânica vegetal, e pelos oceanos, esses os maiores produtores de gás carbônico essencial à vida na Terra.

Mas a grande maioria das pessoas tem sido educada ultimamente através de mitos sobre o aquecimento global e somos todos de uma forma ou de outra vítimas da desinformação consciente de vários cientistas, em detrimento da maioria deles, e de muitas ONGs, sobre esse tema tão fundamental como o efeito estufa. O porque disso foi revelado de maneira escancarada nos desencontros de Copenhague. E a causa é mesmo o dinheiro e a busca do maior lucro, em um fundo ambiental global que em médio prazo pode somar alguns trilhões de dólares.

Sempre é perigoso, ou mesmo trágico, quando se procura conquistar a humanidade através de grandes mentiras porque o que se tenta criar na verdade é um novo e bilionário nicho de mercado sob a hegemonia dos países mais ricos.

E ao mesmo tempo induzir a alternativas energéticas inviáveis às nações emergentes, principalmente as mais pobres, condenando-as ao subdesenvolvimento inexorável e à subordinação econômica e tecnológica. A conferência de Copenhague que poderia ter sido sobre a inadiável defesa e soluções para o meio ambiente massacrado, a poluição das indústrias, as florestas destruídas, os mares sujos e rios apodrecidos, as cidades envenenadas, transformou-se em uma mega disputa por uma cifra trilionária em um espírito mercadológico radicalmente neoliberal.

Enfim, um assunto de tamanha gravidade vem sendo manobrado com fins ideológicos, hegemonistas e principalmente financeiros, contrariando os objetivos sérios e altruístas que sempre conduziram a ciência e a luta ambiental em outros períodos recentes.

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